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Solo ‘Lua Negra’, de Cibele Ribeiro, resgata a personagem mitológica Lilith em montagem híbrida entre dança, teatro e performance

O espetáculo de dança “Lua Negra” terá sua estreia presencial no próximo dia 20 de julho, no Sesc Campinas.

“Lua Negra” é um solo da artista da dança Cibele Ribeiro que contou com a colaboração artística de Juliana Calligaris e Gisele Jorgetti, além de trilha sonora original do compositor, arranjador e multi-instrumentista André Mehmari.

(Foto: Fabiana Ribeiro)

A obra transita entre a reflexão corporal, poética e política sobre a personagem mitológica Lilith, trazida à cena como protagonista e fundamento na construção da estigmatização e violência sofrida pela mulher na sociedade patriarcal.

A montagem foi realizada a partir do Prêmio por Histórico de Realização em Dança – categoria diretores e coreógrafos para Cibele Ribeiro, contemplada pelo ProAC Expresso Lei Aldir Blanc (Proac LAB 48/2020), que resultou na gravação de um filme de dança estreado em novembro de 2021. A versão para palco consiste em uma nova etapa do trabalho que inclui a sua estreia presencial.

O trabalho foi livremente inspirado em passagens dos livros sagrados do Talmud e Zohar, acrescidas de memórias pessoais e imaginação das próprias artistas-criadoras. Tais influências conduzem o público por uma visão de Lilith que é relacionada, na montagem, à figura da Grande-Mãe na perspectiva pagã e das deusas femininas – veneradas na Antiguidade, na crença de que o Universo foi criado por uma divindade feminina e que está presente em quase toda parte (a Mãe Natureza).

(Foto: Ivana Cubas)

Essa é uma narrativa que se perdeu com o fortalecimento do imaginário judaico-cristão no início do patriarcado, no qual a mulher passa ao imaginário coletivo de divindade a demônio. Culpada por reivindicar a igualdade entre os gêneros, Lilith, instinto renegado de Deus, é banida, iniciando um processo sombrio de autoexílio, o que fará com que seja associada a um demônio noturno, portadora de mal-estares, doenças e até mesmo da morte.

Juliana Calligaris, atriz, diretora, professora de teatro e pesquisadora de diversas técnicas performativas da cena contemporânea, trouxe para a concepção cênica de Lua Negra o trabalho com os Rasaboxes, desenvolvido por Richard Schechner. Trata-se de uma técnica performativa originada na antiga Índia, derivada da dança templária e cênica e, como especialista na técnica, aliou a proposta dos “rasa” ao trabalho de direção. A partir dessa proposta, ambas artistas conceberam uma montagem híbrida e transversal entre dança, teatro e performance.

Segundo os textos hebraicos do Talmud e Zohar, Lilith foi a primeira mulher criada por Deus e banida por não ser submissa. A partir deste mote, Lua Negra apresenta a personagem Lilith como cerne da própria construção de “papéis femininos” nas diversas culturas, numa perspectiva feminina e feminista. A dramaturgia é uma cocriação de Cibele Ribeiro e de Juliana Calligaris; e Gisele Jorgetti assina a provocação cênica.

A trilha sonora foi especialmente composta pelo compositor, arranjador e multi-instrumentista André Mehmari e partiu da mesma concepção das cenas, levando em consideração cada vale percorrido pela personagem em sua jornada. Tem como base o piano, instrumento principal do artista, conta com diversos outros instrumentos como percussão, violoncelo, rabeca, dentre outros, além de sonoplastia específica, criando estímulos sensoriais e sonoridades que dialogam com a obra.

Na obra, a dançarina Cibele Ribeiro tece cenicamente reflexões, sensações e emoções sobre as relações de poder entre homens e mulheres estabelecidas pelo patriarcado, a subjetividade e o corpo feminino, o amor e o amor-próprio, a sexualidade, a culpabilidade e a solidão da mulher.

Ficha Técnica:
Atuação, Coreografia, Concepção de cena e Dramaturgias | Cibele Ribeiro
Concepção de cena, Dramaturgias e Treinamento em Rasaboxes | Juliana Calligaris
Provocação Artística e Desenho de Luz | Gisele Jorgetti
Trilha Sonora Original | André Mehmari
Montagem e Operação de Luz | Maíra Prates
Operação de Som | Cayene Moreira
Figurinos | Cibele Ribeiro e Samanta Marinho
Assistência de Figurino | Rose Almeida e Tais Leme
Adereços de Cena | Thiago Nastre, Tupac e Cibele Ribeiro
Filmagem | Karina Couto
Produção Geral | Cibele Ribeiro
Assistência de Produção | Kora Prince e Cayene Moreira
Apoio | Centro Cultural Casarão
Linguagem artística: dança contemporânea/teatro/perfomance
Duração: 40 min.
Classificação indicativa: 14 anos

LUA NEGRA
Dia 20/7, quarta, às 20h
Teatro. R$30 R$15 R$9. 14 anos
Valores: R$ 9,00 [trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes]; R$ 15,00 [aposentado; pessoa com mais de 60 anos; pessoa com deficiência; estudante; e servidor de escola pública com comprovante] e R$ 30,00 [demais interessados]
Ingressos à venda no portal www.sescsp.org.br/campinas e nas bilheterias das unidades

Sinopse: Estreia presencial do trabalho da bailarina campineira Cibele Ribeiro, que transita entre a reflexão corporal, poética e política sobre a personagem mitológica de Lilith, trazida à cena como protagonista e fundamento da construção da estigmatização e violência sofrida pela mulher na sociedade patriarcal. Segundo os textos hebraicos do Talmud e Zohar, Lilith foi a primeira mulher criada por Deus e banida por não ser submissa. A partir dessa mitologia, Lua Negra apresenta a personagem numa perspectiva feminista por meio do hibridismo entre dança, teatro e performance.
Com Cibele Ribeiro

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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