Surge mais um grave indício de corrupção no governo de Jair Bolsonaro. Segundo a reportagem da jornalista Constança Rezende, da Folha de S. Paulo, o representante de uma vendedora de vacinas afirmou em entrevista à Folha que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.
A negociação envolvia a venda de até 400 milhões de doses, o que cobriria quase toda a população do Brasil com duas doses. Se atingisse esse valor, a Megapropina atingiria US$ 400 milhões. Em reais, seria em torno de R$ 2 bilhões em propina. O senador Alexandro Vieira (Cidadania) apresentou o pedido de convocação do representante da empresa Davati, que relata ter recebido um pedido de propina para venda de vacinas. “Brasileiros morrendo de Covid e bandidos atrás de vantagens ilícitas. Precisamos apurar tudo. A CPI segue avançando”, anotou em rede social.
“Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro”, diz a reportagem.
Segundo a Folha, Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM).
A empresa Davati tentava negociar com o Ministério da Saúde 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca com uma proposta feita de US$ 3,5 por cada (depois disso passou a US$ 15,5). “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa’, disse Dominguetti”, diz a Folha de S. Paulo. (Do 247/Carta Campinas)