O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou 2013 com um crescimento de 2,3 %. o valor só ficou menor de países como China, que cresceu 7,7% e Coréia do Sul, que cresceu 2,8%. Na semana passada, uma publicação Financial Times, ligada ao setor financeiro, pediu a saída do ministro brasileiro. Agora, Guido dá risada.
O PIB do Brasil totalizou R$ 4,84 trilhões no ano, segundo dados divulgados hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, a economia brasileira havia crescido 1%.
No quarto trimestre de 2013, o PIB cresceu 0,7% na comparação com o trimestre anterior e 1,9% na comparação com o mesmo período de 2012.
Pelo lado da produção, os três setores da economia tiveram crescimento em 2013, com destaque para a agropecuária (7%). Os serviços cresceram 2% e a indústria, 1,3%. Pelo lado da demanda, a maior alta veio da formação bruta de capital fixo (investimentos), que cresceram 6,3%. Também tiveram crescimento o consumo das famílias (2,3%) e o consumo governamental (1,9%).
No setor externo, as importações cresceram mais (8,4%) do que as exportações, que tiveram alta de 2,5%.
O crescimento econômico em 2014 poderá ser um pouco maior do que o registrado no ano passado. A avaliação é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que justifica a sua expectativa com base no aumento da liberação de crédito ao consumidor e a manutenção do crédito aos investimentos.
“[No ano passado] Tivemos um crescimento abundante para o investimento e apertado para o consumo. Não tenho uma projeção, mas teremos um crescimento sustentável em 2014, que poderá ser um pouco maior do que em 2013”, disse o ministro ao comentar o resultado divulgado hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mantega admitiu que o consumo vem crescendo em uma velocidade menor do que em períodos anteriores, mas ressaltou que esse aumento ocorre de forma satisfatória para as expectativas da equipe econômica do governo. Por outro lado, existe uma redução da inadimplência, lembrou o ministro. Dentro desse cenário de liberação de crédito para o investimento e para o consumo, a tendência é a melhora nas condições econômicas do país, segundo Mantega.
“É verdade que as instituições brasileiras estão mais prudentes e liberando menos crédito. Mas em algum momento passarão a liberar porque com as condições serão mais seguras. O consumidor voltará a ter espaço para adquirir um pouco mais de crédito”, disse.
O ministro voltou a projetar uma taxa de investimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de 24% até 2020. Mantega destacou ainda a melhora do fundamentos da economia, com a inflação sob controle e a manutenção da política fiscal.
Guido Mantega também avaliou que o aperto monetário do Banco Central (BC), com elevação dos juros para segurar a inflação em patamares aceitáveis ou até reduzi-la, tem um aspecto benéfico, com condições favoráveis ao crescimento. Ontem (26) o BC elevou pela oitava vez seguida a taxa básica de juros (Selic), que passou para 10,75% ao ano.
“Um dos aspectos do crescimento é a confiança. A confiança do consumidor. A confiança do investidor, que diminui quando a inflação está mais elevada. Ao tomar medidas que garantem que a inflação será reduzida, isso causa uma perspectiva positiva”, disse. (Agência Brasil/Carta Campinas)