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‘Ascensão Negra’ é o tema da 14ª edição do Festival Latinidades, o maior festival de mulheres negras da América Latina

Online – A 14ª edição do Festival Latinidades, maior festival de mulheres negras da América Latina, acontece entre os dias 22 e 25 de julho. O tema dessa edição é a “Ascensão Negra” com a função de ser mais que um festival, mas sim, um grande encontro de saberes e potências negras. Pelo segundo ano consecutivo, o festival acontece de forma 100% online, transmitido pela plataforma Youtube no canal do Afrolatinas.

O projeto parte do lugar das artes e da cultura para dialogar, disputar narrativas e fortalecer diferentes saberes de mulheres negras: na academia, na rua, na escola, no chão de fábrica, na comunicação, nos movimentos sociais, na gestão de políticas públicas, na diversidade infinita das suas potências e possibilidades de produção de conhecimento.

A missão do festival é ser uma plataforma de formação, cultura, inovação, geração de renda, impacto social, encontro, encanto, acolhimento, celebração e resistência. Neste ano, o festival homenageia a cantora e violinista baiana Rosa Passos, a artista Zezé Mota, uma das maiores ativistas da música afro-peruana e ganhadora de três Grammy Latinos Suzana Baca e a vice-presidente da Costa Rica Epsy Campbell.

A programação inicia no dia 22 de julho, às 19h, com o Manifesto Ascensão Negra, seguido pela exibição da Minissérie “Sonhar é poder, por todas as rotas”, dirigida pela diretora e roteirista Viviane Ferreira, que é uma sequência de #SonhoDePretaConta. Com a realização em conjunto do Oxfam Brasil, Odun Filmes e Instituto Afrolatinas, a minissérie conta a história de seis jovens mulheres negras que revisitam suas próprias histórias e inspiram o mundo com uma reflexão sobre o poder de sonhar a partir da reformulação de rotas de vida no Brasil de 2021. A minissérie será exibida todos os dias do festival.

A programação de abertura segue, às 19h10, com um talks sobre o tema ” O que é ascensão para você?”, com Lumena Aleluia. Durante alguns minutos, será explicado que é possível e desejável que se tenha mais perspectivas sobre o conceito de ascensão e nenhuma delas precisa estar certa ou errada e nem se sobrepor à outra.

A grande novidade desta edição acontece às 19h45, que é a inauguração da Casa Afrolatinas com um tour virtual. A Casa Afrolatinas é uma central criativa, um espaço de trocas, intercâmbios culturais e experimentação de tecnologias. Um laboratório vivo e dinâmico de inovação e impacto social que foca nas artes, na cultura e na educação como pilares para o desenvolvimento humano, social e econômico.

“Assim como o Festival Latinidades, a Casa Afrolatinas nasceu para ser um espaço ativador de encontros, encantos, formações e oportunidades. Uma casa de mulheres negras latino-americanas e caribenhas. Uma casa de afetos. Uma mostra de nossas cores, sabores, saberes e fazeres. Nosso sonho de ter uma casa coletiva ao longo de todo o ano encontrou lugar no Varjão, comunidade periférica, no Distrito Federal, com população de 80% de pessoas negras. Nossa história é coletiva, e a construção desse sonho não poderia ser de outra maneira. Assim nos movemos.” explica Jaqueline Fernandes, co-fundadora da Afrolatinas.

Coletivo Negras Autoras (Foto: Paulo Oliveira)

A primeira atração na Casa Afrolatina acontece às 19h25 com o recital “Afrobooktuber, A Outra História, com Boris”. Quem abre é a poeta colombiana Mary Crueso, pioneira da literatura infantil afro-colombiana. Seguida da mestra de direitos humanos e escritora antologizada Xiomara Cacho, que escreve em suas obras uma reprodução fiel e exata da realidade, reproduzindo e denunciando os males que afligem a sociedade. Quem encerra o recital é a colombiana Luz de Carmen Serna com seus hinos e músicas de composição própria.

Pela primeira vez, o Festival Latinidades apresenta uma Jam Session*, um encontro improvisado com a participação exclusiva de artistas entre instrumentistas, intérpretes, compositoras e poetas negras. Existem diversas versões para a origem do termo “Jam Session“, todas estão ligadas às culturas negras e ao surgimento do jazz. Com direção artística de Jaqueline Fernandes e produção executiva de Moara Ribeiro, o Preta Jam, com 10 artistas, acontece na Casa Afrolatinas, às 20h30.

A penúltima atração da noite, às 21h20, é a apresentação da campanha ” E eu não sou uma mulher?”, uma coleção de lingerie pensada, desenhada e desenvolvida por mulheres negras do Coletivo Preta Sou, de Minas Gerais, para mulheres negras.

Quem encerra a noite é o talk do Dom Filó, do Cultne TV, às 21h20. Batizado como Asfilófio de Oliveira Filho, se tornou, ao longo de 50 anos, comendador da Black Music, criou o Cultne TV, um canal no YouTube com 1.000 horas para celebrar a cultura negra. Dá palestras, faz documentários e filmes e é provedor da cultura por onde passa.

