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11ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema destaca as temáticas socioambientais em diversos filmes e debates

Até o dia 19 de agosto, a cidade de Piracicaba, próxima a Campinas, recebe a programação da 11ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento audiovisual da América do Sul dedicado às temáticas socioambientais.

Cena do filme “Animal”, de Cyril Dion

Até o momento, estão confirmadas sessões em 18 instituições de ensino e espaços culturais. As sessões abertas ao público acontecerão no SESC Piracicaba, Teatro de Engenho, ESALQ-USP, Horto de Tupi, Teatro do Sesi – Vila Industrial, UNIMEP. Também serão realizadas exibições educacionais no Colégio Piracicabano, Colégio Objetivo, FUMEP, Etec Cel. Fernando Febeliano da Costa, Etec Dep. Ary de Camargo Pedroso, FATEC, Anhembi Morumbi, IFSP, Senai Mário Dedini, Senai Mário Henrique Simonsen, Sesi Jardim Planalto, SENAC e UNISAL. Além da exibição de filmes, diversas sessões serão seguidas de debates ou bate-papos com convidados especiais. Todas as atividades são gratuitas. 

Entre os destaques da programação está o elogiado documentário “Animal” (2021), lançado no Festival de Cannes. Neste filme, o diretor francês Cyril Dion aborda, a partir de dois jovens ativistas, uma geração convencida de que seu futuro está em perigo. Também será exibido no evento “Ascensão” (2021), de Jessica Kingdon, indicado ao Oscar de melhor documentário. O longa oferece um impressionante retrato do “Sonho Chinês”, expressão cunhada pelo Secretário-Geral do Partido Comunista e presidente da China Xi Jinping; a obra expõe a busca paradoxal por riqueza e progresso na China do século 21. Já “Uma Vez Que Você Sabe” (2020), do documentarista Emmanuel Cappellin, traz um alerta: para uma parte dos cientistas, a oportunidade de evitar mudanças climáticas catastróficas já passou. A obra, exibida em eventos na Itália, Reino Unido e Hong Kong, coloca a pergunta: como se adaptar ao colapso? 

“O Território” (2022), produzido por Darren Aronofsky (diretor de “Réquiem para um Sonho” e “Mãe!”) e dirigido por Alex Pritz, foi vencedor do prêmio especial do júri e prêmio do público no Festival de Sundance. O filme fala da luta do povo indígena Uru-eu-wau-wau, em Rondônia, e de ativistas como Neidinha Suruí que lutam para proteger a terra indígena e a floresta da invasão por grileiros. “A Mãe de Todas as Lutas”, de Susanna Lira, é um documentário que recorre à memória para vislumbrar um futuro de mudanças sob a ótica feminina. O filme acompanha a trajetória de Shirley Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão no front da luta pela terra no Brasil. “Lavra” (2021), de Lucas Bambozzi, foi exibido no IDFA-Amsterdã e premiado no Festival de Brasília; o filme aborda o rompimento da barragem em Mariana (MG), a maior tragédia ambiental do Brasil.

Exibido no Festival de Cannes, “Caminhando sobre as Águas” (2021), de Aïssa Maïga, retrata os habitantes de uma pequena aldeia no Níger, que lutam para ter acesso à água no meio do deserto vítima do aquecimento global. “As Sementes de Vandana Shiva” (2021), de Camilla Becket e James Becket, conta a história de vida notável da ecoativista gandhiana Dra. Vandana Shiva, revelando como ela enfrentou os Golias corporativos da agricultura industrial, ganhou destaque nos movimentos de economia de sementes e alimentos orgânicos e está inspirando uma cruzada internacional transformadora. Por sua vez, “Geração Z” (2021), de Liz Smith, examina como a revolução digital está impactando nossa sociedade, nosso cérebro e nossa saúde mental.

