(foto ricardo stuckert - pr)
Enquanto a imprensa brasileira só fala em um possível encontro entre Trump e Lula, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalha para ser membro pleno da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e mudar a história da relação entre o Brasil e os países da Ásia. Lula busca uma aproximação política com os países e a possibilidade de expansão do comércio brasileiro com um mercado de 680 milhões de habitantes.
“O Brasil trabalha para ser membro pleno da Asean. O Brasil tem de acreditar na sua economia, nós vivemos um bom momento econômico brasileiro. […] E por isso eu continuo viajando para ver se a gente aumenta a nossa balança comercial, a nossa reserva em dólares, nossos investimentos também no exterior e atrair novos investimentos para o Brasil”, disse.
A declaração foi dada após reunião com o secretário-geral da entidade, Kao Kim Hourn, em Jacarta, capital da Indonésia. O Brasil é o único país latino-americano a manter Parceria de Diálogo Setorial com a Asean, estabelecida em 2023, com iniciativas de coordenação política e de cooperação multissetorial.
O encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, talvez seja a parte menos importante da viagem ao sudeste da Ásia.
Na sequência Lula foi para Kuala Lumpur, na Malásia. Lá, a programação inclui participações na cúpula da Asean e no encontro de líderes do Leste Asiático (EAS), além de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Será a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro participará dessa cúpula.
Fundada em 1967 pela Indonésia, Malásia, pelas Filipinas, por Singapura e Tailândia, a Asean é uma organização regional que promove a cooperação econômica, política, de segurança e sociocultural entre os seus membros. Além dos países fundadores, o bloco é composto também por Brunei, Laos, Mianmar, pelo Vietnã, Camboja e, durante esta próxima cúpula, receberá formalmente a adesão do Timor Leste, que se tornará o 11º membro.
O comércio do Brasil com os países da Asean superou US$ 37 bilhões no ano passado e continua crescendo. Se fosse um único país, a Asean seria o quinto principal parceiro comercial do Brasil, atrás da China, União Europeia, dos Estados Unidos e da Argentina.
Durante o encontro com Kao Kim Hourn, Lula ressaltou que os projetos de cooperação para o desenvolvimento têm aproximado o Brasil e os países da Asen. O brasileiro frisou que a cooperação em bioenergia tem grande potencial e afirmou que, em 2026, pretende ampliar a pauta para as áreas de saúde e educação.
Lula ainda convidou o presidente da Asean para participar da Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém nos dias 6 e 7 de novembro. A associação asiática terá um pavilhão na COP30 e tem a intenção de criar um grupo de negociação no âmbito da conferência do clima no Brasil.
“Nesse mundo confuso, quanto mais parcerias econômicas nós tivermos, melhor. E não apenas econômicas e comerciais, mas parcerias entre as nossas universidades, nossos cientistas, entre os nossos ministros, para que a gente possa efetivamente não ficar dependendo de um único país. Quanto mais comércio a gente tiver, quanto mais forte for a nossa relação com os países, melhor é para o Brasil”, reforçou Lula.
“E também continuamos fazendo a pregação de que é preciso fortalecer o multilateralismo. É preciso que a gente fortaleça o multilateralismo, que a gente fortaleça as instituições que dão garantia ao multilateralismo para que a gente tenha uma economia mais sólida, para que a gente tenha menos protecionismo e para que a gente possa ter um comércio mais livre”, acrescentou.
Na quinta-feira (23), Lula foi recebido em visita oficial pelo presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Na ocasião foi adotado um comunicado conjunto e firmados oito acordos em áreas como minas e energia, agricultura, ciência e tecnologia e estatística. Foram, ainda, assinados diversos instrumentos entre setores privados dos dois países, com ênfase na área de transição energética.
O brasileiro também participou do encerramento do encontro empresarial, que reuniu cerca de 400 participantes de ambos os países. Para Lula, a balança comercial de US$ 6,3 bilhões entre Brasil e Indonésia é pequena diante do tamanho das suas economias e populações.
“Falta um pouco mais de entusiasmo dos países, entusiasmo dos nossos empresários. É por isso que eu quero agradecer aos empresários brasileiros que vieram”, disse Lula.
“Eu espero que a gente possa ter um entrosamento cada vez mais forte e que possa sair com uma perspectiva muito positiva para o Brasil. O mundo está a exigir dos líderes políticos muito mais volatilidade, competência de negociação, vontade de negociar e de fazer as coisas acontecerem”, completou o presidente.
Na Malásia, em visita oficial, Lula afirmou que “muda de patamar” a relação entre Brasil e o país do Sudeste Asiático. A declaração ocorreu logo após uma reunião bilateral entre o presidente brasileiro e o primeiro-ministro malásio, Anwar Ibrahim. O encontro em Putrajaya, onde fica a sede de governo e a residência oficial do governo malasiano, marca um novo momento nas relações bilaterais, com foco no fortalecimento de parcerias em áreas estratégicas, acrescentou Lula.
Esta é a primeira visita do presidente Lula à Malásia e a segunda de um chefe de Estado brasileiro ao país, 30 anos depois da primeira. O encontro consolida o diálogo iniciado entre os dois líderes em reuniões anteriores nas cúpulas do G20, em novembro de 2024, e do BRICS, em julho deste ano, e reflete a convergência entre as nações em temas globais como o fortalecimento do multilateralismo, o combate à fome e a promoção da paz.
O Brasil também retomou oficialmente o comércio de carne de frango com a Malásia e anunciou a abertura de seis novos mercados para produtos do agronegócio nacional. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (24), após uma reunião entre o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o ministro malaio da Agricultura e Segurança Alimentar, Mohamad Sabu.
Além da retomada das exportações de frango, o Brasil garantiu a ampliação do acesso de outros produtos ao mercado malaio. A Malásia autorizou a importação de pescados extrativos e de cultivo, gergelim, melão e maçã, e formalizou a abertura para ovos em pó. Outro avanço foi a antecipação da missão de auditoria que avaliará 16 plantas brasileiras de carne suína, abrindo caminho para novas exportações.
Com esses acordos, o governo brasileiro reforça sua presença estratégica no Sudeste Asiático, região considerada prioritária pela política de diversificação comercial do país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também recebeu, neste sábado (25/10), o título de Doutor Honoris Causa em Filosofia e Desenvolvimento Internacional e Sul Global concedido pela Universidade Nacional da Malásia (UKM). A homenagem reconhece a trajetória política de Lula e sua atuação em prol da inclusão social, do combate à fome e da cooperação internacional.
Recebo o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Nacional da Malásia não como um ponto de chegada, mas como um estímulo a continuar lutando por um mundo mais justo, sustentável e solidário”, disse Lula.
Durante a cerimônia, uma das muitas agendas da visita do presidente à Malásia, Lula afirmou que a honraria pertence a todo o povo brasileiro. “Recebo o título com profunda emoção e sincera gratidão. Este título é um merecido reconhecimento ao povo brasileiro. Esse diploma não é do Lula. É de 215 milhões de brasileiros”, declarou. (com informações da Agência Brasil e 247)
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