Treinos e competições devem sempre ser realizados mediante ao conhecimento dos limites que cada indivíduo tem com os exercícios físicos, além de obedecer aos estágios que os levam avançar os níveis dos treinos. Porém, os exercícios físicos estão sendo realizados por pessoas que não possuem hábitos práticos para exercê-los nas categorias consideradas extensas.
Essas pessoas, sem históricos de exercícios físicos, se juntam aos grupos de corrida de rua, orientados por instrutores e, realizam treinos e competições. Tais práticas, por serem realizadas de maneira igual para todos do grupo, tem preocupado os profissionais da medicina.
O ortopedista do Hospital e Maternidade Celso Pierro, José Luis Zabeu, diz que tem visto um aumento significativo de lesões, inclusive de casos graves como fraturas de fêmur que necessitaram cirurgia. “Em sua grande maioria, a história é a mesma: começou a correr meses antes, aumentou a quilometragem semanal com rapidez, começou a disputar provas de 5, 10 ou 15 km, pouco tempo de descanso, e daí surgem dores”, explica.
As atividades como corridas são benéficas aos ossos, que são fortalecidos no decorrer da repetição dos exercícios. Nos casos de overtraining (sobrecarga), o osso adquire uma superação do limite de impacto que pode suportar. Porém, há duas situações que ocasionam fraturas diante de traumatismo de menor energia: a primeira está relacionada ao ossos fracos, que ao realizarem um esforço normal acabam se rompendo, chamado também de fratura por insuficiência, mais ocorrido em casos de osteoporose grave. Como também nos casos em que o osso é normal, mas com sobrecarga de atividades físicas, ele se quebra. Neste caso é chamado de fratura por estresse.
Há casos de lesões musculares, vasculares e ósseas nos corredores que realizam ao menos 3 km em cada treino. Porém é mais evidente que isso ocorra aos atletas que conseguem 50 km por semana ou os que buscam atingir velocidades maiores em cada treino ou corrida. O especialista explica sobre esses casos. “São fatores predisponentes de lesão na corrida problemas de fraqueza muscular (dos quadris aos pés), pernas desalinhadas (principalmente joelhos em valgo, ou seja, para dentro), patelas (rótulas) hipermóveis, que tenham tendência de deslocar, antecedente de hérnia de disco na coluna ou cirurgias de fraturas nos ossos dos membros inferiores”, afirma Zabeu.
Devido a isso, o médico aconselha. “A prevenção das lesões é: orientação dos treinos a partir de pessoas realmente preparadas, paciência para adquirir o condicionamento necessário, análise médica e fisioterápica da condição muscular, vascular e óssea. E, acima de tudo, observação atenta do que o corpo diz. Nem toda dor é normal para quem corre”, disse. (Por Eliane Honorato para o Carta Campinas com informações de divulgação)