Durante depoimento na CPI da Covid, a secretária do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, Mayra Pinheiro, criticou a metodologia de artigos científicos usados pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) para condenar o uso da cloroquina, sem explicar quais seriam esses problemas. Após ser questionada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) sobre uso do tratamento precoce contra a covid-19 sem comprovação científica, ela afirmou:
“Senadora, eu não vou discutir aqui a idoneidade dessas representações, mas o Ministério da Saúde não precisa se nortear… A senhora citou aí a Sociedade Brasileira de Infectologia. Boa parte dos trabalhos que a Sociedade Brasileira de Infectologia utilizou para fazer uma nota desorientando ou desaconselhando o uso dessas medicações tem trabalhos com graves conflitos metodológicos… que nós não podemos usar como referência”, afirmou. Opa!
Você pode pensar que Mayra Pinheiro tenha credenciais para fazer a crítica, mas o currículo lattes da médica que comandou o combate à Covid-19 no Brasil é pífio em termos de produção científica. Há 18 anos ela não publica um artigo científico como autora principal. Ela tem em toda a vida, apenas 3 artigos como autora principal, todos entre 1993 e 2003. Os últimos artigos de Mayra, publicados em 2020, como co-autora de um grupo de mais de 5 autores, são sobre psiquiatria.
Mayra é mais uma a expressar uma espécie de síndrome do Bolsonarismo, mas não só do Bolsonarismo como pode ser visto no filme A Negação.