A programação inclui ainda o canadense “Beleza Tóxica” (2019), de Phyllis Ellis, um documentário contundente sobre a falta de regulação da indústria cosmética e sobre o verdadeiro custo da beleza; “Ladrões do Tempo” (2018), uma coprodução Espanha/França dirigida por Cosima Dannoritzer que investiga como o tempo se tornou uma nova fonte cobiçada; “Injustiça Climática” (2018), de Judith Helfand, que relaciona a devastação de um desastre natural ao desastre do racismo estrutural a partir da pior onda de calor da história dos Estados Unidos; e “Descarte” (2021), de Leonardo Brant, um documentário sobre o drama social do lixo apresentado a partir de histórias inspiradoras de artistas, designers, artesãos e ativistas que transformam materiais recicláveis com inovação e sensibilidade.

A itinerância faz parte da Mostra Ecofalante de Cinema, cuja 11ª edição acontece este ano entre 27 de julho e 17 de agosto. Realizado anualmente desde 2012, o festival contribui para a difusão de importantes e premiadas obras cinematográficas raras ao público brasileiro. Através de filmes e debates gratuitos, a Mostra ampliou e definiu novos parâmetros para este tipo de iniciativa, colocando em discussão – além de biodiversidade, emergência climática, contaminação e povos originários – temas relacionados à vida nas cidades, ativismo, alimentação, consumo, economia, trabalho e saúde.

A programação completa do evento será divulgada em breve através do site ecofalante.org.br.

A itinerância da Mostra Ecofalante de Cinema em Piracicaba é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Tem apoio da IHS Brasil e apoio institucional do Sesc, da Prefeitura Municipal de Piracicaba, através da Secretaria de Cultura, Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Educação, e da Diretoria de Ensino – Região de Piracicaba da Secretaria de Educação do Governo do Estado de São Paulo. É uma produção da Doc & Outras Coisas e coprodução da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e da Secretaria Especial de Cultura e do Ministério do Turismo.

11ª Mostra Ecofalante de Cinema – Itinerância Piracicaba

2 a 19 de agosto de 2022

Programação gratuita

Locais:

SESC Piracicaba – R. Ipiranga, 155 – Centro

Teatro de Engenho – Av. Dr. Maurice Allain, 454 – Parque do Engenho Central

ESALQ-USP – Av. Pádua Dias, 11 – Agronomia, Piracicaba – SP, 13418-900

Horto de Tupi – Endereço. Estrada Rissieri Furlan, s/n° – Tupi

Teatro do Sesi – Av. Luiz Ralf Benatti, 600 – Vila Industrial

UNIMEP – Rod. do Açúcar, km- 156 – Taquaral

Programação no SESC Piracicaba

2/08 (terça-feira) – 20h

Animal (Animal) Dir. Cyril Dion, França, 2021, 120′

“Os jovens ativistas Bella e Vipulan, ambos de 16 anos, fazem parte de uma geração convencida de que seu futuro está em perigo. Entre a emergência climática e a 6ª extinção em massa, seu mundo pode ser inabitável daqui a 50 anos. Cyril Dion, diretor de Amanhã, documentário que levou mais de um milhão de franceses ao cinema, os leva em uma jornada extraordinária para conversar com algumas das pessoas mais dedicadas ao mundo animal e entender em outro nível o quão profundamente nós, os humanos, estamos ligados a todas as outras espécies vivas. E que ao salvá-los… também estamos nos salvando”.

4/08 (quinta-feira) – 19h

A Mãe de Todas as Lutas Dir. Susanna Lira, Brasil, 2021, 84′

“O filme acompanha a trajetória de Shirley Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão à frente da luta pela terra no Brasil. Shirley traz a missão de honrar as mulheres e a sabedoria das Guerreiras Krenak, da região de Minas Gerais. Maria Zelzuita é uma das sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. As trajetórias destas duas mulheres nos ligam ao conceito da violência e apropriação do corpo feminino”.

após o filme, bate papo 

Mulheres, feminismos e as lutas socioambientais 

Após exibição do filme “A mãe de todas as lutas”, uma conversa com Vivian Delfino, doutoranda em Ciências Sociais pela Unicamp, mestra em Agroecologia e Desenvolvimento Rural pela UFSCar, com graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa. Coordena o Grupo de Trabalho Mulheres, da Associação Brasileira de Agroecologia. É professora do IFSP São Roque, onde desenvolve pesquisa-ação na linha: agroecologia, feminismos e questões étnico raciais. 

