Será aberta no próximo dia 11 de fevereiro, sexta-feira, às 19h, na Galeria ESPAÇO 800, em Campinas, a exposição “Um Século de Uma Semana de 22”, com curadoria de Beto Mallmann e obras dos artistas convidados Tomas Perina (in memoriam), Mario Bueno (in memoriam), Fúlvia Gonçalves, Valderlei Zalochi, Dimas Garcia e Marcio Rodrigues.
“A Semana que mudou os rumos da arte no Brasil completa 100 anos. Um grupo de artistas, escritores e intelectuais se juntou para revolucionar conceitos e fazer história.
Foi assim que surgiu a Semana de Arte Moderna de 1922, que buscava romper com o tradicionalismo vigente, defendendo um novo ponto de vista estético que valorizava a nossa brasilidade. Esse movimento acabou por influenciar gerações inteiras, deixando um legado importantíssimo, que permanece vivo até os dias de hoje.
Daqui de Campinas, procuramos prestar nossa pequena homenagem, trazendo uma exposição com seis dos mais representativos artistas da nossa cidade. Assim, juntamos nomes como Tomas Perina, (in memoriam) Mario Bueno, (in memoriam) Fúlvia Gonçalves, Vanderlei Zalochi, Dimas Garcia e Marcio Rodrigues.
Em comum, a influência da Semana de Arte Moderna que inspirou todos a entrar para o mundo das artes, além de uma carreira consistente, produzindo obras significativas, obtendo reconhecimento nacional e internacional, tendo obras expostas em todo o mundo, inclusive fazendo parte do acervo do Museu do Louvre, como é o caso de Fúlvia.
Esses artistas de diferentes gerações, alguns deles in memoriam, estarão aqui, no Espaço 800, com importantes obras de sua carreira, na exposição “Um Século de Uma Semana de 22”.
Essa é a forma que encontramos de valorizar e homenagear a arte.
A história da arte do Brasil e de Campinas”, anota a curadoria.
Sobre a SEMANA de 22, por Lilia Gallana
Cem anos de hoje
“Eles fizeram história se movimentando há cem anos e continuam atuais e modernos nos dias de hoje. Diferentemente de nossos artistas modernistas, que romperam barreiras e plantaram tradições nacionalistas, nosso movimento atual é de construir pontes, fomentando o acesso e o compartilhamento da arte, desde nossos quintais até o outro lado do planeta (quiçá fora dele)!
Num mundo onde já compreendemos a real necessidade de andarmos juntos, de darmos as mãos, de olhar para o mesmo horizonte, entendemos a arte como uma linguagem universal que não tem outro sentido que não seja o de agradar o espectador e levar sonhos para sua alma, seja presencial ou virtualmente.
Nossos olhos de artistas são observadores passivos que querem transformar o olhar de fora, presentear com leveza, ofertar uma profusão de cores, roubar sua atenção…
Podemos criticar, dialogar, denunciar, mas sempre com a delicadeza de quem manda um recado amoroso.
A arte por si só é um movimento social e político, mas dele queremos o anarquismo revolucionário da tela branca, onde uma pincelada de ideias e respingos de tintas transformam nossa realidade do aqui e agora, numa guerrilha sem tiros nem mortes.
Já com ela podemos tudo, podemos ser quem quiser, fazer o que gostar, transmutando-nos em magos e bruxas, com caldeirões e varinhas mágicas, cujas poções coloridas e borbulhantes têm o dom de alterar o cotidiano.
Já não somos mais Mários, Menottis, Oswalds ou Anitas, somos todos, somos qualquer um, pois a arte tem o poder de libertar e fazer alçar vôos para locais e mundos antes jamais pisados…
Como já havia notado Oswald de Andrade há cem anos, “nós nunca fomos catequizados. Fizemos foi carnaval.” Não há catequese, não há patriarcado, não há colonizado, não há aculturado. Somos uma grande e única nação artística, compartilhando, somando, copiando, refazendo, bebendo de várias fontes, de vários lugares… Somos fazedores de arte com o que encontramos ou pilhamos na nossa jornada.
Somos artistas dos Cem Anos da Semana de Arte. Somos a semana de arte do agora, construindo nosso manifesto na prática e deixando nosso legado para ser alterado, mexido, compartilhado, melhorado. Somos artistas do hoje. Somos o agora e o depois. Somos todos arte!”
Exposição Um Século de Uma Semana de 22
Artistas convidados:
Tomas Perina (in memoriam)
Mario Bueno (in memoriam)
Fúlvia Gonçalves
Valderlei Zalochi
Dimas Garcia
Marcio Rodrigues
Curador: Beto Mallmann – @betomallmann
Abertura: 11.02.2022, sexta-feira
Horário: 19h
Local: ESPAÇO 800
Rua Frei Antonio de Pádua, 800 – Guanabara – Campinas – @espaco800.art
Período: 11.02 a 11.03.2022
Entrada gratuita – Obrigatório uso de máscara
(Carta Campinas com informações de divulgação)