.Por Leonardo Avritzer.
Acabei de ler a sentença do juiz Sérgio Moro em relação ao ex-presidente Lula. Tenho segurança em afirmar que a peça é um lixo jurídico completo realizado com intenções exclusivamente políticas.
Na parte do triplex ele não avança um centímetro em relação à peça do ministério público. Elenca um conjunto de afirmações umas contra as outras a favor da propriedade por Lula e no fim ignora as peças contra e diz que a propriedade foi provada. Quem duvidar olhe. É direito dedutivo com descarte de provas contrárias à opinião do juízo.
Mas o pior é a parte sobre lavagem. O crime de lavagem é descrito como consequência da incapacidade do MP de provar a propriedade. Como a propriedade não ficou comprovada opta-se pela intenção de ocultá-la, um raciocínio que está mais para tribunais da época do nacional socialismo do que na boa tradição do direito empírico anglo-saxão.
Na sentença não há nenhuma tentativa de traçar uma relação entre atos de ofício ou da presidência ou da Petrobras e os recursos que a princípio seriam de Lula , como a lei exige.
Mas a grande pérola da sentença é a admissão pelo juiz que não houve ato de ofício. Aí ele cita algumas sentenças americanas, diga-se de passagem nenhuma da Suprema Corte nos EUA e uma decisão do STJ. Claro que, como lhe convém, ele ignorou a decisão do STF sobre o assunto que diz que é necessário o ato de ofício. Transcrevo para que os incrédulos leiam com seus próprios olhos:
Diz a sentença
“866. Na jurisprudência brasileira, a questão é ainda objeto de debates, mas os julgados mais recentes inclinam-se no sentido de que a configuração do crime de corrupção não depende da prática do ato de ofício e que não há necessidade de uma determinação precisa dele. Nesse sentido, v.g., decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, da lavra do eminente Ministro Gurgel de Faria: “O crime de corrupção passiva é formal e prescinde da efetiva prática do ato de ofício, sendo incabível a alegação de que o ato funcional deveria ser individualizado e indubitavelmente ligado à vantagem recebida, uma vez que a mercancia da função pública se dá de modo difuso, através de uma pluralidade de atos de difícil individualização.” (RHC 48400 – Rel.
Min. Gurgel de Faria – 5ª Turma do STJ – un. – j. 17/03/2017).”
Assim, caminha o estado de direito no Brasil. Um juiz medíocre, com uma sentença medíocre feita com base na dedução ou em direito comparado, ignorando a jurisprudência do país.
Mas em tempo não dá para deixar de notar a mudança de atitude de Moro e da Lava Jato. Ele tenta se defender da acusação de parcialidade, ataca o juízo, não decreta a prisão preventiva, que ele deixa para a instância superior. Os dias de Moro como herói parecem estar no fim. (Do Facebook de Leonardo Avritzer)
Leonardo Avritzer é cientista político.
um nome para o moro….o IMPOSTOR QUE SEMPRE É DESCOBERTO NO CAPITULO FINAL….LAMENTÁVEL..
Entao os advogados e ate um ex ministro do STF foram incopetentes .pq nao conseguiram soltar o Lula?ja q vcs dizem q nao existem provas e bla bla bla
Ó, ser inteligente!
Os advogados provaram por A+B que Lula era inocente, mas o juiz não levou (não quis levar) em consideração nenhuma dessas provas. Tá escrito ali no texto do autor: “ignora as peças contra”. Ou você não leu, ou não entendeu, ou fez como o juiz, que fingiu que não viu.
Quando as pedras do xadrez já estão marcadas….ninguem é capas de mexer se é que entendes?
A HEGEMONIA DE UM SETOR POLÍTICO-PARTIDÁRIO NA JUSTIÇA CRIMINAL E O COMPULSIVO ATIVISMO POLÍTICO-PARTIDÁRIO DO JUIZ SÉRGIO MORO ENVERGONHA A MAGISTRATURA NACIONAL
Por: Juarez Cirino dos Santos é Professor de Direito Penal da UFPR, Presidente do ICPC – Instituto de Criminologia e Política Criminal, Advogado Criminal e autor de vários livros nas áreas de Direito Penal e de Criminologia.
1. A IDEIA GENIAL DE UMA DECISÃO HISTÓRICA
A impetração de habeas corpus em favor de LULA, por Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, foi uma ideia genial, fundada em argumentos jurídicos:
a)a decisão de execução provisória da pena não tem fundamentação legal, necessária pela atual jurisprudência do STF;
b) a negação do direito de execução da pena próxima ao meio social e familiar, permitida pelo art. 103, do LEP, impôs rigor desnecessário à privação da liberdade;
c) a violação da garantia constitucional de pré-Candidato à Presidência da República, de livre manifestação do pensamento (5º, IV, CF), de livre expressão da atividade intelectual e de comunicação (5º, IX, CF) e de garantia do acesso à informação (5º, XIV, CF).
A decisão do Desembargador Federal ROGÉRIO FAVRETO, regime de plantão no TRF-4, de expedir alvará de soltura de LULA em medida liminar, foi um acontecimento brilhante que recuperou, por alguns momentos heroicos, a dignidade da justiça criminal brasileira: desafiou o poder, a ideologia dominante, as conveniências burocráticas da jurisdição.