7/08 (domingo) – 17h

As Sementes de Vandana Shiva (The Seeds of Vandana Shiva), Dir. Camilla & James Becket, EUA, Australia, 2021, 88′

“Como a filha obstinada de um conservador florestal do Himalaia se tornou o pior pesadelo da Monsanto? As Sementes de Vandana Shiva conta a história de vida notável da ecoativista gandhiana Dra. Vandana Shiva, revelando como ela enfrentou os Golias corporativos da agricultura industrial, ganhou destaque nos movimentos de economia de sementes e alimentos orgânicos e está inspirando uma cruzada internacional transformadora”.

9/08 (terça-feira) – 20h

Caminhando Sobre as Águas (Above Water) Dir. Aissa Maiga, França, Bélgica, 2021, 90′

“No norte do Níger, os habitantes de Tatiste, uma pequena aldeia no meio do deserto vítima do aquecimento global, lutam para ter acesso à água. Todos os dias, Houlaye, uma jovem de quatorze anos, caminha quilômetros para buscar água. Neste documentário delicadamente construído em próxima colaboração com os habitantes, observamos como a falta desse bem essencial afeta a vida de todos. A descoberta de um aquífero debaixo da aldeia, no entanto, vai mobilizar seus habitantes a exigir das autoridades a perfuração do solo e trazer, assim, a cobiçada água para o centro da vila”.

11/08 (quinta-feira) – 19h

Uma Vez Que Você Sabe (Once You Know) Dir. Emmanuel Cappelin, França, 2020, 105′

“Desde os anos 70 do século passado, cientistas soam o alarme sobre um possível colapso ambiental induzido pela corrida desenfreada pelo crescimento, que ignora o conceito da finitude dos recursos naturais. Um grupo deles afirma que a oportunidade de evitar mudanças climáticas catastróficas já passou. A partir daí, perguntam: como se adaptar ao colapso? Uma Vez Que Você Sabe leva os espectadores a uma jornada íntima pelo abismo de um mundo à beira da catástrofe, na interseção entre ciência climática e desobediência civil”.

após o filme, bate papo 

Articulações políticas e multissetoriais sobre o clima em mudança no Brasil 

Após exibição do filme “Uma vez que você sabe: o peso da verdade”, uma conversa com Bruno Vello, analista de Políticas Públicas no Imaflora, mestre em Ciência Política (USP), bacharel em Administração Pública (UNESP) e vice-presidente da Comissão Municipal de Mudanças Climáticas de Piracicaba. Atua na promoção de mecanismos de transparência pública, participação social e prestação de contas nas políticas de clima, floresta e agricultura. 

14/08 (domingo) – 17h

Ascensão (Ascension) Dir. Jessica Kingdon, EUA, 2021, 97′

“Ascensão é um retrato impressionista do ‘Sonho Chinês’, expressão cunhada pelo Secretário-Geral do Partido Comunista e presidente da China Xi Jinping. O documentário explora a busca paradoxal por riqueza e progresso na China do século XXI, passeando por chãos de fábrica, convenções de influencers e pelas aspirações de consumidores da classe média e alta da sociedade chinesa”.

16/08 – (terça-feira) – 20h

Lavra Dir. Lucas Bambozzi, Brasil, 2021, 101’ 

“Camila, geógrafa, retorna à sua terra natal depois de o rio de sua cidade ser contaminado pelo maior crime ambiental do Brasil, provocado por uma mineradora transnacional. Camila segue o caminho da lama que atingiu o rio, varreu povoados, tirou vidas e deixou um rastro de morte e destruição, e começa a repensar seu estilo de vida. Decide fazer um mapeamento dos impactos da mineração em Minas Gerais e se envolve com ativistas e movimentos de resistência, saindo do individualismo para a coletividade. Lavra é um road-movie sobre perder um mundo e tentar recuperá-lo, sobre pertencimento e identidade, na guerra em curso entre capitalismo e a natureza”.

