O chamado “mercado” (bancos, corretoras e pessoas que compram ações na bolsa de valores), muito citado na grande mídia brasileira vive pressionando o governo para liberar os preços administrados, por exemplo, o preço dos combustíveis. Querem o livre mercado em setores oligopolizados como combustíveis e bancos. E é assim, livre mercado, que estão os juros bancários no Brasil, que voltaram a subir em abril. Segundo a pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade a taxa do cartão de crédito passa dos 232%.
A taxa de juros do crédito para as famílias é a mais alta desde fevereiro de 2012. O maior reajuste foi na taxa do cartão de crédito, que subiu 0,44 ponto percentual no último mês, chegando a 10,52% ao mês e 232,12% ao ano. O empréstimo pessoal teve aumento de 0,06 ponto percentual em abril, na comparação com março, e ficou com taxa de 3,4% ao mês – 49,36% ao ano.
Os juros médios cobrados da pessoa física, medidos a partir dos valores cobrados em seis linhas de crédito, aumentaram 0,1 ponto percentual em abril, na comparação com março, ficando em 5,96% ao mês. Nos primeiros quatro meses do ano, a média dos juros para pessoa física subiu 2,26 pontos percentuais.
Para a pessoa jurídica, a taxa média teve elevação de 0,04 ponto percentual em abril em relação a março, ficando em 3,39% ao mês e 49,19% ao ano. Em doze meses, a alta foi 0,69 ponto percentual. O maior aumento foi na modalidade de conta garantida, que subiu 0,06 ponto percentual e chegou a 5,9% ao mês (98,95% ao ano).
De acordo com o diretor executivo de estudos econômicos da associação, Miguel José Ribeiro de Oliveira, os aumentos acompanham os consecutivos reajustes da taxa básica de juros (Selic). Além disso, o cenário econômico com expectativa de crescimento da inflação e a queda na atividade econômica têm impacto nos juros. “Estes fatos têm levado as instituições financeiras a elevarem suas taxas de juros acima das elevações da Selic”, explicou Oliveira.
A pesquisa aponta que de março de 2013 a abril de 2014 a Selic subiu 3,75 pontos percentuais. No mesmo período, a taxa média para pessoa física aumentou 12,34 pontos percentuais e para pessoa jurídica 5,61 pontos percentuais.(Agência Brasil/CartaCampinas)
Essa é a grande tragédia brasileira: a única diferença entre os bancos brasileiros e o agiota da esquina é que os bancos dividem o fruto do roubo com o governo. Porisso agem livremente e cobram o quanto querem.