O volume de água armazenado no Sistema Cantareira alcançou hoje (28) mais um recorde negativo, ficando, pela primeira vez, abaixo dos 14%. O nível da água do reservatório caiu, de ontem para hoje, mais 0,2 ponto percentual e chegou a 13,8%.
A situação não melhora e Campinas e São Paulo poderão ter de fazer rodízio de água, que já acontece no município de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. O Rodízio de Guarulhos já afeta cerca de um milhão de moradores há quase quatro semanas. O Consórcio PCJ, de municípios da região, é a favor do racionamento para não prejudicar os reservatórios do sistema Cantareira.
Desde janeiro Guarulhos vivia um déficit de 10% do abastecimento em relação à sua demanda diária. Em fevereiro, 250 mil moradores já sofriam com a falta d’água. Agora, com um déficit aumentado para 25% da demanda, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) instituiu o rodízio.
Esse é o nível mais crítico desde que o sistema Cantareira foi criado, na década de 1970. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é chuva, em São Paulo, até a próxima terça-feira (1º), mas o volume não será suficiente para melhorar a situação do Cantareira.
“Essa chuva ajuda a diminuição a evaporação, mas não deve resolver o problema”, avaliou Helena Balbino, meteorologista do Inmet. Ela explicou que a precipitação ocorrerá com a chegada de uma frente fria vinda do Uruguai em direção ao Oceano Atlântico. Ao encontrar um canal de umidade proveniente da Amazônia, ocorrem as chuvas. Helena esclarece que o outono, que começou na quinta-feira (20), e o inverno são estações tradicionalmente mais secas.
O diretor presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, avaliou, em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, na última terça-feira (25), que 2014 será um ano “bastante difícil” para a população paulista. “Essa crise deve continuar durante todo o ano”, ressaltou ele, que ainda defendeu a utilização do volume morto do Cantareira como medida de curto prazo para ajudar na solução da crise de desabastecimento.(Carta Campinas, Agência Brasil)