18/08 (quinta-feira) – 19h

O Território (The Territory)  Dir. Alex Pritz, Brasil, Dinamarca, EUA, 2022 86′  

“Dentro do território Uru-eu-wau-wau, no estado de Rondônia, há menos de 200 pessoas para defender mais de 11.000 quilômetros quadrados de floresta tropical. Nas margens do território protegido, um grupo de posseiros se organiza para reivindicar oficialmente um pedaço de terra, enquanto grileiros individuais começam a desmatar trechos de floresta tropical para si mesmos. Com a sobrevivência da comunidade em jogo, Bitaté Uru-eu-wau-wau e Neidinha Bandeira – um jovem líder indígena e sua mentora – devem encontrar novas maneiras de proteger a floresta e a si mesmos”.

após o filme, bate papo 

Avanço das atividades ilegais em territórios indígenas da Amazônia 

Após exibição do filme “O território”, conversa com Edson Vidal, Engenheiro Agrônomo, Mestre em Recursos Florestais e Doutor em Ciências da Engenharia Ambiental. Por 14 anos foi pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. É professor de manejo florestal na ESALQ/USP, atuando principalmente com os seguintes temas: Ecologia e Manejo de Recursos Naturais, Políticas Públicas, Certificação Florestal, Dinâmica de Florestas Tropicais, Economia Florestal, e Ecologia e Manejo de Cipós. 

Programação UNIMEP

Auditório Verde

10/08 – (quarta-feira) – 8h30

Descarte Dir. Leonardo Brant, Brasil, 2021, 52’

“DESCARTE é um documentário de Leonardo Brant sobre o drama social do lixo, apresentado a partir de histórias inspiradoras de artistas, designers, artesãos e ativistas que transformam materiais recicláveis com inovação e sensibilidade. Histórias inspiradoras e educativas sobre como podemos dar novos destinos a tudo o que consumimos”.

10/08 – (quarta-feira) – 19h30

Sob a Pata do Boi Dir. Márcio Isensee e Sá, Brasil, 2018, 49′

“A Amazônia tem hoje 85 milhões de cabeças de gado, três para cada habitante da região. Na década de 1970, quase não havia bois e a floresta estava intacta. Desde então, uma porção equivalente ao tamanho da França desapareceu, da qual 66% virou pastagem. A mudança foi incentivada pelo governo, que motivou a vinda de milhares de fazendeiros de outras partes do país. A pecuária tornou-se bandeira econômica e cultural da Amazônia, forjando poderosos políticos a defendê-la. Em 2009, o jogo começou a virar quando o Ministério Público obrigou os grandes frigoríficos a monitorarem o desmatamento nas fazendas de onde compram gado”.

15/08 – (segunda-feira) – 8h30

Ladrões do Tempo (Time Thieves)  Dir: Cosima Dannoritzer, Espanha/França, 2018, 52′

“Deixe a água, o petróleo e os metais raros de lado por um momento. Há um novo recurso cobiçado por todos: o (nosso) tempo. De nos deixar imprimir o próprio cartão de embarque e despachar a bagagem até lucrar com nossas visualizações de páginas e cliques, este filme revela como companhias e redes sociais monetizam o nosso tempo sem o nosso conhecimento, fazendo dele o seu modelo de negócio, destruindo milhões de empregos e controlando nosso comportamento”.

15/08 – (segunda-feira) – 19h30

Superalimentos (The Superfood Chain) Dir: Ann Shin, Canadá, 2018, 70′

“Todos os anos, um novo “superalimento” com propriedades nutricionais extraordinárias, é apresentado ao ocidente. Este filme explora os fatos e mitos por trás dos superalimentos. Revela o efeito cascata dessa indústria nas famílias de agricultores e pescadores mundo afora, explorando paisagens e povos da Bolívia, Etiópia e do arquipélago de Haida Gwaii, no Canadá. Divulga ainda os grandes problemas gerados pela globalização dos superalimentos, incluindo efeitos imprevistos na saúde, segurança alimentar, agricultura sustentável e nas práticas de comércio justo”.

