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População brasileira ficou 10% mais pobre com alta da inflação e recorde de desemprego

O ministro da economia, Paulo Guedes e o presidente da República, Jair Bolsonaro, participam da cerimônia de assinatura da Medida Provisória do Contribuinte Legal.

(foto psborg – shayuri – div)

Levantamento realizado por Daniel Duque, pesquisador do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), mostra que a renda média domiciliar per capita (por pessoa) dos brasileiros foi de R$ 1.065 no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 10% em relação à média de R$ 1.185 de igual período de 2020. A pesquisa também mostrou que esse foi o quarto trimestre seguido de queda da renda na comparação anual.

O levantamento, divulgado em texto de Thais Carrança da BBC Brasil, mostra que crescimento econômico, não necessariamente, aumenta a renda da população. Mesmo com pequeno crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e com uma boa abertura de vagas formais, a queda da renda continuou. A economia brasileira cresceu 1,2% entre janeiro e março, em relação ao quarto trimestre, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E foram abertas 837 mil vagas com carteira assinada, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia.

Segundo o levantamento, os brasileiros ficaram mais pobres porque a política econômica da dupla Guedes- Bolsonaro permitiu um aumento de inflação e um recorde de desempregados. “Como há muitas pessoas procurando emprego, isso diminui as pressões salariais”, disse Duque, ao explicar porque o crescimento econômico não aumenta a renda da população.

Apesar de ter havido criação de vagas formais nas empresas, o desemprego foi recorde no trimestre encerrado em março, com taxa de desocupação de quase 15% e um total de 14,8 milhões de pessoas desempregadas, segundo o IBGE. É um efeito em que os ricos ficam mais ricos e a população em geral fica mais pobre.

Com isso, nem as pessoas que estão empregadas conseguem ter aumento salarial e nem manter sua renda estável. A reportagem lembra que o boletim Salariômetro da Fipe-USP (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo), de janeiro a abril deste ano, mostrou que 61,6% das negociações salarias coletivas entre patrões e empregados resultaram em reajustes abaixo da inflação. Ou seja, os trabalhadores formais também ficaram mais pobres.

O pesquisador também explica porque a aceleração da inflação no governo Bolsonaro é um outro fator importante. A inflação impede que os reajustes reponham os ganhos. A situação piorou nos nos últimos meses, com o índice acumulando avanço de 8,90% até maio, conforme divulgado na quarta-feira (09/06) pelo IBGE.

O levantamento de Duque foi realizado com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua do IBGE, considera o rendimento efetivamente recebido pelas pessoas em todos os trabalhos por elas exercidos. (Veja mais informações AQUI)

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