Em dezembro de 2015, a Prefeitura de Campinas anunciou o cancelamento do carnaval de rua em 2016, buscando com isso reduzir gastos.
Com o cancelamento, não haverá neste ano o tradicional desfile das escolas de samba, nem trios elétricos e outras apresentações culturais promovidas pelo município.
Com o cancelamento do carnaval de rua, a Prefeitura disse, na ocasião, que faria uma economia de pelo menos 1,3 milhão. A informação foi de que o cancelamento seria uma questão pontual deste ano, por conta da crise financeira. A intenção é que a festa seja mantida nos anos seguintes.
Ao anunciar o cancelamento, a Prefeitura garantiu, no entanto, o apoio de estrutura de banheiros e segurança para os blocos organizados pela população.
O fato é que na última terça-feira, 19, o vereador Thiago Ferrari (PTB) publicou na sua página em uma rede social uma mensagem dizendo que não haverá carnaval em Barão Geraldo. “O secretário de Cultura garantiu a mim e ao prefeito que não haverá Carnaval no centro de Barão e que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias junto a GM e PM”, diz a mensagem. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Por que não terminam o desfile dos blocos no centro de barão e a festa continua lá? Tem de misturar e resistir! Não adianta nada criticar os conservadores baronenses e não misturar a festa! E filmem a ação da GM, pq o pau vai comer por parte deles e com orientação de Thiago Ferrari, “bomba na praça do coco nao, só no centro”, vamos pro centro!!!
Como já disse, anteriormente, em outro canal de internet onde essa notícia foi comentada, eu vejo Campinas como uma cidade que não tem perfil para o “carnaval comercial” imitação dos carnavais do Rio de Janeiro e São Paulo.
Nossa cidade tem um perfil (já em declínio, mas ainda tem) cultural mais conectado com os blocos de rua, de marchinhas, coisa mais “pequena e mais de bairro”. Seria muito mais interessante um carnaval de blocos acontecendo nos bairros aonde essas manifestações já acontecem e uma maior interatividade dos cidadãos passeando e conhecendo melhor sua cidade. Uma coisa mais “turismo local”, que fomenta as pessoas se auto reconhecerem como células de um mesmo organismo. Isso por si só já alavancaria o comercio do município e criaria um espaço para a descoberta do “novo”, do “outro” e da própria cidade. Quem aqui conhece Campinas? Talvez uma reunião de blocos no último dia de carnaval? Já imaginaram a cidade inteira em festa, com seus cidadãos empoderados de curtir suas ruas, seus prédios históricos, seus pontos turísticos. Talvez o vandalismo que já ocorreu seja porque as pessoas estão segmentadas em seus bairros e não se enxergando como parte de um todo na urbe. Agora, é fato que o poder público precisa renovar sempre o seu olhar para a cultura local e fazer uma revisão de sua atuação que deveria ser de escutar a classe artística e a população e tentar, na medida do possível, formular mais e mais políticas públicas para o que já é público: a cultura de raiz da cidade. Esse é um patrimônio rico e em mutação eterna e que precisa ser protegido em todos os sentidos.