Mostra no MASP destaca entre pinturas, livros e mapas as múltiplas, abertas, inconstantes e insurgentes ‘Histórias Brasileiras’

Em São Paulo – De 26 de agosto a 30 de outubro, fica em cartaz no MASP – Museu de Arte de São Paulo a exposição “Histórias Brasileiras”.

Histórias brasileiras são histórias complexas, contraditórias, múltiplas, fragmentadas, incompletas. A exposição é apresentada no ano em que se completam 200 anos da Independência do Brasil e 100 anos da Semana de Arte Moderna. Mas são também os 100 anos da morte do escritor Lima Barreto, 100 anos do nascimento dos artistas Judith Lauand e Rubem Valentim. Além disso, há hoje uma intensa revisão das histórias do Brasil – expressa em livros, exposições, conferências, filmes e documentários. Quais são os temas, as narrativas, os eventos, e as personagens a serem celebrados, estudados e questionados neste longo e conflituoso processo? Quais têm sido esquecidos de maneira proposital? 

Desde 2016, o MASP tem organizado uma série de mostras e projetos em torno de diferentes histórias – Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017), Histórias afro-atlânticas (2018), Histórias das mulheres, Histórias feministas (2019), Histórias da dança (2020) e, agora, estas Histórias brasileiras (2022). A programação do ano ou do biênio – como é o caso de 2021-22 – em que se realizam essas exposições coletivas é dedicada a essas mesmas histórias e é complementada com mostras individuais que se conectam ao tema. Não por acaso, elas se aproximam dos conteúdos, das imagens e das agendas da história social, cultural e política, estando mais relacionadas a pautas contemporâneas e à vida cotidiana, do que estritamente à história da arte – como indica a sucessão de nossa série de Histórias

Histórias brasileiras é dividida em oito núcleos organizados por temas (e não por cronologias ou meios), cada um localizado em uma sala: quatro no primeiro andar do MASP (Bandeiras e mapas; Paisagens e trópicos; Terra e território; Retomadas) e quatro no primeiro subsolo (Retratos; Rebeliões e revoltas; Mitos e ritos; Festas). A exposição inclui mais de 400 objetos: pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, vídeos, instalações, jornais, revistas, livros, documentos, bandeiras e mapas. Ela é organizada por 11 curadores, o que sublinha o caráter polifônico (com muitas vozes) do projeto. Cada núcleo é curado por uma dupla de curadores, e entre os núcleos identificamos sobreposições, complementações, conexões e contradições. 

Nas escolas, ainda aprendemos que a história é uma só. Mas não é. Nossas Histórias (no plural) indicam que este é um processo aberto, que não contempla apenas uma narrativa (definitiva, coerente, monolítica e evolutiva), mas inclui muitas (abertas, diversas, inconstantes, insurgentes, preliminares e em conflito).

Histórias brasileiras tem a direção curatorial de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Lilia M. Schwarcz, curadora convidada. A exposição é curada com Amanda Carneiro, curadora assistente, MASP; André Mesquita, curador, MASP; Clarissa Diniz, curadora convidada; Fernando Oliva, curador, MASP; Glaucea Brito, curadora assistente, MASP; Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP; Isabella Rjeille, curadora, MASP; Sandra Benites, curadora convidada; Tomás Toledo, curador convidado. 

Esta exposição integra o biênio de programação no MASP dedicado às Histórias brasileiras, em 2021-22, que coincide com o bicentenário da Independência do Brasil em 2022. Neste ano, o ciclo inclui também exposições individuais de Alfredo Volpi (1896-1988), Abdias Nascimento (1914-2011), Joseca Yanomami, Luiz Zerbini, Dalton Paula, Madalena dos Santos Reinbolt (1919-1977), Judith Lauand e Cinthia Marcelle, bem como mostras na sala de vídeo de Aline Motta, Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, Letícia Parente, Melanie Smith e Tamar Guimarães.

Mais informações no site do MASP.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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