Eles concluíram que em tempos incertos a união não apenas faz a força, mas deverá ser vital para reabrir suas portas quando o público puder voltar. Com foco no fortalecimento do setor a partir do trabalho colaborativo, os responsáveis por 17 espaços e iniciativas autogeridas ligados às artes visuais em Campinas conceberam o Circuito Livre de Arte Independente (CLAI), que promove seu primeiro evento conjunto nos dias 17 e 18 e de 20 a 25 deste mês. Serão aulas, performances, intervenções urbanas, demonstração de técnicas e exibições de vídeos, tudo transmitido pelas redes sociais; apenas uma atividade exigirá inscrições prévias e toda a programação é gratuita.
O CLAI é organizado por Ana Angélica Costa (artista e gestora da Casa de Eva), Maíra Endo (editora-curadora do HIPOCAMPO) e Teresa Mas (arquiteta e gestora do Instituto Pavão Cultural). “A ideia do CLAI, enquanto rede de colaboração, me ronda desde 2015, quando a cena independente das artes visuais de Campinas começou a ser ampliada. Há pouco mais de um ano, antes da pandemia, comecei uma conversa com a Ana Angélica e a Teresa Mas e nasceu o grupo, que vem se desenvolvendo como agente coletivo desde então. Apesar da necessidade e do desafio de adaptar esse nosso primeiro projeto para o formato virtual, estamos animadas”, comenta Maíra.
O projeto original, viabilizado com recursos da Lei Federal 14.017, de 29 de junho de 2020 (Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc), previa a realização do evento CLAI na Praça, com atividades presenciais oferecidas gratuitamente em áreas públicas pelos artistas-gestores dos espaços e iniciativas de arte do CLAI. Mas o agravamento da pandemia e o aumento das restrições à circulação de pessoas exigiu a adaptação ao formato virtual.
A situação sanitária alterou outra ação incluída no projeto, o CLAI Aberto, um roteiro de visitas aos locais integrantes do Circuito, que será convertido em um mini documentário em vídeo. Um mapa com a localização de todos os espaços já pode ser conferido na plataforma Google Maps e no perfil do CLAI no Instagram (@claicampinas). A versão impressa também será lançada e incluirá a indicação de percursos de bicicleta e transporte coletivo até eles. “Será um convite para que a população conheça e visite os espaços de arte do CLAI”, diz Teresa Mas. “Esperamos que, ainda em 2021, possamos abrir nossas portas e estar juntos”, afirma Maíra.
Agenda CLAI
Canais de transmissão:
https://www.instagram.com/claicampinas/
(A única atividade que exige inscrição é a performance coletiva do dia 25; toda a programação é gratuita).
17/04 | sábado
11h às 11h40 – Videoaula: “Tudo é Desenho (ou pelo menos pode ser…)”, com o artista visual Marcelo Moscheta, do Ateliê/8. Inspirado em escritos de artistas como Cildo Meireles, Richard Long, De Kooning e outros, a aula aberta vai tratar do desenho e sua realização em diferentes suportes, técnicas e formatos, com proposições de simples realização, acessível e prática. Classificação livre. Transmissão pelo Youtube e Instagram, participação do artista pelo chat e registro disponibilizado depois pelos mesmos canais.
17h – Videoarte: “128 dias”, da artista visual Estefania Gavina, do Ateliê CASA. A partir da proposta original da intervenção “Divindades Inumanas”, que seria desenvolvida coletiva e presencialmente, a artista explora em seu jardim e ateliê fragmentos de instantes da vida cotidiana, construindo poeticamente seu olhar para o tempo presente e a finitude da vida. Duração: oito minutos. Classificação livre. Transmissão via Instagram e e YouTube (estreia), com participação da artista pelo chat.
18/04 | domingo
13h às 17h – Intervenção urbana: pintura mural com o artista visual Fabiano Carriero, do Ateliê Folha, e participação da artista visual Eduarda Ribas. Pintura ao vivo de um mural em espaço público. As pinturas de Carriero trazem arquétipos de nossa brasilidade, levando as cores e dores do povo para a rua. Classificação livre. Transmissão ao vivo pelo Instagram.
20/04 | terça-feira
20h às 21h – Foto-filme: Sessão Festival Hercule Florence I. O Festival tem como matriz e inspiração a invenção isolada da fotografia no Brasil, em Campinas, por Hercule Florence, em 1833. O Festival acontece na cidade no mesmo período deste projeto. Classificação livre. Transmissão ao vivo pelo Instagram e YouTube (estreia) e depois ficará disponível nos mesmos canais.
21/04 | quarta-feira
20h às 21h – Foto-filme: Sessão Festival Hercule Florence II. Transmissão ao vivo pelo Instagram e YouTube (estreia) e depois ficará disponível nos mesmos canais.
22/04 | quinta-feira
20h às 21h – Foto-filme: Sessão Festival Hercule Florence III. Transmissão ao vivo pelo Instagram e YouTube (estreia) e depois ficará disponível nos mesmos canais.
