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‘A poesia do movimento mecânico’ reúne autômatos de madeira feitos por Eduardo Salzane e explora as sensações do movimento

“Trabalho observando o mundo”. Essa frase foi a escolhida pelo artista Eduardo Salzane, mecânico de pássaros e mar, como gosta de se autodefinir, para explicar parte do seu processo criativo. O resultado de sua arte, materializada em nove obras interativas, pode ser apreciado durante a exposição A poesia do movimento mecânico, em cartaz entre o próximo sábado (14/5),das 15h às 20h, e de 3 junho, no Espaço Fêmea Fábrica, em Campinas (SP). A entrada é gratuita.

Exposição “A poesia do movimento mecânico” (Imagem: Eduardo Salzane)

Após a abertura da mostra, quem quiser visitar a exposição deve agendar um horário com o artista (eduardosalzane@gmail.com) ou no próprio espaço (@femeafabrica).

Contemplada pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), a partir do edital Artes Visuais – Circulação, a exposição, com curadoria da artista Caroline Holanda, também passará por Limeira, entre 11/6 e 1º/7. A temporada ainda prevê duas oficinas presenciais e gratuitas: uma em Campinas (4/6, das 14h às 17h, no Espaço Fêmea Fábrica), outra em Limeira (2/7, das 14h às 17h, no Oposta – Espaço Inventivo). A produção tem a assinatura da MB Circo.

Para Eduardo Salzane, a exposição nasce a partir de um antigo desejo: levar ao espectador as sensações possíveis da interação com o movimento. “As obras estáticas carregam o que o universo das esculturas pode proporcionar, ou seja, a materialidade. Nessa exposição, além da materialidade, o observador tem um contato com a obra em movimento, que é gerada por ele mesmo ao acionar uma manivela. É nesse pequeno momento, de apenas alguns segundos, que a experiência acontece”, contao artista.

Vale destacar que, para contemplar também a população de pessoas com deficiência visual, a exposição conta com duas ferramentas de acessibilidade: a audiodescrição e o braile. Por sinal, um olhar apurado do artista para a inclusão, a diversidade e a sensibilidade. “Tento olhar para o mundo de uma forma muito aberta e, por meio desses olhares, trago para o trabalho a poesia possível nas bonitezas e mazelas da vida. Trabalho com mecânica, estou aprendendo a ser mecânico de pássaros, mar, da vida …”, completa.

Quem for à exposição poderá interagir com nove autômatos, ou seja, obras criadas a partir de mecanismos que se operam de maneira automática, recordando movimentos humanos. O material principal deles? Madeira! Com lembranças, destaca o artista. “Essas madeiras são coletadas na rua e carregam alguma história. Gosto de pensar a vida e a morte da madeira. Outros materiais, como arames, metais e vidros, também serão apresentados nessa exposição. Continuo na zona da experimentação: materiais, observações, sentimentos, erros!”.

Aliás, coube à curadora Caroline Holanda, em sintonia com o artista, escolher apenas nove obras, dentro de um portifólio recheado por mais de 200 autômatos. Tarefa nada fácil, reconhece. “Em todas elas o espectador não vai se decepcionar com a potência dos trabalhos em suas várias camadas, que pode passar desde a beleza da poesia mecânica até a polissemia discursiva da exposição. O trabalho do Eduardo Salzane opera nessa zona, que entendo como poesia, no sentido da potencialidade em provocar sensações, ao passo que pode construir acessos reflexivos ou narrativos no espectador”, avalia a curadora.

As obras

A exposição A poesia do movimento mecânico convida o espectador à interação com nove obras vivas, entre as quais uma escada que tenta se equilibrar e entender sobre como as emoções as deixam instável, um par de asas que funciona quando uma pessoa desejar voar à sua frente, uma que evoca o som da manhã e outra sobre o trabalho de decidir entre a razão e a emoção.

Eduardo Salzane comenta a respeito das demais: “há também uma obra sobre uma figura antropomorfa, com cabeça de coruja que observa o mundo, uma máquina de afogar mágoas e outra que calandra (prensa) o horizonte.  E, por que não, uma obra sobre o tempo, como ele voa e como esse voo é rápido, e outra sobre um velho que não sente o chão e vira vento”, descreve o artista.

Oficina gratuita

Com o objetivo de promover o conhecimento básico de mecânica para a construção de trabalhos com movimento, a oficina A poesia do movimento mecânico será realizada, de forma presencial e gratuita, no Espaço Fêmea Fábrica no dia 4/6, das 14h às 17h.  

“Durante a aula prática, com duração de três horas, os alunos conhecerão um pouco das possibilidades mecânicas e construirão um pequeno autômato usando materiais e ferramentas simples”, destaca o artista.

Para se inscrever no workshop, indicado para maiores de 16 anos, basta enviar um e-mail para eduardosalzane@gmail.com. Vagas limitadas: 20 pessoas.

Palhaço e artista visual, formado em comunicação social pela UNIESP, em Hortolândia (SP), Eduardo Salzane pesquisa a arte da palhaçaria desde 2010 e atua em diversas companhias da Região Metropolitana de Campinas (RMC), entre as quais a MB Circo.

Como artista visual, desenvolve o trabalho de construção de autômatos (esculturas com movimento em madeira) desde 2016, ministrando cursos e oficinas por ateliês e unidades do SESC pela Capital e pelo interior de São Paulo, além de integrar exposições coletivas pelo Brasil.

a poesia do movimento mecânico, de Eduardo Salzane
Quando: A partir deste sábado (14/5), das 15h às 20h, até 3/6*
Onde: Espaço Fêmea Fábrica (Rua Luzitana, 1769, Centro, Campinas/SP)
Quanto: Entrada gratuita
Informações: @femeafabrica e @eduardosalzane

*Após a abertura da mostra, quem quiser visitar a exposição deve agendar um horário com o artista (eduardosalzane@gmail.com) ou no próprio espaço (@femeafabrica).

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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