O segundo dia de festival inicia às 14h com o “Recital Afrobooktuber, A Outra História, com Boris” com um trio de colombianas. Quem abre é a Emília Caicedo, que foi premiada pelo Ministério da Cultura como uma das três melhores gestoras culturais do país. Em seguida, Ereilis Navarro Cáceres conta alguns de seus escritos que falam sobre o penteado afro como resistência, comunicação e estratégia pedagógica. Quem encerra o recital é a jovem escritora de 16 anos, Valentina Palacios Perez.

A multiartista Zezé Motta, uma das homenageadas da edição 2021, faz um pocket show às 20h. Com 14 discos gravados ao longo dos seus 77 anos, Zezé regravou clássicos como Trocando em Miúdos, de Chico Buarque e Francis Hime, e Pecado Original, de Caetano Veloso.

Uma sequência de talks marcam a tarde do segundo dia de festival, entre 14h35 e 17h50.Quem abre os talks é a economista Gabriela Chaves, do NoFront Educação Financeira, com o tema “Educação Financeira por meio do RAP”, seguido pela diretora do Twitter Next no Brasil Samantha Almeida com “Ascensão negra e publicidade”; depois é a vez da economista e vice-presidente da ASSECOR (Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento) Roseli Faria e da mestra em desenvolvimento econômico e conselheira da ASSECOR Clara Marino com “Orçamento público como instrumento de mudança de vida das mulheres negras”.

A vereadora Érika Hilton, eleita na última eleição em São Paulo, participa da Latinidades Talks, às 15h, com o tema: “Jornada das Pretas – a política que queremos, com Erika Hilton”, para refletir o que é ascensão negra e como a ocupação de espaços de poder por corpos de pessoas negras e trans pode levar o Brasil à mudança que queremos. Já as jovens mulheres negras que participam das formações do Inesc (Instituto de Estudos Socioculturais) contam, às 16h30, como o orçamento público chega nas juventudes e nas periferias no talk ” Juventude, Direitos Humanos e Política Fiscal”.

O jovem morador do Complexo do Alemão e idealizador do Voz da Comunidade Rene Souza, participa do Talks “Favela venceu?, com Rene Silva”, às 17h40. Do Complexo do Alemão para o Festival Latinidades e para o mundo, Rene Silva compartilha sua perspectiva. Os talks do segundo dia de festival encerram, às 17h50, com a produtora cultural e coordenadora da FéMenina (Rede de Afetos) Renata Menezes, com o tema “Jornada do Autoamor”. Renata fala sobre estratégias necessárias para criar uma rotina onde haja espaço para as suas práticas de autoamor, que sempre acabam ficando pra depois.

A primeira Masterclass da 14ª edição do Latinidades, acontece às 16h40, ministrada pela doutora em Literaturas Africanas – UFRJ e pós doutora em Filosofia Africana/UFRJ, Viviane Mendes de Moraes ( Aza Njeri) com o tema ” Matriarcado Africana: resistência, permanência e continuidade”. Será um encontro reflexivo sobre o Matriarcado Africana enquanto um valor cultural e pilar de resistência, permanência e continuidade da diáspora amefricana brasileira.

O Espaço Literário inicia sua programação às 18h20 do segundo dia, e ele acontece de sexta à domingo, em parceria com o projeto Escola Antirracista das Letras que reune onze editoras negras – QuilombHojeMalê, Grupo Autêntia, Nandyala, Mazza, Pallas, Boi Tempo, Aziza, Oralituras, Editora Perspectiva e Trindade. Esse espaço promete ser o maior de todas as edições passadas do Latinidades trazendo uma diversidade enorme de atividades ofertadas, envolvendo obras de mulheres negras escritoras africanas e da diáspora.

O músico Mateus Aleluia apresenta, às 20h30, um bate papo musicado. Matheus foi reconhecido pela Assembleia Legislativa da Bahia, tornou-se, em 2019, Comendador do Estado da Bahia ao receber a Comenda Dois de Julho. Depois de lançar o seu terceiro disco solo, Olorum, ele desenvolve atualmente os projetos “Nações do Candomblé” e “Canto dos Recuados – Afrobarroco em palestra musical”.

Yzalú, faz um show às 21h. A cantora, rapper, compositora e violonista inovou no cenário independente ao apresentar o seu primeiro álbum “Minha Bossa é Treta”, lançado em 2016. A programação da noite encerra com a Dj Donna prepara um setlist, às 21h30, mostrando suas referências da música negra de pista, propondo conexões sonoras entre a música africana e diaspórica com o movimento hip hop.

Yzalú (Foto: Divulgação)

Para o dia 24, terceiro dia do Latinidades, a programação começa, às 10h, com Rythm and Business – Oficina básica e áudio para artistas e produtoras ministrada pela técnica de áudio Regiane Pereira. A programação musical continua, às 11h, de Bitmaker com a produtora musical Badsista.

A cozinha Afrolatina, dentro da casa Afrolatina é inaugurada às 14h com o chef Chidera Ifeanyi, do Restaurante Simbaz (DF). O Simbaz Culinária Afro Bar mapeou as principais características dos 54 países do continente africano. A proposta é oferecer ao público a culinária, língua e cultura das quatro principais regiões que compõem a África.

