A Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas), empresa pública, mantém o pagamento de supersalários que estão acima do valor pago ao prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), segundo apuração da equipe do vereador Pedro Tourinho (PT). Os supersalários custam ao menos R$ 6 milhões ao ano.
O maior salário pago em fevereiro foi para um funcionário que recebeu R$ 46.220,50. Em segundo lugar vem um diretor que recebeu R$ 41,9 mil. Os dez maiores salários da empresa somam R$ 357 mil em apenas um mês. 76 funcionários da empresa receberam salários superiores ao do prefeito, que é de R$ 18.329,67.
Os altos salários da Sanasa e também de outras empresas públicas de Campinas, como a Ceasa e a IMA estão sendo investigados pelo Ministério Público (MP). Na semana passada, o vereador Pedro Tourinho denunciou o caso e vai reunir a documentação que possui aos inquéritos abertos no MP.
O mais impressionante é o sigilo que envolve um bem público. Um vereador, que é um representante eleito pela população para fiscalizar o poder executivo, tem dificuldade para ter os dados de salários que são pagos com o dinheiro da população de Campinas.
Segundo Tourinho, as investigações começaram em maio do ano passado, quando pediu à Sanasa a lista de funcionários comissionados (indicação sem concurso público) e seus salários. “A empresa se negou a fornecer os dados. Ao insistir, recebeu alguns dados, mas incompletos, sobre os cargos em comissão. Mas nenhuma informação sobre quem são estas pessoas e quanto recebem. A investigação passou a ser feita então no portal da transparência, que traz os dados de maneira pouco clara, mas que permitiu localizar os supersalários”, anotou.
“Diante da negativa em nos fornecer o que pedíamos, passamos a suspeitar de que poderiam estar escondendo algo, por isso procuramos mais informações, que agora serão entregues ao Ministério Público”, disse o vereador.
De acordo com o que foi apurado, o custo para a empresa com os supersalários não é pequeno. Se na folha de fevereiro o valor fosse limitado ao que Jonas recebe, a Sanasa teria economizado R$ 506 mil. “Valor igual ao aumento no custo de tratamento da água por conta da estiagem informado pelo presidente da empresa, Arly de Lara Romêo (um dos que recebe mais que Jonas). Com o custo de tratamento mais caro, Arly informou que não poderia dar descontos que incentivassem a economia de água por parte da população”, relatou.
Que água poluída, hein?