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O gesto, a opacidade, a transparência: obra tardia de Samson Flexor, um dos pioneiros da abstração no Brasil, é destaque em exposição no MAM

Em São Paulo – Até o dia 26 de junho, poderá ser vista no MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, a exposição Samson Flexor: além do moderno.

Conhecido como um dos pioneiros da abstração no Brasil, Flexor participou ativamente deste importante movimento de renovação das artes visuais no país na década de 1950. Sua contribuição para a abstração geométrica, tanto em sua atuação como artista quanto como mestre de uma nova geração em seu Ateliê Abstração nos anos 1950, é amplamente reconhecida pela crítica. No entanto, seus desenvolvimentos posteriores, caracterizados pela abstração lírica ou informal e pelo retorno à figuração nos seus últimos cinco anos de vida, permanecem pouco conhecidos pelo público.

(Imagem: MAM/Divulgação)

Segundo a curadora Kiki Mazzucchelli, “é a primeira exposição que tem como foco o desenvolvimento da obra de Flexor a partir de 1957, quando passa a rejeitar as formas estáticas em pinturas onde gradualmente predominam o gesto, a opacidade e a transparência.” A exposição tem como objetivo trazer à luz a obra tardia de Samson Flexor, que marca sua transição do moderno para o contemporâneo ao confrontar questões éticas e estéticas de seu tempo.

É composta por quase uma centena de obras datadas entre os anos 1922 e 1970. São incluídas pinturas conhecidas na trajetória do artista como Abstração Barroca n.2 (1949), que combina a geometrização da figura e a temática brasileira; Aos pés da cruz (1948), pintura originalmente exposta no MAM São Paulo, em 1950, e que se aproxima de uma abstração total; e Vai e vem diagonal em três quadrados (1954), pintura da fase da abstração pura na qual explora as diagonais cruzadas e cria um movimento acentuado pelos contrastes cromáticos.

Curadoria

Kiki Mazzucchelli

(Imagem: MAM/Divulgação)

Samson Flexor desembarcou no Brasil no final da década de 1940 quando deixou a França após a Segunda Guerra Mundial. O pintor realizou sua primeira exposição em São Paulo em 1946 e retornou permanentemente em 1948. Também participou da exposição inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1949, contexto em que é convidado e incentivado pelo crítico e diretor belga Leon Dégand a explorar os caminhos da abstração geométrica pura. Em 1951, ano da instauração da Bienal de São Paulo, fundou o Ateliê Abstração, onde lecionou, por mais de uma década, uma nova geração de artistas – entre eles, Jacques Douchez e Norberto Nicola. Ao longo de sua carreira, realizou diversas exposições individuais nos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro, bem como em inúmeras galerias brasileiras e estrangeiras. Participou de diversas edições da Bienal de São Paulo, e realizou uma grande retrospectiva de sua obra no Musée Rath, em Genebra (1965), cuja versão expandida foi apresentada no MAM-RJ (1968). Flexor faleceu em 1971, aos 64 anos, vítima de um enema pulmonar.

Samson Flexor: além do moderno
Curadoria: Kiki Mazzucchelli
Período expositivo: 22 de janeiro até 26 de junho de 2022
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Telefone: (11) 5085-1300
Ingresso: R$25,00 inteira. Gratuidade aos domingos. Agendamento prévio necessário.

Mais informações pelo SITE do MAM-SP.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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