17/08- (quarta-feira) – 8h30

Sessão de curtas: O Andar de Cima, Crescer Onde Nasce o Sol, Quem Saiu para Entrega, Meu arado, feminino, Autofitness, Cor de Pele, Osiba Kangamuke

O andar de cima Dir: Tomás Fernandes da Silva, Brasil, 2021, 23’

Um acidente provoca a morte de um porteiro em um condomínio de classe média em São Paulo. Diante do imprevisto, o síndico investiga os diferentes espaços do prédio à procura do culpado, ao mesmo tempo que lida com os seus moradores mesquinhos. Enquanto as tensões aumentam, os preconceitos de um país desigual mostram sua verdadeira face.

Crescer Onde Nasce o Sol Dir: Xulia Doxágui, Brasil, 2021, 13

“No Alto do Sol Nascente não tem praça, nem parque. As crianças que crescem onde o sol nasce, demarcam com as próprias mãos os territórios do brincar”.

Quem Saiu Para Entrega? Dir: Leonardo Roque Machado, Evaldo Cevinscki Neto, Paula Roberta de Souza, Brasil, 2021, 20’

“Histórias de entregadores de comida por app num Brasil em pandemia. Um documentário em formato vertical, dirigido remotamente”.

Meu Arado, Feminino Dir: Marina Polidoro, Brasil, 2021, 21’

“A pluralidade feminina do campo honra seu elo com a natureza, em quatro histórias entendemos sobre realidades distintas de gênero, classe e raça”.

Autofitness Dir: Alberto Couceiro & Alejandra Tomei, Alemanha, 2015, 21′

“Ser ou não… ter tempo de ser? O filme é uma poesia labiríntica sobre o automatismo humano. Uma reflexão sobre nossa relação diária com o dinheiro e com o tempo, uma animação tragicômica que brinca com o conceito da constante e penetrante aceleração. Um filme sobre a opressiva loucura cotidiana e o automatismo em que somos forçados a viver, trabalhar, respirar, pensar e: existir. Uma paródia da já antiga “vida moderna”.

Cor de Pele Dir: Larissa Barbosa, Brasil, 2019, 4′

“Cor de Pele se enuncia através de um poema, retratando questões que permeiam a vida de mulheres negras, como o machismo e o racismo, mas também a ancestralidade e a força que essas mulheres encontram em sua união, entendendo que essas narrativas, apesar de distintas, estão calcadas em uma mesma raiz”.

Osiba Kangamuke – Vamos Lá, Criançada Dir: Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro & Veronica Monachini Brasil 2016 19′

As crianças da aldeia Aiha Kalapalo, do Parque Indígena do Alto Xingu (MT), são as protagonistas desse filme e escolheram mostrar alguns aspectos da sua rotina e da sua cultura. Da escola, onde aprendem o português até os rituais e a luta ikindene, os pequenos Kalapalo demonstram uma sutileza peculiar de quem conhece suas tradições. Osiba Kangamuke – Vamos Lá, Criançada, é resultado de uma oficina de vídeo realizada com as crianças na aldeia, em Julho de 2015 assim, elas participam não só da atuação, mas também em todo o processo de filmagem. O filme é uma produção coletiva de cineastas indígenas e não-indígenas, antropólogos e pessoas da comunidade Kalapalo.

17/08- (quarta-feira) – 19h30

Sessão de curtas: Neguinho, Como Respirar Fora d´Água, [O Vazio que Atravessa], Yãy tu nunãhã payexop: encontro de pajés, Cidade de Quem Corre, Mãe do Mangue, Tapajós Ameaçado

Neguinho Dir: Marçal Vianna , Brasil, 2020, 20

“Jéssica, mãe de Zeca, um menino da periferia que ganhou uma bolsa numa escola particular, é chamada para uma reunião com a professora do seu filho. Em um encontro cheio de farpas, reflexões e visões de mundo distintas, um veredicto é dado e o destino de Zeca precisará ser decidido”.

