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Drama ‘Alaska’, da obra de Cindy Lou Johnson, traz personagens congelados pelo trauma em um tempo-espaço suspenso

Em São Paulo – Escrita pela dramaturga estadunidense Cindy Lou Johnson, o drama Alaska ganha montagem inédita no Brasil sob direção de Rodrigo Pandolfo, que também está em cena ao lado de Louise D’Tuani. O espetáculo está em cartaz no Centro Cultural São Paulo (Espaço Ademar Guerra) em uma temporada curta até 27 de março de 2022.

(Foto: André Nicolau)

A peça se passa no estado do Alaska. Enquanto uma nevasca cai do lado de fora, Henry (Rodrigo Pandolfo), uma figura solitária, é surpreendido por uma insistente batida na porta de sua cabana. Trata-se de uma visita desconhecida: Rosannah Deluce (Louise D’Tuani), uma jovem vestida de noiva que, após dirigir ininterruptamente por semanas, entra e se instala no local.

Segundo Pandolfo, trata-se de uma peça sobre cura. Sobre dois personagens que estão congelados pelos seus traumas a ponto de procurarem alguma forma de isolamento que os prive de viver em sociedade. 

Ambos estão feridos pela cruel montanha russa da vida, fugindo de relacionamentos, compromissos, responsabilidades e, se possível, de qualquer outro contato humano.

Eles se veem presos no mesmo espaço-tempo, longe de tudo e de todos, sendo obrigados a conviver com suas verdades para, quem sabe assim, alcançarem essa possível cura.

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ROSANNAH – Você vai me bater? Vai me trancar? Vai me jogar na sua tempestade de neve — você vai deixar de me alimentar, de me vestir, de deixar que eu durma aqui? O quê? Você não pode me machucar! Tenta! Vem! Você pode me matar, mas não vai conseguir me machucar. 

HENRY – Olha, não, obrigado — eu já andei nessa montanha russa. Você fica longe de mim. Eu sempre tentei passar longe desse tipo de coisa, mas ela me encontra, me consome, mas nunca me destrói por inteiro. Ela vai deixando pedacinhos de mim, só os cacos — pra poder voltar depois. Trecho de Alaska

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(Foto: André Nicolau)

“Neste lugar solitário e gelado, eles vão se desvendando e se aproximando. Eles se afetam, numa relação de atração e repulsa”, conta Pandolfo. O diretor reforça que a relação do casal se passa em um tempo-espaço que não fica bem definido, podendo também servir como metáfora para esse encontro profundo que pode resultar na salvação do casal.

O cenário da peça exibe um chão coberto de neve, um tronco de madeira, um fogão e um baú. É neste lugar fumacento, quase onírico, que Henry e Rosannah acessam memórias, lembranças e também confusões sobre os motivos pelos quais foram traumatizados. 

“No texto há referências sobre um apagão branco, sobre a queda da neve, sobre um céu da mesma cor que o chão, dando a impressão de que as personagens voam, mas que ao mesmo tempo são atingidas pela gravidade e caem no chão gelado. Esse apagão branco pode ser lido como a paralisação em que eles se encontram”, diz Pandolfo.

O artista conta que é essa é primeira vez que dirige e atua num mesmo espetáculo. “A experiência está sendo ótima, mas também muito desafiadora – para ter essa visão do todo, me envolvo em dois tipos de ensaio – o ensaio para direção e outro para atuação”, conclui.

Sinopse

A peça se passa no estado do Alaska, que também nomeia o drama escrito pela dramaturga estadunidense Cindy Lou Johnson. Enquanto uma nevasca cai do lado de fora, Henry (Rodrigo Pandolfo), uma figura solitária, é surpreendido por uma insistente batida na porta de sua cabana. Trata-se de uma visita desconhecida: Rosannah Deluce (Louise D’Tuani), uma jovem vestida de noiva que, após dirigir ininterruptamente por semanas, entra e se instala no local.

Eles se veem presos no mesmo espaço-tempo, longe de tudo e de todos, sendo obrigados a conviver com suas verdades para, quem sabe assim, alcançarem essa possível “cura”. Além de estar no elenco, Pandolfo também dirige a encenação.

FICHA TÉCNICA

Autor: Cindy Lou Johnson

Título Original: Brilliant Traces

Tradução: Luiza Vilela

Direção: Rodrigo Pandolfo

Elenco: Louise D’tuani e Rodrigo Pandolfo

Contrarregragem Performática: Gabs Ambròzia e Canafístula Lima

Assistente de Direção: Rael Barja

Preparação Corporal: Ana Paula Lopez

Cenografia: Miguel Pinto Guimarães

Desenho de Luz: Wagner Antonio

Figurinos: Jay Boggo

Trilha Sonora: Azullllllll

Operador de Luz: Dimitri Luppi

Operadora de Som: Jéssica Silva e Alírio Assunção

Cenotécnico: Bruno Portela

Fotografias: Pat Cividanes e André Nicolau

Identidade Visual: Pat Cividanes

Assessoria de Imprensa: Equipe D Comunicação – Berê Biachi e Canal Aberto – Márcia Marques

Produção: Corpo Rastreado – Leo Devitto

Administração: Os Satyros

Alaska

Até 27 de março de 2022, quinta a sábado, às 21 horas; e domingo, às 20h

Duração: 60 minutos

Classificação 14 anos

Local: CCSP – Centro Cultural São Paulo – Espaço Ademar Guerra – Porão

Entrada Gratuita – Bilheteria abre 1 hora antes da sessão

70 lugares

​A entrada no CCSP só será autorizada mediante uso correto de máscara e apresentação de carteirinha de vacinação contra COVID-19 ​atualizada.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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