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São Paulo Cia. de Dança estreia ‘Di’ e ‘Desassossegos’, inspiradas na modernidade experimental de Di Cavalcanti e Flávio de Carvalho

Em São Paulo – O centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 inspira a temporada de dança e música que se inicia na próxima quinta-feira, dia 26 de maio, com realização da São Paulo Companhia de Dança (SPCD) e do Theatro São Pedro (TSP), instituições da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Os ventos modernistas estão presentes em duas estreias da programação: Di, assinada por Miriam Druwe, e Desassossegos, de Henrique Rodovalho.

SPCD, Desassossegos, de Henrique Rodovalho (Foto: Charles Lima)

As primeiras apresentações acontecem de 26 a 29 de maio com a participação da Orquestra do Theatro São Pedro e da Orquestra Jovem do Theatro São Pedro sob a regência do maestro Claudio Cruz. Neste programa, o público irá conferir a inédita Di, primeira criação para a Companhia de Miriam Druwe, que já transformou em dança obras de artistas visuais como Van Gogh, Kandinsky e Portinari. A convite da diretora da SPCD, Inês Bogéa, a coreógrafa mergulha agora nas cores, texturas, sensações e imagens que povoam o universo do pintor Di Cavalcanti (1897-1976) ao som dos Choros nº 6, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), acentuando os traços modernistas em cena.

Telas icônicas do artista, como Cinco Moças de Guaratinguetá (1930), Favela (1958), São João (1969) e Mulheres Protestando (1941), foram cedidas para esta criação por sua filha, Elisabeth Di Cavalcanti, e ecoam tanto nos movimentos dos 14 bailarinos em cena quanto na iluminação de Wagner Freire e no videocenário e nos figurinos elaborados por Fábio Namatame.

“Conversei muito com a Inês, a Elisabeth e o Fábio e fui buscando referências que encontrassem ressonâncias em mim e no elenco. O Di Cavalcanti tem essa alegria das festas dos subúrbios, uma sensualidade, mas também tem um pouco de melancolia. Então comecei a fazer perguntas: Como era a cabeça dele ao criar? Como essa dinâmica vem para o corpo?”, afirma Miriam.

O programa se completa com o romantismo de Madrugada (2021), coreografada por Antonio Gomes a partir das Valsas de Esquina de Francisco Mignone arranjadas especialmente para orquestra por Rubens Ricciardi. No palco, cinco casais se encontram e se desencontram em um baile atemporal à luz do luar. Após uma estreia virtual no ano passado, a obra será apresentada pela primeira vez, presencialmente, ao público de São Paulo.

Na semana seguinte, de 2 a 5 de junho, o Theatro São Pedro sedia a estreia de Desassossegos, assinada por Henrique Rodovalho, que desde 2020 é coreógrafo residente da SPCD, para a qual criou Inquieto (2011), Melhor Único Dia (2018) e a coreografia do videodança Amálgama (2021), além de ter remontado Só Tinha de Ser com Você (2020).

O nome escolhido para a nova obra reflete um momento de grandes inquietações para Rodovalho. “O Modernismo surge em uma época de questionamentos e experimentos, e Desassossegos é muito isso. Estou aceitando minhas dúvidas e querendo arriscar e experimentar, trazendo essas questões para os fluxos de movimento e as dinâmicas”, diz ele, que também é responsável pela iluminação do trabalho. A música que embala a coreografia é uma composição do americano David Lang, interpretada ao vivo pelo violinista Renan Gonçalves, e o elenco é inteiramente feminino, formato por sete bailarinas. Elas vestem figurinos elaborados por Fábio Namatame inspirados pelos grafismos e texturas de desenhos de Flávio de Carvalho (1899-1973) para A Cangaceira, espetáculo do antológico Balé do IV Centenário.

A noite, que conta também com participação da Orquestra do Theatro São Pedro e tem direção musical de Ricardo Ballestero, segue com Infinitos Traçados (2021), obra com oito bailarinos em cena desenvolvida a partir de olhares múltiplos, com coreografias de Esdras Hernández Villar, Jonathan dos Santos e Monica Proença, iluminação de Caetano Vilela, concepção e direção cênica de William Pereira e direção de dança de Inês Bogéa.

