Vereadores de Campinas criaram na sessão desta quarta-feira (05/02) uma Comissão Especial de Estudos (CEE)para fazer um diagnóstico da Polícia Civil em Campinas.
A Comissão terá dois focos principais, que são: verificar se há número suficiente de funcionários para atender à demanda existente na cidade e também conhecer as condições de trabalho que estão sendo oferecidas aos servidores.
A comissão é formado por Thiago Ferrari (PTB), como presidente, e integrada por Vinícius Gratti (PSD), Roberto Alves (PRB), Paulo Búfalo (PSOL) e Professor Alberto (PR).
Ontem mesmo, após a sessão, o Vereador Paulo Bufalo (PSOL) esteve no 1º Distrito Policial, no centro de Campinas para verificar as condições de trabalho da Polícia Civil e a estrutura de atendimento à população nos plantões.
Apesar do discurso monotemático do governador Geraldo Alckmin de combater a violência social exclusivamente com a força e repressão policial, a situação não é das melhores nas delegacias. Búfalo conversou com policiais que estavam de plantão na delegacia e constatou os principais problemas. “Com a sala de atendimento muito cheia, ocorre falta de segurança por colocar réu e vítima lado a lado, inclusive para os trabalhadores”, disse o vereador.
A sobrecarga de trabalho, com jornada de 15 horas, atinge todos os policiais como escrivãos, delegados e investigadores. As instalações do prédio são inadequadas para o atendimento ao público, além da falta de viaturas para atender as ocorrências na cidade.
Para Búfalo, a situação pode ser vista por pessoas que passam pela área externa do 1º DP, onde estão motos e veículos apreendidos, que estão estacionados na calçada e na rua lateral, além do pátio interno nas dependências da unidade.
Nos últimos 20 anos, a Delegacia Seccional de Campinas, também responsável pelos municípios de Valinhos, Vinhedo, Indaiatuba e Paulínia, sofreu corte de pessoal de 900 para cerca de 500 trabalhadores. O 1º DP é uma das delegacias que mais registra ocorrências no estado, se equiparado a capital e a grande São Paulo, o que a torna com condições de trabalho mais precárias em relação à outras cidades.
“Nosso papel no Legislativo e tentar construir um diagnóstico sobre as condições da Polícia Civil na nossa cidade, para cobrar das autoridades e impedir que o governo estadual maquie as informações ao anunciar possíveis contratações ou melhorias estruturais”, afirmou Búfalo.
O presidente da Comissão, Thiago Ferrari, disse que é necessário fazer um levantamento sobre o número de funcionários em cada setor e verificar se ele é adequado. “A impressão que temos é que está claramente defasado, já que o volume de processos parados é enorme”, disse Thiago Ferrari.
A Comissão pretende ouvir representantes do Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e Região, do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo, além de membros do Conselho Municipal de Segurança e do Ministério Público. Os vereadores pretendem ainda promover vistorias a delegacias e outros espaços ligados ao setor da segurança.(Carta Campinas)