Foi um brilho intenso enquanto durou, mas de efeitos importantes na história da Justiça:
*primeiro, porque denuncia a ilegalidade da prisão de LULA por falta de fundamentação, como determina o art. 93, IX da CF e exige a jurisprudência do STF;
*segundo, porque o mandado de prisão de LULA foi expedido de modo automático após condenação em 2º grau, contrariando posição do STF que condiciona a prisão à verificação concreta das hipóteses do art. 312, CPP;
*terceiro, porque existem embargos de declaração pendentes de julgamento, impedindo o exaurimento da jurisdição de 2º grau e excluindo a expedição do mandado de prisão contra LULA.
Mas a decisão desse grande magistrado teve outro fundamento:ofato novo da condição de LULA como Pré-Candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores – fundamento que exclui qualquer conflito com a decisão da Suprema Corte no HC 152.752/PR, que não trata da Pré-Candidatura de LULA.
Esse fato novo, de natureza notória e objeto de manifestação pessoal de LULA, projeta-se no processo eleitoral em curso, fundado no princípio da igualdade de condições entre os concorrentes.
Mas o princípio da isonomia eleitoral estaria sendo violado por negativas judiciais do direito constitucional de expressão e de comunicação com rádios, jornais e TVs (5º, IX, CF),que fraudam a participação popular nas decisões democráticas sobre o futuro do País e infringem o direito de imagem garantido aos cidadãos (5º, X, CF) – somente excluídos com decisão condenatória transitada em julgado e, portanto, vigentes durante a execução provisória da pena.
2. A REAÇÃO ILEGAL DE JUÍZES POLÍTICOS
Agora, começa o espetáculo de um contra direito judicial, instituído no País pela obsessão punitiva da Operação Lava Jato,promovida pela Força Tarefa do MPF, sob a tutela do Juiz Moro.
A liminar de suspensão da prisão de LULA, deferida por magistrado no regular exercício de competência jurisdicional exclusiva, teve o efeito de afetar as emoções do Juiz Moro, em férias no Primeiro Mundo.
A reação do Juiz Moro, o maior inimigo público de LULA, foi sintomática: inconformado com a liminar concedida, pediu instruções ao Presidente do TRF-4 sobre o que fazer, apesar de não poder pedir instruções e de não ter o que fazer.
O presidente recomendou consultar o Relator do Caso Tríplex, apesar de não ter que recomendar nada; o Relator sugeriu descrever a situação e pedir orientação, apesar de não dever sugerir, nem orientar coisa alguma, segundo regras universais de jurisdição.
O Juiz Moro, sem competência para interferir no caso, prolatou despacho/decisão, dizendo o seguinte:
a) determinou a prisão de LULA em cumprimento de ordem do TRF-4, que decidiu sobre a execução provisória da pena e, assim, não é autoridade coatora;
b) informa que a decisão monocrática do habeas corpus se fundamenta no direito de participar de campanha eleitoral;
c) confessa não ter poderes jurisdicionais para ordenar a prisão nem para autorizar a soltura de LULA;
d) afirma que o Desembargador Federal plantonista é absolutamente incompetente para desafiar decisão da 8ª Turma ou do plenário do STF;
e) alega um dilema pessoal: se cumprir decisão de autoridade incompetente, estará descumprindo ordem de prisão da 8ª Turma;
f) define a situação como impasse jurídico e determina à Secretaria remeter cópia do despacho ao Relator;
g) determina notificação da autoridade policial para não descumprir a ordem de prisão do TRF-4.
3. ANÁLISE DOS ARGUMENTOS DO JUIZ MORO
O Juiz Moro somente poderia se manifestar se o Magistrado do habeas corpus solicitasse informações sobre a prisão: se nenhuma informação foi solicitada, então o ativismo judicial do Juiz Moro é ilegal e tumultuário. Não obstante:
a) se a prisão de LULA foi determinada sem fundamentação da decisão, então a prisão de LULA é ilegal, independente da origem da ordem de prisão;
b) se o Juiz Moro reconhece o fato novo do direito de participar de campanha eleitoral como fundamento da decisão, então improcede o argumento de decisão monocrática contrária ao colegiado da 8ª Turma ou ao Plenário do STH, que não decidiram sobre esse fato novo;
c) se o Juiz Moro não tem poderes para ordenar a prisão ou determinar a soltura de LULA, não se segue que o Magistrado de plantão não teria poderes para determinar a soltura de LULA, em decisão de habeas corpus apresentado no plantão judiciário;
d) a incompetência para confrontar decisão do colegiado do TRF-4 ou do Plenário do STF é reconhecida pelo Desembargador Federal de plantão, mas a competência jurisdicional para conceder liminar fundado em fato novo decorre da lei e não da vontade do Juiz Moro;
e) o dilema do Juiz Moro entre cumprir ordem de autoridade incompetente ou cumprir ordem de órgão colegiado do TRF-4 é um falso dilema, porque o Desembargador Federal plantonista é autoridade competente para decidir habeas corpus fundado em fato novo – e assim não existe contradição com decisão de colegiado fundada em fato antigo;
f) a definição da situação como “impasse jurídico” é criação idiossincrática do psiquismo político-partidário do Juiz Moro, sem relação com conflitos jurídicos do mundo real;
g) a ilegal notificação do Juiz Moro à autoridade policial para não descumprir ordem de prisão do Tribunal – ou seja, a notificação para não cumprir o mandado judicial de soltura de LULA -,pode constituir desobediência a ordem legal de funcionário público (art. 330, CP), ou mesmo prevaricação, por retardar ato de ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (art. 319, CP).
