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Núcleo Menos1 Invisível dança manifesto-utopia para novas formas de habitar o mundo em ‘Poemas Atlânticos’

Online – “Poemas Atlânticos”, nova criação do Menos1 Invisível – Núcleo de Dança, inspirada no pensamento do ensaísta, filósofo e poeta martinicano Édouard Glissant – especialmente no livro “Poética da Relação” (2011) -, para abordar a necessidade de trânsito e cooperação inter-racial como forma de sobrevivência num mundo hostil ao diferente, estreia em temporada de 15 a 18 de julho (quinta a domingo), sempre às 21h, com transmissão direta pelo canal do Youtube do Centro de Referência da Dança de São Paulo – CRDSP.

As discussões sobre imigração forçada, necropolítica e direitos humanos iniciadas em torno da obra “Navio Negreiro” (1840), do pintor pré-impressionista Willian Turner, que corajosamente denuncia o descarte criminoso de milhares de pessoas africanas escravizadas no século 19, também foram motor para o aprofundamento da pesquisa de criação.

 (Foto: Kelson Barros)      

“Poemas Atlânticos” traz à tona uma crítica à criação de muros – reais ou abstratos – e o desejo de celebrar a vida e a coexistência.  Por meio da metáfora poética do Mar, desde as águas primevas, líquido amniótico de onde todos viemos, até a imensidão e mistério oceânicos para onde voltaremos, o elenco, composto por artistas pretos e brancos, idealiza e provoca um ‘pensamento utopia’ de habitar o mundo e fecundá-lo de imaginação para fazer caber a circularidade, a africanidade e outras cosmopercepções.

Entre travessias, passagens e transformações, o processo de criação sinalizou um gesto de apropriação de fala e de desconstrução de discursos eurocêntricos e coloniais presentes no corpo, na cena e nas relações de poder cotidianas.  “Escolhemos encarar e imergir nesses mares afro-atlânticos, em nossas histórias pessoais, incômodos e anseios relativos à ideia de africanidades e ancestralidades. Um movimento mais ao sul que, entretanto, não foge de novas fricções e conflitos”, pondera Cléia Plácido, que dirige e também integra o elenco do espetáculo.

Elementos poético-cenográficos, como o balde que, sobre a cabeça, remete à reminiscência da lata d’água tão presente nos sertões do mundo afro-atlântico e nas lembranças de infância periféricas, representam as relações de poder, subjugação e ausência, mas também revelam outras presenças e memórias que ecoam vitalidade, pertencimento e resiliência.

Em cena, os sete bailarinos-criadores – Edi Cardoso, Felipe Cirilo, Mônica Caldeira, Paulina Alves, Rafael Carrion, Rafael Markhez e Cléia Plácido – contam com Hernandes Oliveira na criação da luz, Sandra-X e Valquíria Rosa, com participação de Pedro Peu, na composição da trilha sonora, e figurinos assinados por Samara Costa. Durante o processo de criação, tiveram Wellington Duarte como provocador dramatúrgico e Eduardo Fukushima e Pedro Peu na preparação corporal.

O espetáculo, que integra o projeto “Mergulho”, contemplado pela 28ª Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança, seguirá em temporada ainda em julho (de 22 a 25), transmitida pela plataforma da Oswald de Andrade/Oficinas Culturais do Estado, e em agosto (dias 21 e 22), com apresentações presenciais, no Teatro Flávio Império.

“Poemas Atlânticos” – Menos1 Invisível – Núcleo de Dança

Estreia: 15, 16, 17 e 18/7 (quinta a domingo), 21h

Plataforma de exibição: Youtube do Centro de Referência da Dança de São Paulo – CRDSP

Link de acesso: https://www.youtube.com/c/CRDan%C3%A7aSP

(*sessão aberta sem necessidade de inscrição)

22, 23, 24 e 25/7 (quinta a domingo), 21h

Plataforma de exibição: Youtube da Oficina Cultural Oswald de Andrade

Link de acesso: https://www.youtube.com/oficinasculturaisdoestadodesaopaulo

 (*sessão aberta sem necessidade de inscrição)

21 e 22/8 (sábado e domingo), 16h – apresentações presenciais abertas ao público

Teatro Flávio Império

Rua Prof. Alves Pedroso, 600 – Zona Leste

Tel: 11 26212719

www.facebook.com/teatroflavioimperio/

Classificação indicativa: 16 anos.

Gratuito

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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