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Alegria antropofágica: ‘Refestália’ traz mais de 60 atividades artísticas e comemora o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922

Em São Paulo – Na semana em que se comemora o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o Sesc São Paulo apresenta Refestália, festival que reúne mais de 60 atividades artísticas a partir da diversidade de linguagens, pontos de vista e origens de seus atores. O evento acontece de 17 a 20 de fevereiro (quinta a domingo), em nove unidades do Sesc na cidade de São Paulo: 24 de Maio, Belenzinho, Bom Retiro, Campo Limpo, Carmo, Consolação, Interlagos, Ipiranga e Itaquera. Os ingressos custam até R$ 40,00 (inteira) — também há apresentações com entrada gratuita — e começam a ser vendidos nesta sexta-feira (11/02): on-line, a partir das 14h, e nas unidades do Sesc a partir das 17h, para os espetáculos não esgotados.

Gigante Tarsila (Foto: Livia Simardi)

O Refestália propõe uma reflexão sobre os fazeres artísticos e suas narrativas, ampliando olhares para as influências da semana e do movimento modernista e os apontamentos de quem segue criando e estabelecendo relações e conexões entre os diferentes tempos de ontem, hoje e amanhã. O festival é mais uma das ações em rede do Sesc São Paulo chamada Diversos 22 — Projetos, Memórias, Conexões, que se estende ao longo de 2022 e propõe uma análise crítica do manifesto artístico-cultural que rompeu com o tradicionalismo da época, inspirado nas vanguardas europeias, e do Bicentenário da Independência do Brasil.

Com o objetivo de estabelecer diálogos entre centro — periferia — centro, a programação do festival está espalhada por unidades do Sesc localizadas em diferentes regiões da cidade, transpondo fronteiras geográficas, socioculturais e políticas, e colocando a arte em deslocamento criativo e de fruição. A ideia é que o público possa misturar percepções sobre moderno, tradicional e contemporâneo, com criadoras e criadores de diferentes gerações e regionalidades, em permanente diálogo criativo com seu tempo.

Vividas pinturas paisagens e periferias (Imagem: Divulgação)

Toda a programação é presencial, seguindo os protocolos sanitários vigentes. Para ingressar nas unidades do Sesc é necessário apresentar comprovante de vacinação contra Covid-19, incluindo crianças de 5 a 11 anos. Em alguns espetáculos a plateia terá capacidade reduzida. Mais informações e a agenda completa, acesse o site.

Destaques da programação

O músico Tom Zé apresenta o show inédito Bula Invasão na Bula da Fossa. Ele estará acompanhado de sua banda formada por Daniel Maia (guitarra e vocais), Jarbas Mariz (bandolim, viola de 12 cordas e percussão), Cristina Carneiro (teclado), Felipe Alves (baixo e vocais) e Fábio Alves (bateria). No repertório, canções que traçam um paralelo entre a contemporaneidade e a Semana de Arte Moderna. Sesc 24 de Maio.17 e 18/2, às 20h. R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia e credencial plena). 90 minutos. 12 anos.

(Foto: Marcos Hermes)

A rapper Katu Mirim lança Revolta!, o seu primeiro álbum. O disco traz uma nova roupagem tanto nas letras, como na forma de se portar e de se vestir. Representando uma personagem que cansou dos modelos opressivos do sistema e das marcas que carrega, ela canta o empoderamento, acertos de conta e justiça. Sesc Bom Retiro. 19/2, 19h. R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia e credencial plena) — entrada gratuita para crianças. 90 minutos. 14 anos.

Katu Mirim (Foto: Nicole Heiniger)

A programação também traz a leitura performática “O Brasil é Bom”, que reúne contos do escritor e dramaturgo André Sant’Anna e é dirigida por Georgette Fadel e Mawusi Tulani. O espetáculo é um mergulho na estupidez vigente no cenário político e social brasileiro, trazendo vozes que vão tomar conta do espaço cênico, como fantasmas da realidade. Que por vezes são cômicos e aterrorizantes. O Brasil é Bom? Sesc Ipiranga. 17/2, 21h. R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia e credencial plena). 50 minutos. 16 anos.