“A gastronomia é elemento cultural determinante para todas as pessoas, por meio da qual é possível fortalecer identidades, gerar renda, garantir dignidade, autoestima e integração. A proposta é realizar uma série de programas audiovisuais para compartilhar a diversidade culinária preta e/ou feita por pessoas pretas”, explica Jaqueline Fernandes,co-fundadora da Afrolatinas.

A meditação ativa “Parir a Si Mesma” faz parte do repertório do sistema Respiração Ovárica – Alquimia Feminina, que propõe um reencontro com o poder dos ovários e do útero através da respiração. E a terapeuta holística, professora de Yoga, comunicóloga e consultora psicológica Clarice Val participa da atividade “Meditação para parir a si mesma”, às 15h05, no Festival Latinidades.

A professora de yoga Ana Sou oferece uma visão geral e uma atividade prática para quem aceitar do Desafio de ativar o próprio Poder Ancestral no talk, às 15h45, sobre Vivência: Desafio seu Poder Ancestral. Ana faz parte da primeira geração de instrutores de Kemetic Yoga ( base africana).

O Afrounk Rio é um espaço que pensa a descolonização do corpo feminino, a produção cultural periférica e a cultura de bunda. E no sábado, às 16h25 , a atriz Thaissa Machado fala sobre “Ascensão negra, Afrofunk e descolonização do corpo”.

O dia do Festival Latinidades encerra com cinco pokets shows: às 19h30 com Josy Anne; às 20h com MC Taya; às 20h30 com Urias, às 21h com Ebony e, encerrando às 21h30 com Jub do Bairro.

Dia 25 de Julho é o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha, e para finalizar o Festival Latinidades, o último dia tem uma programação variada com música, literatura, gastronomia e talks. O domingo começa, às 14h, com a Minissérie: “Sonhar é poder, por todas as rotas”, seguida do ” Amefricanifesto”. Honrando o legado deixado por Lélia Gonzalez, o projeto Lélia Gonzalez Vive convocou mulheres negras de todo país a celebrar o Dia 25 de Julho. Em parceria com organizações e coletivos de mulheres negras, foi criado o Amefricanifesto para demonstrar a indignação diante do racismo e do machismo estrutural e estruturante, e valorizar nossas lutas pela igualdade. A exibição da Minissérie e do Amefricanifesto se repete mais duas vezes ao longo do dia.

A séria portuguesa Black Excellence Talks exibe, às 15h, um episódio especial com a participação da bailarina Valéria Monã; a fundadora da plataforma BANTUMEN dedicada à comunidade negra lusófona Vanessa Sanches; o bacharel em sociologia política e mestrando em Educação Danilo Lima; a empresária portuguesa com ascendência angolana Myriam Laylor; o ator, dramaturgo, cientista social, filósofo, professor, articulador cultural, produtor, artista plástico, além de ativista em direitos humanos fundamentais Rodrigo França e o ator luso – angolano nascido em Luanda ,Angola Hoji Fortuna. A programação segue com a Plataforma Black Excellence, às 16h, que nasceu de uma rede que une profissionais negros de todo o mundo, com Miriam Taylor amplificando as vozes de pessoas negras nos quatro cantos do mundo.

O Movimento Black Money é um hub de inovação para inserção e autonomia da comunidade negra na era digital junto a transformação do ecossistema empreendedor negro, com foco em comunicação, educação e geração de negócios pretos. E a palestrante e escritora Nina Silva,às 16h fala sobre o ” Movimento Black Money e reflexões sobre ascensão negra” .

A CEO da Minuto Consultoria Empresarial & Carreira, Especialista em Diversidade & Inclusão, Palestrante, Co-idealizadora do Potências Negras, Ana Minuto fala, às 16h20, sobre ” Pretas Potências e reflexões sobre ascensão negra” .

A edição 2021, encerra às 20h10 com o Manifesto Ascensão Negra, Latinidades 2021. Mas, antes disso acontece uma série de pockets show: às 18h com Rayssa Dias, às 18h30 com Tasha e Trace, às 19h com Maysa e às 19h30 com Monna Brutal .

*A Jam Session vai acontecer na Casa Afrolatinas, com distanciamento, testagem e todas as medidas de proteção relacionadas à Covid-19.

A programação completa pode ser acessada nesse link.

Afrolatinas

Site: https://afrolatinas.com.br/
Instagram: https://www.instagram.com/afrolatinas/
Youtube: https://www.youtube.com/afrolatinas

Festival Latinidades

A missão do festival é impulsionar a produção cultural e intelectual de mulheres negras, promover a formação de público, capacitação e potencialização. A primeira edição do Latinidades aconteceu no Distrito Federal, em 2008. Hoje, prestes a realizar a 14ª edição, o maior festival de mulheres negras da América Latina se tornou uma plataforma de formação e impulsionamento de trajetórias, saberes e fazeres de mulheres negras nas mais diferentes áreas do conhecimento.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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