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‘Chroma Key’ problematiza a identidade masculina ao encenar a abertura de um homem em ruínas, cindido diante da dissolução de seus desejos

Em São Paulo – O espetáculo Chroma Key, que fica em cartaz até o dia 27 de fevereiro no Sesc Avenida Paulista, é resultado de uma pesquisa iniciada em 2018, com direção de Eliana Monteiro e dramaturgia de Angela Ribeiro. Em cena, os atores Rafael De Bona e Ricardo Henrique vivem um homem cindido em um circuito incansável em torno de si, que articula questões, em isolamento, sobre pilares sociais, trabalho, dinheiro, família e o modo como atua no mundo.

(Foto: Mayra Azzi)

Segundo Eliana Monteiro, a peça exibe a trajetória de um homem com um reservatório cheio de violência e opressão. Ao revisitar determinados pontos da sua vida, vão surgindo em sua estrutura fissuras, trincas, rachaduras até se deparar com a ruína. Nesse mergulho, ele tateia sua ideia de masculinidade ou ao menos olha para o lado de fora. “No processo, nós questionamos e problematizamos essa identidade masculina, nos aproximando de seus medos, fragilidades, incapacidades e violência”, coloca a diretora.

No enredo, esse homem vive em descompasso e procura resistir à dissolução de seus desejos. Realidade, memórias, inseguranças e afetos se misturam.

O espetáculo une algumas questões que lançam o personagem em sua trajetória: a estrutura patriarcal nociva à masculinidade, a experiência de solidão profunda vivenciada nos últimos dois anos com o isolamento social e o objeto de estudo durante o processo de criação, especificamente: a depressão como sintoma social.

“Vou desenterrar o bode que está morto no meio da sala. Será que é isso? É isso que o cachorro vem procurar? Vou esperar aqui então. Amanhã eu desço”.

(Chroma Key)

O espetáculo é fruto de um processo colaborativo e conta com a participação de Rafael Bicudo na cenografia e assistência de direção; Bruna Menezes no dramaturgismo; Guilherme Bonfanti no desenho de luz, Bianca Turner com a concepção de vídeo projeção, Érico Theobaldo na direção musical; Marichilene Artisevskis no figurino e Fabricio Licursi com direção de movimento.

Pesquisa

Dois livros foram essenciais para guiar os primeiros passos dos estudos e orientar os experimentos cênicos para a criação de uma dramaturgia em processo: “O Demônio do Meio-Dia – Uma Anatomia da Depressão”, de Andrew Solomon, e “Sociedade do Cansaço”, de Byung Chul-Han. Combinadas a essa abordagem, em 2019, a convite do Sesc Avenida Paulista, o projeto deu um passo a mais ao participar do Processos Abertos, ação destinada à aproximação do público com os trabalhos de pesquisa e criação na área teatral, por meio da realização de oficinas de direção, atuação, dramaturgia e vídeo. Parte da residência, o projeto também trouxe olhares de profissionais como Maria Rita Kehl e Peter Pál Pelbart para rodas de conversa. “Toda essa vivência contribuiu para o trabalho, trouxe um avanço na pesquisa e gerou novas questões para o desenvolvimento do espetáculo”, revela Eliana Monteiro.

Em meio ao processo de finalização da dramaturgia, a pandemia revelou novos elementos em relação ao tema, com os impactos e as consequências do isolamento social. “A experiência da solidão profunda elevou a altos níveis a depressão como sintoma social. Assim, foi incontornável a necessidade de dialogar com essa circunstância que nos atravessa diariamente, mais forte do que nunca”, finaliza a dramaturga Angela Ribeiro.

SINOPSE

Um homem cindido corre incansavelmente em direção a si mesmo na tentativa de escapar da sua realidade. Aprisionado em sua subjetividade, ele vive um tempo em descompasso e procura resistir à dissolução de seus desejos. Seu inconsciente projeta- se sobre o campo da realidade, confrontando-o com suas memórias, seus medos e afetos.

Ficha técnica

Concepção Direção Artística: Eliana Monteiro

Elenco: Rafael De Bona e Ricardo Henrique

Dramaturgia: Angela Ribeiro

Dramaturgismo: Bruna Menezes

Desenho de Luz: Guilherme Bonfanti

Trilha Sonora: Érico Theobaldo

Cenografia: Rafael Bicudo

Assistente de Direção: Rafael Bicudo

Concepção de Vídeo Projeção: Bianca Turner

Figurino: Marichilene Artisevskis

Envelhecista: Foquinha Cris

Direção de Movimento: Fabricio Licursi

Orientação de atuação: Luciana Canton

Assistente de Iluminação: Giorgia Tolaini e Mauricio Matos

Engenheiro de som: Tomé de Souza

Operação de vídeo: Vic Von Poser e Bianca Turner

Operação de sonoplastia: Igor Souza

Operação de Iluminação: Maurício Matos

Técnica de palco: Giorgia Tolaini

Cenotécnico: Wanderley Wagner

Estagiária de Direção: Luciana Fontes

Designer Gráfico: Fábia Karklin

Direção de Produção: Leonardo Monteiro

Produção Executiva: Isabel Barroso

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto

Gestão de mídias sociais: Revoada Assessoria

Idealização: Ricardo Henrique e Rafael de Bona

Teatro | Chroma Key

Quando: De 28 de janeiro a 27 de fevereiro de 2022. Quinta a sábado, às 21h; domingo, às 18h.

* Dia 17 de fevereiro, quinta-feira, a sessão será acessível, com serviço de audiodescrição.
** Dia 23 de fevereiro, quarta-feira, haverá uma sessão especial, às 21h.
Local: Arte II (13° andar).
Ingressos: R$ 30,00 (inteira); R$ 15,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes; meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). Limite de compra de até dois ingressos por pessoa – Vendas a partir de 19 de janeiro, às 14h no portal do Sesc São Paulo e às 17h nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo.

Ingressos limitados
Classificação etária: 16 anos.
Duração: 90 minutos.

Horário de funcionamento da unidade:

Terça a sexta, das 10h às 21h30.

Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

É necessário apresentar comprovante de vacinação contra COVID-19 das duas doses (ou dose única), pessoas a partir de 12 anos, e documento com foto para ingressar nas unidades do Sesc no estado de São Paulo.

Horário de funcionamento da bilheteria:

Terça a sexta, das 10h às 21h30.

Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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