4. UM EPÍLOGO DIGNO DE TRIBUNAIS DE EXCEÇÃO
Não obstante, a invocação do poder burocrático da ditadura judiciária pelo Juiz Moro, produziu o estrago sabido: o Relator do Caso Tríplex invadiu a esfera de competência do Desembargador de plantão, proibiu qualquer mudança na decisão sobre a prisão de LULA e avocou os autos do habeas corpus para o seu gabinete.
E nós ficamos com esta reflexão incômoda: o conhecido sentimento de imunidade do Juiz Moro, comprovado na prática de crimes graves (como quebrar segredo de justiça, divulgando o conteúdo de interceptação telefônica), é uma agressão à consciência democrática do povo, que envergonha a Magistratura nacional e demanda ação disciplinar dos órgãos competentes, antes que o compulsivo ativismo político-partidário desse magistrado destrua a imagem da justiça criminal brasileira.
Oi…Interessantíssimo você postar esse seu texto impecável no Tweeter.
Publique-o, comentando abaixo de alguma publicação do Reinaldo Azevedo, em alguma postagem que o Reinaldo retrata sobre esse assunto.
Peço-lhe isso, porque assim eu compartilharei de lá,
Suas análises precisam ser divulgadas.
Parabéns.
Sou leigo todavia quem está dizendo tratar-se de uma sentença ridiculo ou lixo juridico é um especialista do direito nacional.
Muito bem explicado! Os advogados de defesa além de terem seus sistemas de comunicação “grampeados”, com a OAB quieta e portanto conivente, demonstraram com provas que o tal triplex não era e não é do Ex-presidente Lula e nem precisavam disso, pois, cabe à acusação a prova da culpa; o juiz funcionou como acusação e como ave pousa sorridente com tucanos de cúpula; também demonstra parcialidade na condução do processo: não considerou as excelentes peças dos advogados de defesa; o MTST e o Povo Sem Medo – Sem Medo de Lular ocupou o tal triplex e mostrou ao mundo que o imóvel não tinha nada de luxo e mais: não houve reformas, o que implica em crimes de todos os envolvidos (PF-A, MPF-A) e do juízo que não designou a perícia solicitado pela Defesa… O TRF4, o STJ e o STF permitiram toda a sorte de mazelas; no caso do TRF4 é copartícipe indubtávelmente, pois seu presidente afirmou que a sentença do juiz Moro era irretocável sem a ter lido e, posteriormente os três desembargadores apresento-tos iguais que, inclusive aumentavam a sentença para 12 anos eu1 mês de prisão. Os recursos da Defesa foram “desconsiderados”… Os pedidos de hábeas corpus foram manobramos de formas exdrúxulas em todas assa esferas internamente ao “judiciário, inclusive pelo STF”… Ao que parece o desaparecimento de Teori Zavaski, ainda não explicado, foi “forçado” porque não concordaria – ou não concordou – em participar das “operações” do golpe; mesmo tendo permitido o “impeachment” ilegal e inconstitucional da Presidente Dilma Rousseff que foi eleita e é legítima para governar o Brasil, hoje “brazil”.
Se o Ex-Presidente Lula sofre tais pressões – o “mais correto” seriam “opressões”, com todo o reconhecimento nacional e internacional que possui e que fez por merecer, o que fariam com um cidadão comum!? Não, não há mais o Estado de Direito no Brasil. Hoje estamos sob Estado de Exceção no “brazil”. A Constituição Federal de 1988 foi “rasgada” por aqueles que deviam garanti-la!
Por coincidência há uma propaganda de um cesto de lixo de inox da Tramontina intercalado à mensagem, próprio para colocar a sentença de Moro, o MPF-A, a PF-A, o TRF4-A, o STJ-A, o STF-A(ou “Istf” – Inferior superior tribunal federal”.
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A pf já avisou que as acusações contra Lula no processo referente ao sítio de Atibaia TAMBÉM SÃO FALSAS! Padrão juizeco de agir!
https://cartacampinas.com.br/2018/07/peritos-comprovam-que-acusacoes-contra-lula-no-sitio-de-atibaia-tambem-sao-falsas/?fbclid=IwAR2E36lpVqS5OJIYlP9bp5X0pctvE4Tdp6yzNMxTXGWVcGWkLVKOCN6YbYo
EM RESUMO: MORO SE TORNA MINISTRO DO MAIOR INIMIGO POLÍTICO DE LULA. VERGONHA E MUITA HIPOCRISIA!