Manifestantes fazem neste sábado (10) às 14h no Largo do Rosário, região central de Campinas, a concentração e caminhada da Marcha da Maconha Campinas 2014. A marcha, que é organizada pelo Coletivo da Marcha da Maconha- Campinas, definiu como tema o mote: “Maconha legal é maconha estatal ou cultivada no meu quintal”.
A Marcha este ano ganha ainda mais força com as transformações que estão acontecendo no cenário internacional. Esta semana entrou em vigor a nova legislação do Uruguai, que permite a plantação, consumo e venda de maconha de forma regulada pelo governo. O presidente do Uruguai, José Mujica, espera enfraquecer o tráfico com a legalização. Outros países do mundo como Portugal e Holanda, e estados norte-americanos, têm legislação que permitem o consumo de drogas.
Na página do Coletivo Marcha da Maconha – Campinas, há chamadas para o evento e a defesa da descriminalização. Um dos textos diz que “o proibicionismo é um posicionamento ideológico, que afeta ações políticas, sociais e econômicas, alimentado por tradições conservadoras e moralistas, que seguem sendo reproduzidas ao longo da história. A guerra às drogas, além de ferir nossas individualidades, também causa a morte e encarceramento da população negra, parda e pobre da periferia, incidindo sobre as mulheres de forma ainda mais brutal: mais de 65% da prisão de mulheres decorre do tráfico de drogas, sendo entre elas cerca de 70% mulheres negras.
Assim como o proibicionismo, o machismo é uma ideologia que vem, segundo a própria ONU, causando um verdadeiro feminicídio no mundo, e fazendo do Brasil o sétimo país no ranking com mais assassinatos de mulheres, que alcançou em 2010 a cifra dos quase 5 mil assassinatos de mulheres por motivação machista. No Brasil, 15 mulheres são mortas por dia por agressão, 200 mil mortes por aborto clandestino ao ano. As políticas públicas para as mulheres são veladas também pelo moralismo e, por isso, mulheres seguem sendo agredidas, estupradas, mortas, enquanto temos uma mulher presidente.
Esse cenário coloca para nós que a luta antiproibicionista não pode estar descolada do feminismo, pois são as mulheres as que mais sofrem com o conservadorismo, dentro ou fora do movimento. Achar que as mulheres não devem ter seus direitos garantidos é, portanto, equivocado, pois precisamos de homens e mulheres nessa luta. Nossa vitória não virá por acidente!”, diz o texto.
Marcha da Maconha – Campinas
Dia 10/05 – Sábado às 14:00 no Largo do Rosário