23/04 | sexta-feira
20h às 21h – Videoarte: Sessão HIPOCAMPO. Fundado em 2016, o HIPOCAMPO dedica-se à construção de um acervo público, multidisciplinar e digital, hoje formado por cerca de 250 peças de autoria de mais de 40 colaboradores. Classificação livre. Transmissão ao vivo pelo Instagram e Youtube.
24/04 | sábado
14h30 às 17h30 – Oficina: Impressão e colagem de painel em lambe-lambe, com os artistas Luciana Bertarelli, Marcio Elias e Simone Peixoto, do Xilomóvel Ateliê Itinerante. Oficina ao vivo com demonstração da impressão de xilogravuras e criação de um painel de 3×3 metros em lambe-lambe, com colagem de impressões em monotipia e xilogravura. Classificação livre. Transmissão ao vivo pelo Instagram e YouTube, com registro posterior disponibilizado nos mesmos canais.
18h às 18h20 – Performance: “Consumindo Kairós”, com o artista visual MIRS Monstrengo, do Estúdio Casa Ímpar. MIRS propõe uma performance ao vivo, trazendo elementos simbólicos coletivos e de sua poética que tratam de diferentes concepções da ideia de tempo nos dias atuais. Classificação livre. Transmissão ao vivo no YouTube e Instagram e registro disponibilizado depois nos mesmos canais.
25/04 | domingo
11h – Videoaula: “Câmeras Obscuras”, com Ana Angélica Costa, artista visual e gestora da Casa de Eva. A partir da proposta original da intervenção “Uma árvore com frutos estranhos”, em que uma série de pequenas câmeras obscuras pendem dos galhos de uma árvore, será explicado o processo de formação da imagem pelo princípio da câmera obscura. Classificação livre. Duração: 15 minutos. Transmitida ao vivo no Instagram e YouTube e depois disponibilizada nos mesmos canais.
17h às 17h40 – Performance coletiva: “TEMPO CORPO versus TEMPO VIRTUAL”, com a artista experimental Cecília Stelini, do AT|AL 609 – lugar de investigações artísticas. Uma ação que questiona a presença física e a presença virtual de um corpo, evidenciando situações que nos são impostas. Quando o corpo físico é realmente necessário? Realizada pela plataforma Zoom em tempo real, com participação do público. Inscrições gratuitas: link na bio do @claicampinas no Instagram, sem limite de participantes. Classificação livre. Transmissão ao vivo pelo Instagram e YouTube.
Ficha Técnica do Projeto CLAI Campinas
Produção executiva: Maíra Costa Endo
Produção: Camilla Torres, Paula Monterrey e Teresa Mas
Artistas: Ana Angélica Costa, Cecília Stelini, Estefania Gavina, Fabiano Carriero, Eduarda Ribas, Luciana Bertarelli, Marcio Elias, Simone Peixoto, Marcelo Moscheta e MIRS Monstrengo.
Design gráfico: Rhelga Westin
Espaços de arte participantes: Silvia Matos Ateliê de Criatividade; Casa de Eva; Instituto Pavão Cultural; Xilomóvel Ateliê Itinerante e Nave na Mata, em Barão Geraldo; Fêmea Fábrica, Estúdio Casa Ímpar, Atelie/8 e Torta, no Centro; Ateliê Oráculo e Ateliê Folha, na Vila Industrial; Rabeca Cultural e Tote Espaço de Arte, em Sousas; Clubinho Eulina, no Jardim Eulina; Ateliê CASA, na Chácara da Barra; AT|AL 609, no Cambuí; e HIPOCAMPO, espaço virtual/on-line.
