Festival Ocre promove encontro de arte urbana, com exposição, música, vídeo e rodas de conversa

O banco-rinoceronte de João Caçador no MACC (foto divulgação)

Do banco em forma de rinoceronte em frente ao Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) aos lambe-lambes e murais que transformam a cidade em uma galeria a céu aberto, a arte urbana vem modificando a paisagem nas mais diversas regiões de Campinas. Neste sábado, 29 de novembro, artistas que fazem das ruas suporte para a expressão artística estarão reunidos no Encontro Festival Ocre 2025.

O evento, a partir das 13h na Sala dos Toninhos, terá exposição, rodas de conversa, exibição de documentário imersivo, feira de arte, customização de peças ao vivo e show comandado por DJs. E no dia 7 de dezembro, o 2º Festival Ocre promove uma visita guiada gratuita pelas intervenções realizadas desde junho por 16 artistas, com informações sobre as obras, seus autores e os locais.

Ruas que contam histórias

A edição deste ano tem como tema “Ruas que Contam Histórias”. A partir dele, os 16 artistas – seis a mais do que no ano anterior – desenvolveram obras que narram diferentes trajetórias. “Tem artista que se inspirou na história do lugar, de um movimento ou até na própria vivência”, diz Gislaine “Gim” Martins, muralista e idealizadora do projeto.

Os artistas convidados, todos moradores da região, exploram diferentes linguagens da arte urbana: grafite, muralismo, escultura, mobiliário urbano, lambe-lambe e stencil. Dez locais receberam obras entre junho e setembro deste ano: Unicamp, MACC, Estação Cultura, além do Centro e os bairros Ouro Verde, Campo Grande, Jardim Garcia, Aurélia, Santa Lúcia e Padre Anchieta. Para a idealizadora, a expansão territorial é essencial para ampliar o debate. “O festival se espalhou pela cidade. A ideia é levar o entendimento sobre o que é arte urbana para todos os cantos de Campinas”, diz Gim.

Mural de Gim no Terminal Ouro Verde (foto divulgação)

A proposta do encontro, além de celebrar essa produção artística, é estimular o diálogo sobre suas vertentes. Ao longo da tarde, três rodas de conversa abordarão os temas “Inovação e Tecnologia na Arte”, “Arte Urbana e seus Impactos” e “Moda, Atitude e Posicionamento”. Vão participar do bate-papo Gim Martins, Thiago Toshio, Renata Chebel, Marta Henriksen, Katia Suzue, Vanusa Nus, Fabiano Carriero, Enivo, Felipe Grimaldi, Toxico, Cris Mendes, Eduardo Vilas, Joyce Pedroso e Érick Dantas.

Entre a programação e ao final dos bate-papos, os DJs Gabbs e Clandestina vão tocar para o público, que também vai poder conferir reproduções das obras realizadas no festival na exposição de fine arts e assistir a um vídeo imersivo, com óculos de realidade virtual, que mostrará a execução das obras por cada artista, além de ter acesso à feira de artes que será montada no local e a um espaço para customização de peças ao vivo.

Um segundo vídeo, que foi filmado ao longo de todo o processo do festival e que também registrará imagens dos debates e shows na Sala dos Toninhos, será lançado posteriormente e divulgado no YouTube oficial do Ocre. “Campinas é muito conservadora no entendimento do que é a arte urbana, na valorização dela. Existe ainda muito preconceito. Por isso, precisamos provocar conversas aqui e fomentar a produção de mais intervenções artísticas”, afirma Gim, que vê muito potencial para a arte urbana crescer na cidade.

Visita guiada

Durante a visita guiada marcada para 7 de dezembro, o público terá ainda a chance de conhecer em profundidade todas as obras. O ponto de partida, em transporte gratuito, será na Estação Cultura e percorrerá os locais das intervenções, com orientadores que apresentarão detalhes sobre cada artista e seus trabalhos. O horário de saída ainda será definido.

Para participar do passeio, com duração aproximada de quatro horas, é preciso fazer inscrição prévia através do link disponível no Instagram do projeto. Outra visita, exclusiva para crianças de escolas públicas da cidade, também fará parte da programação.

Obra de Carriero na Unicamp (foto divulgação)

Entre as obras que poderão ser vistas durante a visita estão o banco-rinoceronte no MACC, de João Caçador, que se inspirou na escultura de Salvador Dalí exposta no museu em 1998; um mural de 40 metros de Fabiano Carriero no Hospital das Clínicas da Unicamp; a composição geométrica criada por Marta Henriksen (Miss) no Terminal Campo Belo e os desenhos de Vida do Valle Canova que coloriram os muros em um terminal de ônibus no bairro Ouro Verde.

O percurso também terá obras assinadas por Gim, Vanusa Passos (Nus), Beatriz LuMO, Ratos, Wagner de Oliveira Tavares (Tóxico), Gustavo Cesar Pereira (Noel), Rebeca dos Santos Pereira (Beca), Emerson Dias, Dimeh, Moai, Nihao e Katrine Santos.

Intervenções tecnológicas

Todas as obras realizadas no 2º Festival Ocre têm placas com qrcodes que levam para vídeos com audiodescrição. Os conteúdos também são acessíveis em braile. Além disso, a intervenção com realidade aumentada, acessada pelo celular, cria uma sobreposição sobre a concepção original, transformando-a a partir da nova camada.

“A arte urbana tem o poder de resgatar e de transformar, e quando a tecnologia se soma a ela, esse poder se amplia. Juntas, elas podem despertar o desejo de aprender, de criar e de pertencer”, afirma Thiago Toshio, responsável por idealizar e executar as intervenções tecnológicas nas obras do festival. (Com informações de divulgação)

Serviço

Encontro Festival Ocre 2025
Data
: 29 de novembro de 2025
Horário: a partir das 13h
Local: Sala dos Toninhos
Endereço: Rua Francisco Teodoro, 1.050, Vila Industrial, Campinas-SP
Ingressos: entrada gratuita

Visita guiada
Data
: 7 de dezembro de 2025
Horário: a definir
Local de saída: Estação Cultura
Endereço: Praça Mal. Floriano Peixoto, Centro, Campinas-SP
Mais informações e inscrição: Instagram @ocre.arte
Ingressos: gratuito

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