Como respirar fora d’água Dir: Júlia Fávero e Victoria Negreiros, Brasil, 2021, 16

“Na volta de um dos seus treinos de natação, Janaína é enquadrada por policiais. Já em casa e livre de perigo, ela enfrenta a relação com seu pai, também policial militar, com outros olhos”.

[O vazio que atravessa] Dir: Fernando Moreira, Brasil, 2021, 23

Transpassadas pela ganância, duzentas e setenta e duas pessoas foram soterradas pelos rejeitos de minério da companhia Vale em Brumadinho (MG) em 2019. O vazio que agora acompanha os que ficaram jamais será preenchido. Este filme-homenagem é dedicado às vítimas da mineração irresponsável que permanece cobrando seu preço com sangue e devastação.

Yãy tu nunãhã payexop: encontro de pajés Dir: Sueli Maxakali, Brasil, 2021, 26

Em julho de 2020, em plena pandemia de Covid-19, cerca de 100 famílias tikmῦ’ῦn-maxakali deixaram a reserva de Aldeia Verde (Ladainha, MG) em busca de uma nova terra. A tensão causada pelo isolamento tornou mais urgente a necessidade de uma terra rica em matas e, sobretudo, água, na qual pudessem fortalecer as relações com os povos-espíritos yãmĩyxop, através dos cantos, rituais, festas e brincadeiras.

Cidade de Quem Corre Dir: Fernando Martins, Brasil, 2019, 11′

Documentário sobre o cotidiano de entregadores de aplicativos que percorrem a cidade de São Paulo em bicicletas.

Mãe do Mangue Dir: Isabella Cruvinel Santiago & Jonas Torralba Batista, Brasil, 2018, 17′

O documentário apresenta o modo de vida e trabalho das mulheres pescadoras da Rede de Mulheres de Comunidades Extrativistas Pesqueiras do Sul da Bahia e seu processo de empoderamento. o filme revela o trabalho excedente exercido pelas mulheres marisqueiras no âmbito produtivo, doméstico e comunitário – além dos desafios decorrentes do desequilíbrio entre gêneros nesta atribuição de funções, como violência doméstica, gravidez precoce, investimento na profissionalização dos filhos e desvalorização laboral.

Tapajós Ameaçado Dir: Thomas Pedro, Brasil, 2021, 24′

O filme acompanha 25 lideranças indígenas da região do baixo e médio Tapajós para apresentar as suas perspectivas em relação a uma série de mega projetos que estão sendo planejando para a região, tais como ferrovias, hidrovias, agronegócio, mineração e outros.

Programação Teatro Erotídes de Campos

10/08 (quarta-feira) – 9h00

Beleza Tóxica (Toxic Beauty) Dir: Phyllis Ellis, Canadá, 2019, 90′

Para muitos de nós, faz parte da rotina: os cuidados com a higiene e os produtos que usamos diariamente nos colocam em contato com centenas de substâncias químicas. As companhias multi-bilionárias da indústria cosmética nos asseguram que não há razão para se preocupar. No entanto, uma ação judicial coletiva histórica contra a Johnson & Johnson e seu talco para bebês afirma que a multinacional sabia dos ingredientes cancerígenos mas nada fez. Beleza Tóxica é um documentário contundente sobre a falta de regulação da indústria cosmética e sobre o verdadeiro custo da beleza. TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=V3qZYsnGptg

10/08 (quarta-feira) – 13h30

Pajeú Dir: Pedro Diogenes, Brasil, 2020, 74’

Maristela está sendo atormentada por um sonho constante: uma criatura emergindo das águas do Riacho Pajeú. A estranheza e insistência do pesadelo começam a atrapalhar o sono e o cotidiano de Maristela, que, procurando uma solução para seu problema, inicia uma pesquisa sobre o Riacho, sua história e seu desaparecimento. Os pesadelos não param. Sonho e realidade se misturam. Pessoas próximas a Maristela começam a desaparecer, assim como o Pajeú desapareceu. A angústia dela aumenta, junto com o medo de também sumir.

