Um grupo de estudantes da Unicamp, que está organizando um movimento a favor da ciência e contra as práticas anticientíficas defendidas pelo governo Bolsonaro (kit covid, antivacina, antimáscara e outros) se encontrou com uma manifestação de fanáticos bolsonaristas na região central de Campinas no último dia 11 de abril.
Os estudantes alertaram os extremistas bolsonaristas sobre o descumprimento das normas sanitárias e a confusão acabou animando moradores dos prédios ao lado do Largo do Rosário, que começaram um panelaço contra os radicais de extrema-direita. “Conseguimos animar um panelaço iniciado espontaneamente por moradores dos prédios próximos ao Largo do Rosário, o que atrapalhou o discurso dos bolsonaristas e fez com que fossem embora antes do planejado”, anotaram.
Os estudantes estavam se manifestando em defesa do lockdown nacional (fechamento total), vacinação eficiente e auxílio emergencial digno, além da denúncia do descaso por parte de nossos líderes políticos. Coincidentemente, ocorreu no mesmo dia em que o grupo radical intitulado “Marcha da Família Cristã”, cujas exigências eram liberdade de culto presencial, fim do isolamento social, fechamento do STF, luta contra a “ameaça comunista” e, para fechar com chave de ouro, intervenção militar.
“Todas essas reivindicações dos bolsonaristas foram feitas em meio à aglomeração, indo contra decretos municipais e normas sanitárias. Além disso, muitos não usavam máscara, desrespeitando decreto estadual. A guarda municipal foi ativada diversas vezes por nós e por moradores da região, porém não vimos sinal dela”, ressaltam.
Os estudantes também relataram que a polícia militar e a Emdec passaram diversas vezes pelo tumulto, mas ignoraram as leis que estavam sendo quebradas pelos chamados “cidadãos de bem”. “Dois PMs nos abordaram pedindo que fossemos embora e dizendo que não conseguiriam nos proteger, deram razão para os militantes defensores de Bolsonaro. Apesar disso, não fomos embora, o que gerou muitas ofensas racistas e sexistas, além de ameaças de morte e agressão, que a PM também preteriu, apenas afirmando que iríamos dificultar o trabalho deles”, anotaram.
Os estudantes da Unicamp reforçam a posição científica do movimento. “Acreditamos no poder transformador da educação e buscamos fazer nosso ativismo nos baseando em evidências científicas e criação de pensamento crítico, algo que assusta muito a minoria bolsonarista”.
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