A artista transdisciplinar maranhense Tieta Macau apresenta a performance Rezos para rasgar o mundo. Sentada em um banquinho, de pés descalços que amaciam o chão de areia com alguns escritos, Tieta (en)cruza o som pa|lavra, da escrita ao ponto cantado, enquanto aparição de cura|ataque e de inversão lexical. O que de passagem passa, no que não se vê, entre o som e o giro, se firma. Rezos que sopram do feitiço à cura… na fala gesto do que não se vê. Sesc Carmo. 17/2, 18h. Entrada gratuita — retirada de ingressos 1h antes. 30 minutos. Livre.

Rezos para rasgar o mundo (Foto: Luiza Fernandes)

Na mesma unidade do Sesc, outra artista também traz uma performance cênica sobre os corpos e palavras das mulheres. Uma das criadoras da Tribo de Atuadores Ói Nois aqui Traveiz, do Rio Grande do Sul, Tania Farias apresenta Manifesto de uma mulher de teatro. Histórias reais de mulheres submetidas a violência são evocadas no texto e a motivação central do espetáculo. Uma referência da artista para a montagem da performance é Ofélia, presente no texto teatral Hamlet Machine, do dramaturgo e escritor alemão Heiner Muller, que vocifera contra a engrenagem de violência a que as mulheres são continuamente submetidas. Sesc Carmo.18/2, 18h. Entrada gratuita — retirada de ingressos 1h antes. 40 minutos. 16 anos.

Jé Oliveira assina a direção do espetáculo GOTA D’ÁGUA {PRETA}, uma adaptação de Gota d’Água, musical de Chico Buarque e Paulo Pontes. A obra ressalta as questões raciais embutidas na obra de 1975, que transfere a tragédia de Medeia para o subúrbio do Rio de Janeiro. Se o original discute as implicações sociopolíticas do regime militar brasileiro, então vigente, a releitura do diretor Jé Oliveira enegrece e atualiza a obra: traz um elenco majoritariamente negro, evidenciando o contexto social e racial dos personagens (pobres, moradores de um conjunto habitacional), além de salientar religiões de matriz africana e a musicalidade negra — com instrumentos de percussão africana e elementos do hip-hop. Sesc Interlagos. 17/2, 19h. Entrada gratuita — retirada de ingresso 1h antes. 215 minutos. 14 anos.

Gota d’água preta (Foto: Tide Gugliano)

RAPadura XC e Rincon Sapiência realizam um encontro musical inédito e apresentam uma leitura apurada da realidade e novas experimentações musicais. No repertório, obras autorais como “Ponta de lança”, “De Onde Cê Vem” e “A Coisa Tá Preta”, de Rincon Sapiência, e “Norte Nordeste me Veste”, “É Doce Mas Não é Mole” e “Maracatu de Cá prá Lá”, de RAPadura Xique-Chico, entre outras canções interpretadas em dueto. Sesc Bom Retiro. 17/2, 20h. R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia e credencial plena). Sesc Campo Limpo. 19/2, 20h. R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia e credencial plena). 60 minutos. 14 anos.

O músico Arrigo Barnabé remonta o repertório de Clara Crocodilo 40 anos depois. O lançamento do LP em 1980 foi um divisor de águas na música brasileira e marcou o surgimento do movimento Vanguarda Paulista. Dissonante e agressivamente rítmico, falava sobre personagens marginais da grande cidade. Transgredia costumes, provocava a ditadura. A obra continua atual e neste show Arrigo terá a companhia de músicos que fizeram parte da gravação original.

(Foto: Gal Oppido)

O grupo Circo Teatro Palombar, de Cidade Tiradentes, apresenta o espetáculo Circomuns. Aqui, circulam pessoas comuns, trabalhadores anônimos da cidade que cruzam suas histórias despercebidamente frente ao nosso olhar. Em uma dessas esquinas, essas fagulhas de vida atravessam a sensibilidade de artistas de circo, que não se enquadram na dureza cotidiana e transformam a vida do bairro em uma explosão de criação e potência. Sesc Campo Limpo. 20/2, 17h. Entrada gratuita. 60 minutos. Livre.

(Foto: Leonardo Galdino)

A cantora paulistana Ava Rocha recebe as cantoras Iara Rennó e Saskia em show de celebração aos seus 10 anos de carreira e lançamento do single “Papais Panacas”, que abre os caminhos para seu novo disco, previsto para maio de 2022. O repertório também mescla sucessos dos discos Diurno (2011) e Ava Patrya (2020), com ênfase nos novos singles. Sesc Belenzinho. 17/2, 21h. R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia e credencial plena). 90 minutos. 12 anos.

