50 ANOS DO GOLPE – O golpe civil-militar de 1964 definiu um modelo econômico que beneficiou as grandes empresas multinacionais e foi apoiado principalmente pelos empresários nacionais associados às empresas estrangeiras. Essa é uma das conclusões dissertação de Ulisses Rúbio Urbano da Silva, defendida no Instituto de Economia da Unicamp e orientada pela professora Maria Osório Silva.
Para o autor, com o golpe de Estado, “a elite orgânica do capital multinacional e associado tomou o Estado. Era escolhida a via do desenvolvimento dependente. E o empresariado teve papel relevante neste desfecho”, escreve. “Essa via trouxe uma maior liberdade para o capital estrangeiro e uma maior associação entre ele e o empresariado nacional. Nessa associação, limitaram-se as possibilidades de transferir os ganhos sociais do desenvolvimento para a classe trabalhadora, por isso o nome dependente-associado”, explicou o autor ao Jornal da Unicamp, que divulgou informações no portal da Universidade.
Para o pesquisador, o golpe militar de 1964 pôs fim ao debate, que vinha sendo travado até então, sobre o modelo de desenvolvimento econômico a ser adotado pelo país, abraçando uma opção de dependência e associação do capital estrangeiro. “No governo Castelo Branco foi elaborado o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), e os entraves ao capital estrangeiro foram eliminados através de alterações na lei que limitava as remessas de lucros ao exterior”, diz o texto.
De acordo com a pesquisa, as decisões tomadas pela área econômica do governo militar tiveram um impacto duradouro sobre a economia brasileira. “A reforma da lei de remessa de lucros, a instrução 289 e depois a resolução 63 permitiram o atrelamento da economia brasileira a uma dependência externa mais relacionada ao setor financeiro, não somente produtivo, como era até então”, disse Silva. “E essa forma como aumenta a dívida externa terá consequências sobre como se resolveria o endividamento externo, a problemática do endividamento externo” nas décadas seguintes.
Em sua maioria apoiadores do golpe, parte dos industriais passou, em alguns momentos, a criticar os rumos da política econômica de Campos e Bulhões. “Durante o segundo semestre de 1965, o governo Castelo Branco recebeu inúmeras críticas à sua política econômica. Adquiriu maior importância, no entanto, o fato de estas críticas serem feitas por empresários e alguns governadores até então alinhados ao golpe”, descreve a dissertação. “Entre as entidades representativas dos industriais, partiram críticas da Fiesp e da CNI”. (Carta Campinas com informações de divulgação/JU)
Era perfeita dispensável a pesquisa da Unicamp para que os brasileiros soubessem que os estrangeiros, principalmente os insidiosos americanos, por meios sutis ou por ameaças, se apossaram das riquezas de nosso pais. Com um embaixador americanófilo como o Roberto Campos o Brasil não precisaria de grandes inimigos. O inimigo estava em casa e os militares, sempre servis aos interesses de Washington nunca agiram com a energia necessária para impedir esta espoliação. O Roberto Campos devia ter assumido a cidadania americana e ter ficado por lá.