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Sem tapar o sol com a peneira

(foto darwis alwan – pxl)

.Por Roberto Ravagnani.

Ao mesmo tempo que temos exemplos maravilhosos de trabalhos executados por voluntários em todas as partes do mundo, temos o lado ruim da história, voluntários que se aproveitam de situações para macular o fantástico resultado de milhares de boas ações.
Semana passada fomos surpreendidos com um dito voluntário que se filiou a uma organização social na cidade de Manaus – AM, para ajudar a recolher e carregar os cilindros de oxigênio nos hospitais, produto que o mundo todo acompanhou, estava em falta, levando pacientes a morte. Qual não foi nossa surpresa quando noticiaram que o dito voluntário começou a desviar os cilindros e os vendia no mercado clandestino em benefício próprio e com isso começou ostentar viagens e compras de grande monta, o que levou-os a achar o enganador e podemos dizer um quase assassino pois a falta do produto poderia ter levado algum paciente a óbito pela falta do produto.
O que nós líderes de organizações temos que aprender com esta lição, que a seleção deve ser muito bem feita, entendo e compreendo a necessidade de Manaus e provavelmente a pressa em ter pessoas ajudando era muito maior do que se preocupar com a seleção delas, mas uma seleção bem feita com toda documentação atrelada ao termo de adesão ao trabalho voluntário, certamente ajudarão a evitar este tipo de problema, ou na pior das hipóteses ajudarão na busca e apreensão de um voluntário que venha a causar um prejuízo a organização e a sociedade.
A gestão do trabalho voluntário, muitas vezes deixada de lado deve ser vista como uma grande aliada para sua causa, o voluntário certamente é um ganho para a organização se bem gerenciado, ajuda no MKT, na captação de recursos, na obtenção de novos voluntários, na criatividade para novos projetos ou novas formas de fazer coisas em andamento, em eventos entre tantas outras possibilidades que eles nos trazem, mas somente se bem geridos, caso contrario podem ser mais um problema para o gestor da organização.
Muitos gestores devem estar pesando, mas como terei um gestor de voluntários se não tenho recursos? Minha sugestão é buscar outras organizações do seu entorno e contratem um gestor como prestador de serviços, terão um custo muito menor e se partilhado, menor ainda. É possível, basta usar de criatividade.
Ok, fazendo tudo isso estaremos livres de golpes? Não. Usando a palavra do título, esta é mais uma peneira bem fina, mas ainda assim poderão ser vítimas de tentativas de golpe, pois quando apertamos o cerco eles também utilizam de sua criatividade para melhorar seus ataques. Vale lembrar que é um número pequeno de pessoas de péssima índole que se utilizam deste artificio para lucrarem, mas eles existem e não podemos, por ser defensor da causa, tapar o sol e negar isto. Por isso jogo aberto e as claras para todos saírem ganhando.

Roberto Ravagnani é palestrante, jornalista (MTB 0084753/SP), radialista (DRT 22.201), conteudista e Consultor especialista em voluntariado e responsabilidade social empresarial. Voluntário palhaço hospitalar desde 2000, fundador da ONG Canto Cidadão, da IPA Brasil e da AFINCO, Associado para o voluntariado da GIA Consultores no Chile, fundador da Aliança Palhaços Pelo Mundo, Conselheiro Diretor da Rede Filantropia, sócio da empresa de consultoria Comunidea, criador e gestor de eventos filantrópicos, porta voz pela ONU, Membro Hub One, Líder Internacional de Yoga do Riso, Conselheiro de Relações Sociais e Familiares do Instituto i. s. de desenvolvimento e sustentabilidade Humana, Diretor da rádio Tom Social, Global Friends of Volunteering (IAVE) e Associado da VRS Consult da Guatemala. www.robertoravagnani.com.br

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