Na semana que marca os 50 anos do Golpe Militar no Brasil, o Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas exibe o documentário de Camilo Tavares, “O dia que durou 21 anos” no dia 5 de abril, sábado, às 16h. Para entender o que esteve por trás do regime militar no Brasil, bem como a participação direta que os EUA tiveram na instalação de um regime autoritário que censurou a imprensa, torturou e assassinou diversas pessoas, o documentário é fundamental.
Ele revela com diversas imagens, arquivos fotográficos e entrevistas os bastidores – desconhecidos pela maior parte da sociedade brasileira – da participação dos Estados Unidos na preparação e execução do golpe militar em 1964, por meio de documentos sigilosos que ficaram secretos durante anos. O documentário mostra ainda que os Estados Unidos estavam decididos a invadir o Brasil para que o golpe tivesse sucesso. (Brasil, 2012. Colorido, 77 min).
Também no sábado, 5 de Abril, às 16h, o MIS exibe “Desejo que atormenta”, de Mauro Bolognini, dentro do ciclo Cinema e Literatura, que tem curadoria de Ricardo Pereira. O filme traz a história de Angiolina, uma jovem proletária belíssima que na Trieste dos anos 20 leva à loucura, com seu irresponsável e tortuoso amor, o aspirante a burguês Emílio, que perde a cabeça por ela e começa um processo senil em plena juventude, viajando aos abismos do inferno por sua desesperança. O filme é baseado no romance “Senilidade”, de Italo Svevo. (Itália, 1962. Preto e Branco, 115 min).
As sessões de sábado se encerram às 19h30 com a exibição do essencial, ousado e belo “Terra em Transe”, de Glauber Rocha, exibido dentro do ciclo Revisão crítica do cinema novo. Num país fictício chamado Eldorado, o jornalista e poeta Paulo (Jardel Filho) oscila entre diversas forças políticas em luta pelo poder. Porfírio Diaz (Paulo Autran) é um líder de direita, político paternalista da capital litorânea de Eldorado. Dom Felipe Vieira (José Lewgoy) é um político populista e Julio Fuentes (Paulo Gracindo), o dono de um império de comunicação. Em uma conversa com a militante Sara (Glauce Rocha), Paulo conclui que o povo de Eldorado precisa de um líder e que Vieira tem os pré-requisitos para a missão. Grande clássico do Cinema Novo, o filme faz duras críticas à ditadura. (Brasil, 1967. Preto e Branco, 100 min).
As sessões são gratuitas e acontecem no Museu da Imagem e do Som – Campinas, Palácio dos Azulejos – Rua: Regente Feijó, 859
Centro. (Carta Campinas com informações de divulgação)