Um dos maiores movimentos artísticos do Brasil ganha vida no documentário Tropicália, com direção de Marcelo Machado, e que será exibido no festival Refestália. Numa época em que a liberdade de expressão perdia força, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Arnaldo Baptista, Rita Lee, Tom Zé, entre outros, misturaram desde velhas tradições populares a muitas das novidades artísticas ocorridas. Sesc Itaquera. 17/2, 15h. Entrada gratuita. 87 minutos. 12 anos. Sesc Consolação. 18/2, 18h. Entrada gratuita. 87 minutos. 12 anos.

(Imagem: Divulgação)

O documentário Por Onde Anda Makunaíma?, do diretor Rodrigo Séllos. O audiovisual faz um resgate histórico e cultural daquele que é o personagem ficcional mais identificado com um certo jeito de ser brasileiro. A começar por Makunaima, mito de origem de etnias da tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana, registrado em livro pela primeira vez no início dos anos de 1910, pelo etnólogo alemão Koch-Grünberg. É ele quem faz a ponte entre o extremo norte da América do Sul com o Brasil não-indígena, por meio de Mário de Andrade, autor da rapsódia Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, de 1926. Sesc Interlagos. 18/2, 14h. Entrada gratuita. 180 minutos — exibição seguida de debate. Livre. Sesc Consolação. 19/2, 18h. Entrada gratuita. 180 minutos. Livre.

O espetáculo Z é uma criação em dança com direção e performance de Alejandro Ahmed, do Grupo Cena 11, de Santa Catarina. Uma obra músico-coreográfica desenvolvida na imbricação entre corpo, composição generativa e coreografia. Em Z, a co-implicação entre o som e o mover propõe a construção de um espaço que se constitui como um ecossistema. Dança e música são sobrepostas e moduladas no corpo. Sesc Belenzinho. 17 e 18/2, 20h. R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia e credencial plena). 60 minutos. Livre.

Tem também o espetáculo de dança Sem Conservantes, com a Cia Giradança, que trata de fragmentos da memória. A memória presente nas fotografias dos processos anteriores de Ângelo e Ana Catarina. Não são fotografias de registro de espetáculos. São fotografias tiradas dos vídeos dos trabalhos: “Somtir” (2003), “Outras Formas” (2004) e “Clandestino” (2006), fotos em posições especificas e escolhidas para se tornarem marcas da linguagem da dupla, essas fotografias geram os materiais a partir dos corpos que também possuem uma memória, e nesta mistura de “memórias”; geram-se os resultados coreográficos. Sesc Interlagos. 20/2, 13h. Entrada gratuita. 60 minutos. Livre.

Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões é uma ação em rede do Sesc São Paulo, em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, em face dos desafios apresentados no tempo presente. A programação teve início em setembro de 2021, com a realização do Seminário “Diversos 22: Levantes Modernistas”, e encerra-se em dezembro de 2022. Mais informações neste link.

Anunciação (Foto: Gal Oppido)

Festival Refestália

Datas: 17 a 20 de fevereiro, quinta a domingo

Locais: unidades do Sesc 24 de Maio, Belenzinho, Bom Retiro, Campo Limpo, Carmo, Consolação, Interlagos, Ipiranga e Itaquera.

Ingressos: gratuito ou de até R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia e credencial plena)

Vendas: on-line a partir das 14h de 11/2 (sexta-feira) e nas unidades do Sesc a partir das 17h de 11/2 (sexta-feira), para os espetáculos não esgotados

Classificação indicativa: consulte a programação

Mais informações no site oficial

Protocolos sanitários

Para ingressar nas unidades do Sesc no estado de São Paulo é necessário apresentar comprovante de vacinação contra Covid-19 (físico ou digital) e um documento com foto:

I. Maiores de 12 anos devem apresentar o comprovante contendo as duas doses ou dose única da vacina,

II. A partir de 8/2/22, crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante evidenciando UMA dose (conforme calendário do município).

É obrigatório o uso da máscara cobrindo boca e nariz.

Para atividades com ingresso, será necessário apresentar o QR Code na entrada da atividade.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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