A programação de cinema semanal do Espaço Cultural Casa do Lago, na Unicamp, exibe uma variedade de filmes gratuitamente entre os dias 24 de março e 28 de março. As sessões acontecem sempre em dois horários, às 16h e às 19h. A temática feminina se destaca nos filmes escolhidos.
A semana começa com “Flores raras”, drama dirigido por Bruno Barreto. O enredo do filme se desenrola na Nova York de 1951. Elizabeth Bishop (Miranda Otto) é uma poetisa insegura e tímida, que apenas se sente à vontade ao narrar seus versos para o amigo Robert Lowell (Treat Williams). Em busca de algo que a motive, ela resolve partir para o Rio de Janeiro e passar uns dias na casa de uma colega de faculdade, Mary (Tracy Middendorf), que vive com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (Glória Pires). A princípio Elizabeth e Lota não se dão bem, mas logo se apaixonam uma pela outra. É o início de um romance acompanhado bem de perto por Mary, já que ela aceita a proposta de Lota para que adotem uma filha.
Na terça-feira, Caramelo, de Nadine Labaki, relata a história de cinco mulheres em meio a seus dramas existenciais, tendo como cenário um salão de beleza em Beirute. Layale tem um romance com um homem casado; Rose se dedica a cuidar de sua filha mais velha que tem problemas mentais; Rima é lésbica; Jamale tem pavor da velhice e Nisrine, que está de casamento marcado, vive a angústia de ter que contar ao futuro marido que não é mais virgem.
Habi, a Estrangeira, de Maria Florência Alvarez, é exibido na quarta-feira. O filme traz a história de Anália, uma jovem de 20 anos, moradora de uma pequena cidade do interior da Argentina, que decide fazer uma viagem a Buenos Aires. Durante um passeio pela capital, entra em um velório islâmico e, mesmo desconhecida, é bem recebida pelos presentes. Tal fato alimenta sua ânsia de mergulhar num território desconhecido, fazendo-a se envolver com a comunidade islâmica a ponto de mudar seu nome para Habiba Rafat.
Na quinta-feira, a temática feminina continua sendo discutida no filme “A Fonte das Mulheres”, de Radu Mihaileanu. Numa pequena vila no Norte da África, as mulheres têm como responsabilidade buscar água em um local distante e de difícil acesso. Certo dia, Leila, uma das mais jovens e alfabetizadas do grupo, decide que elas deveriam fazer greve de sexo até que os homens assumissem essa dura tarefa. A decisão das mulheres causa um alvoroço no vilarejo, provocando uma profunda alteração no modo de vida dos habitantes. O filme permite uma comparação com a comédia grega “Lisístrata”, de Aristófanes, na qual as mulheres também fazem uma greve de sexo para que os homens assinem um acordo de paz e deixem a guerra. O filme será exibido apenas às 19h.
A programação da semana se encerra na sexta-feira com a exibição do documentário “O Fim e o Princípio”, de Eduardo Coutinho. Espontaneamente construído segundo a metodologia de Eduardo Coutinho, o documentário apresenta ricos diálogos do diretor com pessoas do sertão da Paraíba. O cenário é o município de São João do Rio do Peixe, especificamente, o Sítio Araçás, uma comunidade rural habitada por 86 famílias. Intermediados por Rosa, professora e moradora do vilarejo, os depoentes, a maioria idosos, relatam ao diretor suas histórias de vida.
Todas as exibições são gratuitas. (Carta Campinas com informações de divulgação)