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Surto de Covid em asilo de Campinas mostra eficácia da vacina para idosos, mas acende alerta

Um estudo publicado na plataforma Preprints with The Lancet, ainda sem revisão por pares, avaliou dois surtos de transmissão da variante alfa do novo coronavírus em dois asilos de idosos em Campinas. Os infectados, com média de idade acima de 70 anos, haviam tomado uma dose da vacina da AstraZeneca ou as duas da CoronaVac.

(foto ilustr. vlad sargu – upl)

Mais uma vez ficou comprovada a eficácia da vacina para idosos, mas os resultados também mostraram que mesmo vacinados ainda podem transmitir o vírus e desenvolver COVID-19. Ou seja, a vacinação previne casos graves, mas o distanciamento precisa ser mantido para não gerar novas variantes, relata texto de André Julião da Agência Fapesp

“Os resultados mostram que pessoas que foram vacinadas podem se infectar com a variante alfa e, independentemente de ter a doença ou não, transmitir o vírus a quem ainda não foi vacinado. Isso é preocupante porque pode gerar um gargalo de seleção para linhagens que podem voltar a causar a doença mesmo em pessoas vacinadas. E mostra a importância de manter medidas de distanciamento social e o uso de máscara”, alertou o professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), que coordenou o estudo, José Luiz Proença Médona. A pesquisa também é mais uma prova de que o governo Bolsonaro fez tudo errado no enfrentamento da Covid-19, combatendo o lockdown, o uso de máscara e o distanciamento, atrasando a compra de vacinas e apostando em uma loucura chamada “imunidade de rebanho”.

O pesquisador também disse que o trabalho mostrou uma taxa de agravamento da doença muito baixa. “Foi muito menor do que esperaríamos de uma população com uma média tão alta de idade. Portanto, mostra um efeito protetor da vacinação para o desenvolvimento de COVID-19”, afirmou Módena.

Em um dos surtos, em um convento de freiras aposentadas, a maioria dos 24 residentes e funcionários tomaram a vacina AstraZeneca. A média de idade era de 73 anos. Foram 16 casos registrados, metade deles classificados como leves e a outra metade como assintomáticos. Não houve casos moderados ou severos e nenhum exigiu hospitalização.

Já em uma casa de repouso para homens e mulheres, 32 dos 36 residentes e 10 dos 16 funcionários tomaram as duas doses da CoronaVac. Em 18 dos 22 casos (75%) o quadro foi assintomático e, nos outros quatro, leve. A média de idade dos pacientes era 77 anos. Um residente de 84 anos portador do mal de Alzheimer apresentou sintomas de COVID-19, depois confirmada, 21 dias depois de tomar a segunda dose da vacina. Ele foi o único óbito após cerca de 20 dias internado.

Além da proteção aos idosos e da capacidade do vírus de ser transmissível em vacinados, outra observação importante é que os pesquisadores mediram a carga viral em vacinados infectados nos dois locais, e não houve diferenças significativas entre as duas vacinas.

A variante alfa foi detectada pela primeira vez na Inglaterra em setembro de 2020 e foi responsável pela segunda onda da pandemia naquele país e em outros da Europa. (Veja texto completo AQUI)

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