.Por Susiana Drapeau.
As ações do governo Bolsonaro estão sendo letais para um grupo da população que, em boa parte, acabou seduzido pelo discurso de ódio da extrema-direita. Duas ações importantes podem ter contribuído pela morte de 663 policiais em 2020.
Bolsonaro se diz defensor dos policiais. Mas na verdade, como ele próprio disse, é um defensor de maus policiais, ou seja, as milícias paramilitares que extorquem as populações onde não há a presença do Estado brasileiro. Certa vez disse que sua especialidade é matar. Bolsonaro está conseguindo.
Vejas as duas ações do governo que podem ter contribuído para o aumento das mortes de policiais.
- O governo fez decretos e inúmeras ações para liberar armas de grosso calibre para a população em geral. Não precisa estudar economia ou sociologia para saber o resultado. Qualquer jumento de carga sabe que mais armas na sociedade vai baratear e facilitar o acesso para os criminosos. Obviamente, mais armas pesadas na população significa mais facilidade para criminosos encontrar armas pesadas e, portanto, mais riscos para os policiais. Neste ano, 198 policiais foram assassinados em serviço ou de folga, um acréscimo de 10% em relação a 2019. O crescimento ocorreu após três anos seguidos de queda. Pode se dizer que foi mais uma conquista da política bolsonarista.
- Por outro lado, governo Bolsonaro foi totalmente incompetente no caso da Covid-19, atrasando a aquisição de vacinas e prejudicando o combate à doença por governadores e prefeitos. Até uma CPI foi criada no Senado para apurar responsabilidades no atraso do combate à pandemia. E se a pandemia já matou quase 400 mil pessoas, matou também policiais. A Covid-19 provocou somente no ano passado a morte de 465 policiais no Brasil. É mais que o dobro do número de agentes assassinados nas ruas do país em 2020.
O número de pessoas mortas pela polícia continua alarmante: 5.660 pessoas foram mortas por forças policiais no Brasil em 2020.