Ballestero destaca que o espetáculo foi concebido a partir de uma ideia de comunhão com um pouco da música dos nossos vizinhos sul-americanos. “Pensei no programa em torno de duas obras: a Fantasia Concertante, de Heitor Villa-Lobos e o Quarteto nº 1 para quarteto de cordas, de Alberto Ginastera. As outras decorrem da instrumentação dessas peças mais densas, trazendo diálogos, reflexos, contrastes e movimentos”, afirma.

“As obras que serão apresentadas despertam sensações que refletem sobre nossa humanidade e o desejo de nos conectarmos uns com os outros, especialmente após os últimos anos”, afirma Inês Bogéa, diretora artística da São Paulo Companhia de Dança, que fará palestras gratuitas sobre o programa de cada noite, uma hora antes dos espetáculos, no café do Theatro.

Os ingressos para as apresentações custam R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia) e estão à venda aqui.

São Paulo Companhia de Dança e Orquestra do Theatro São Pedro

Local: Theatro São Pedro

Endereço: Rua Barra Funda, 161 — Barra Funda — São Paulo/SP

Horários: Quinta-feira, sexta-feira e sábado, às 20h | domingo, às 17h

Capacidade física: 636 lugares

Acessibilidade: Sim

Preço: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia), à venda no site

Programa 1

Repertório: Estreia de Di, de Miriam Druwe | Madrugada, de Antonio Gomes

São Paulo Companhia de Dança

Inês Bogéa, direção artística

Orquestra do Theatro São Pedro

Orquestra Jovem do Theatro São Pedro

Claudio Cruz, direção musical

Classificação: Livre | Duração: 1h

Datas: 26 a 29 de maio de 2022

Programa 2

Repertório: Estreia de Desassossegos, de Henrique Rodovalho | Infinitos Traçados, com coreografia de Esdras Hernández Villar, Jonathan dos Santos e Monica Proença

São Paulo Companhia de Dança

Inês Bogéa, direção artística

Orquestra do Theatro São Pedro

Renan Gonçalves, violino (Desassossegos)

Classificação: Livre | Duração: 1h

Datas: 2 a 5 de junho de 2022

Ficha Técnica das obras por ordem de apresentação

Madrugada (2021)

Coreografia: Antonio Gomes

Música: Valsas de Esquina, de Francisco Mignone (1897-1986), com orquestração de Rubens Ricciardi interpretada ao vivo pela Orquestra do Theatro São Pedro sob regência musical do maestro Claudio Cruz

Figurino: Fábio Namatame

Iluminação: Wagner Freire

Di (ESTREIA – 2022)

Coreografia: Miriam Druwe

Música: Choro nº 6, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), interpretada ao vivo pela Orquestra do Theatro São Pedro sob regência musical do maestro Claudio Cruz

Cenografia e Figurino: Fábio Namatame, inspirado em obras de Di Cavalcanti (1897-1976) cedidas gentilmente por Elisabeth Di Cavalcanti para esta criação

Iluminação: Wagner Freire

Desassossegos (ESTREIA – 2022)

Coreografia e Iluminação: Henrique Rodovalho

Música: Mystery Sonatas, de David Lang (JoyAfter SorrowAfter Joy), interpretada pelo violinista Renan Gonçalves

Figurino: Fábio Namatame, inspirado nos desenhos e esboços de A Cangaceira, de Flávio de Carvalho (1899-1973), cedidos gentilmente pelo Museu de Arte Contemporânea MAC-USP, dirigido por Ana Magalhães

Infinitos Traçados (2021)

Direção artístico-pedagógica da Santa Marcelina Cultura: Paulo Zuben

Gestor artístico da Santa Marcelina Cultura: Ricardo Appezzato

Direção artística e educacional da São Paulo Companhia de Dança: Inês Bogéa

Concepção e Direção Cênica: William Pereira

Direção Musical: Ricardo Ballestero

Direção de Dança: Inês Bogéa

Música: Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Camargo Guarnieri (1907-1993), Alberto Ginastera (1916-1983), Miguel del Águila

Coreografia: Monica Proença, Jonathan dos Santos e Esdras Hernández Villar

Iluminação: Caetano Vilela

Figurino: Balletto (mulheres) e Acervo SPCD (homens)

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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