11/08 (quinta-feira) – 9h00

Sessão de curtas: Neguinho, Lua, Mar e O Andar de Cima

Neguinho Dir: Marçal Vianna, Brasil, 2020, 20’

Jéssica, mãe de Zeca, um menino da periferia que ganhou uma bolsa numa escola particular, é chamada para uma reunião com a professora do seu filho. Em um encontro cheio de farpas, reflexões e visões de mundo distintas, um veredicto é dado e o destino de Zeca precisará ser decidido.

Lua, Mar Dir: Água, Brasil, 2021, 25’

Em um futuro próximo, a periferia paulista, alagada devido ao agravamento do aquecimento global, assiste ao início de um projeto mundial de colonização da Lua. Mauro reencontra sua ex-namorada de 10 anos atrás – Luana. Ele é um militante anti – colonização, ela acabou de prestar os exames para se tornar uma das primeiras colonizadoras da Lua. O que prevalecerá; o afeto ou a ideologia?

O andar de cima Dir: Tomás Fernandes da Silva, Brasil, 2021, 23’

Um acidente provoca a morte de um porteiro em um condomínio de classe média em São Paulo. Diante do imprevisto, o síndico investiga os diferentes espaços do prédio à procura do culpado, ao mesmo tempo que lida com os seus moradores mesquinhos. Enquanto as tensões aumentam, os preconceitos de um país desigual mostram sua verdadeira face.

11/08 (quinta-feira) – 13h30

Rolê – Histórias dos Rolezinhos Dir: Vladimir Seixas, Brasil, 2021, 82

Os Rolezinhos em shoppings no Brasil mobilizaram milhares de pessoas nos últimos anos. Essa forma inusitada de manifestação escancarou as barreiras impostas pela discriminação racial e exclusão social. Acompanhe neste documentário a vida e as lembranças de três personagens negras que enfrentaram situações traumáticas de racismo e participaram das ocupações em shoppings. Descubra os sonhos, a beleza, a poesia, a arte e a política de uma geração que encontrou novas maneiras de lidar com a violência vivida promovendo um intenso debate pelo país.

16/08 (terça-feira) – 9h00

Geração Z (I am Generation Z) Dir: Liz Smith, EUA, Reino Unido, 2021, 101′

Por meio de entrevistas com especialistas e das lentes da Web da Geração Z, o documentário explora como a revolução digital está impactando nossa sociedade, nosso cérebro e nossa saúde mental, como as forças que a impulsionam estão trabalhando contra a humanidade e nos colocam em uma trajetória perigosa.

16/08 (terça-feira) – 13h30

A Mãe de Todas as Lutas Dir. Susanna Lira, Brasil, 2021, 84′

“O filme acompanha a trajetória de Shirley Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão à frente da luta pela terra no Brasil. Shirley traz a missão de honrar as mulheres e a sabedoria das Guerreiras Krenak, da região de Minas Gerais. Maria Zelzuita é uma das sobreviventes do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. As trajetórias destas duas mulheres nos ligam ao conceito da violência e apropriação do corpo feminino”.

17/08 (quarta-feira) – 9h00

BR Acima de Tudo Dir: Fred Rahal Mauro, Brasil, 2021, 55′

“No Norte do estado do Pará fica o maior bloco de florestas protegidas do mundo; uma área de floresta amazônica do tamanho do Reino Unido e que abriga uma infinidade de histórias. Indígenas, pecuaristas, posseiros, quilombolas, empresários e políticos refletem à sua própria maneira os impactos da possível expansão da BR-163 floresta adentro, até a fronteira com o Suriname. O projeto da rodovia foi gestado na época da ditadura militar, e até hoje paira como uma sombra sobre a região. Mas este não é um filme sobre uma estrada. É um filme sobre os abismos que separam aqueles que compartilham de uma mesma terra”.

17/08 (quarta-feira) – 13h30

Lixo Mutante Dir: Dani Minussi & Adriano Caron, Brasil, 2022, 67′

“Lixo Mutante é um documentário que convida à reflexão sobre um urgente dilema ambiental, os resíduos. A obra conta com depoimentos de doze especialista

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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