O quinto voo da operação Voltando em Paz, do Governo Federal, pousou no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, no início da madrugada deste domingo, dia 15 de outubro, às 1h45. A aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) retirou mais 215 brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio — entre os quais nove bebês de colo. Nesta primeira fase da operação já são 916 pessoas resgatadas.
A aeronave deixou Tel Aviv, em Israel, neste sábado (14), às 11h55 (horário de Brasília – 17h55 no horário local). Junto com os passageiros, viajaram 16 animais de estimação, sete pets embarcados na cabine de passageiros e nove transportados no porão da aeronave. Ao todo, foram 24 animais de estimação trazidos pela operação.
A articulação do governo brasileiro teve início há uma semana, no sábado (7), data dos atentados terroristas em Israel que se desdobraram em conflito armado de grandes proporções. No próprio sábado, foi criado um gabinete de crise. As embaixadas do Brasil em Tel Aviv (Israel), Cairo (Egito) e o Escritório de Representação em Ramala (na Palestina) foram acionados.
Um formulário online ajudou a identificar os brasileiros em situação de dificuldade. Mais de 2,7 mil manifestaram interesse em retornar. Requisitos de prioridade para brasileiros sem passagens, não residentes, gestantes, idosos, mulheres e crianças foram adotados. O governo brasileiro também garantiu transporte de ônibus das principais cidades israelenses para o aeroporto de Tel Aviv.
Já houve desembarques em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife e as aeronaves seguem indo e voltando para garantir o retorno de todos. No Brasil, a quarta aeronave com repatriados chegou ao Rio de Janeiro com 207 passageiros na madrugada deste sábado (14). O terceiro voo de resgate trouxe 69 passageiros e aterrissou na manhã de sexta-feira. Cinco desceram em uma escala em Recife (PE) às 6h07 e os demais no destino final da aeronave — a Base Aérea de Guarulhos (SP).
Os primeiros 211 brasileiros repatriados desembarcaram em um voo da FAB que chegou na quarta-feira à Base Aérea de Brasília (DF). Outros 214 chegaram na quinta-feira ao Aeroporto do Galeão, no Rio.
GAZA — A aeronave da Presidência da República destacada para resgatar o grupo de brasileiros que está no lado palestino do conflito no Oriente Médio segue em Roma, na Itália, aguardando o momento de se deslocar para o Egito. O avião é um VC-2 da Embraer com 40 lugares.
Neste sábado, um grupo com 16 brasileiros iniciou o deslocamento para cruzar a fronteira. Eles estavam abrigados na escola católica Rosary Sisters, no norte de Gaza, e seguiram num ônibus fretado pelo Governo Brasileiro para Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza. Lá, se juntaram a um outro grupo de cerca de 12 brasileiros que têm interesse na repatriação.
Neste sábado, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, telefonou e articulou com presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, líder do povo palestino, e com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, o apoio à retirada de brasileiros que estão tentando deixar a Faixa de Gaza. Quando estiverem no Egito, os brasileiros seguirão para o aeroporto que ainda será definido para o traslado final do grupo para o Brasil.
“Os brasileiros que estavam em Gaza conseguiram sair da zona de conflito e chegaram a Khan Yunis, posto de fronteira com o Egito. Agora, vamos esperar que essa fronteira abra. Assim que abrir, imediatamente a gente consegue fazer o nosso pessoal cruzar. Mas, graças a Deus, eles estão longe da parte mais intensa dos bombardeios, que é a parte Norte”, afirmou o embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia.
Inicialmente, o grupo aguardaria na cidade de Khan Yunis pela autorização do governo do Egito para ingressar em território egípcio e embarcar em um voo de volta ao Brasil. Contudo, já com o grupo em Khan Yunis, as autoridades optaram por transferir os brasileiros para Rafah.
Em nota, o Palácio do Planalto apontou que, além de “garantir uma noite mais tranquila” para os 16 brasileiros, a “pequena casa” que o governo alugou em Rafah fica “a uma caminhada de distância do posto de fronteira com o Egito” (Da Ascom/Agência Brasil)