Espaços que integram o CLAI Campinas, por localização:
DISTRITO DE BARÃO GERALDO
Sílvia Matos Ateliê de Criatividade. Espaço para arte contemporânea criado em 1990. Promove oficinas, pesquisas, exposições e palestras. Antropoantro (Beth Schneider, Inês Fernandez, Lalau Mayrink, Olivia Niemeyer, Sílvia Matos, Tina Gonçalez e Vane Barini) se reúne neste espaço, onde surgiu em 2000. Rua Aristides Lobo, 1016, Cidade Universitária. Saiba mais: www.silviamatos.art.br
Casa de Eva. Espaço de cultura, criação e troca de saberes dedicado à fotografia e às artes visuais. Possui galeria, laboratório fotográfico PB e de técnicas alternativas de impressão, ateliê de cerâmica e sala envidraçada no jardim para práticas corporais. Rua Desembargador Antão de Moraes, 588, Cidade Universitária. Saiba mais: www.casadeeva.com.br
Instituto Pavão Cultural. Dedicado a exposições e projetos culturais voltados para artes visuais e cênicas, arquitetura, música e atividades educativas. Criado em 2019 por Mario Braga e Teresa Mas, tem como diferencial o espaço propício para melhor interação entre espectador e obra. Rua Maria Tereza Dias da Silva, 708. Saiba mais: www.pavaocultural.org
Xilomóvel. Ateliê itinerante equipado com todo o material necessário para a prática da xilogravura. Em sua sede fixa, os artistas do projeto desenvolvem seus trabalhos, planejam e organizam as atividades do Xilomóvel e oferecem cursos. Rua Francisco de Barros Filho, 546. Saiba mais: www.xilomovel.com.br
Nave na mata. Promove eventos gastronômicos, oficinas, exposições e mercados. Conta com espaço para hospedagem como residência artística, adotando a filosofia e práticas de cuidado de si. SeiZo Soares é escultor, roteirista e professor do espaço. Rua Mata da Tijuca, 56, Bosque de Barão Geraldo. Saiba mais: www.facebook.com/navenamata
CAMBUÍ, CENTRO e VILA INDUSTRIAL
Ateliê CASA. Casa idealizada como lugar de pesquisa e perturbações na arte contemporânea. Criado por Estefania Gavina, conta com ambientes para exposições, sala de leitura, cozinha, jardim e cinema ao ar livre. Desde 2017 abriga o acervo sui generis de imagem ACHO, fundado por Fabiana Bruno, Estefania Gavina e Elaine Pessoa. Rua Maestro Agide Azzoni, 320, Chácara da Barra. Saiba mais: www.instagram.com/ateliecasacampinas
AT|AL|609 – lugar de investigações artísticas. Espaço independente dedicado à difusão da arte contemporânea por meio de exposições, orientação de propostas artísticas, cursos e programa de residência, que buscam auxiliar o desenvolvimento de processos criativos e promover a reflexão e participação da comunidade. Rua Antônio Lapa, 609, Cambuí. Saiba mais: www.atal609.com.br
Fêmea Fábrica. Espaço compartilhado por quatro artistas visuais que, ao buscarem uma prática autogestionada, desdobram sua instalação física como potência de ações e encontros criativos. Suas atividades giram em torno das artes visuais e de desdobramentos transdisciplinares possibilitados pela leitura contemporânea da arte. Rua Luzitana, 1769, Centro. Saiba mais: www.femeafabrica.com
Estúdio Casa Ímpar. Espaço de exposição, comercialização, oficinas, parcerias, aprendizado, projetos e produção, composto pelos artistas visuais Campelo, Kranium e MIRS Monstrengo, com diferentes linguagens, da pintura acadêmica à arte contemporânea, passando pelo graffiti e arte urbana. Rua Coronel Rodovalho, 23, Centro. Saiba mais: www.instagram.com/estudiocasaimpar
Ateliê/8. Espaço voltado para a produção de arte contemporânea e o desenvolvimento de pesquisas em diversos meios e suportes, em atividade desde 2004. Além da produção individual de seus integrantes, Marcelo Moscheta e Ariane Grigoletto, o local recebe cursos, palestras e orientações individualizadas. Rua Antonio Cezarino, 332, Centro. Saiba mais: www.marcelomoscheta.art.br
Torta. Projeto artístico cultural que acontece no formato de uma casa. Coordenada por Paula Monterrey, a Torta é um espaço aberto para práticas colaborativas e experimentais em arte e cultura desde 2016, tendo acolhido exposições, pocket shows, lançamentos de livros, saraus, performances, exibições de audiovisual, oficinas, entre outros. Rua Duque de Caxias, 537, Centro. Saiba mais: http://atorta.org/
Ateliê Oráculo. Com foco em artes visuais, design e literatura, é o espaço de produção da dupla criativa Kate Manhães e Rhelga Westin, fundado em 2010. O Oráculo é um lugar de reflexão, vivência e experimentação no desenvolvimento de projetos comissionados e autorais. Rua Sete de Setembro, 850, Vila Industrial. Saiba mais: https://atelieoraculo.art.br
Ateliê Folha. Espaço de produção e pesquisa do artista Carriero e da quituteira Duda Ribas. Desde 2016 abre suas portas para encontros, feiras e exposições. Rua Doutor Sales de Oliveira, 1383, Vila Industrial. Saiba mais: www.facebook.com/espacofolha
JARDIM EULINA
Clubinho Eulina. Coletivo que visa promover atividades culturais e de lazer, e também reivindicar melhorias na Praça de Esportes Salvador Lombardi Neto. O lugar possui um complexo esportivo e um amplo espaço onde já aconteceram oficinas, apresentações artísticas e musicais, entre outros eventos. Rua Barão de Porto Feliz, 500, Jd. Eulina. Saiba mais: www.instagram.com/clubinhoeulina
DISTRITO DE SOUSAS
Rabeca Cultural. Espaço multimídia voltado para o ensino da música e das artes em geral. Há aulas de instrumentos musicais, desenho e pintura, cursos periódicos de cinema, fotografia, artes visuais, literatura etc. Promove shows musicais e exposições. Avenida Dona Maria Franco Salgado, 250. Saiba mais: www.instagram.com/rabecacultural/
TOTE Espaço Cultural (2003). Lugar independente voltado para as artes visuais contemporâneas, onde acontecem exposições, workshops, cursos e, desde 2020, residências artísticas. Gerido pela artista Norma Vieira que ali tem seu ateliê. Avenida Dona Maria Franco Salgado, 260. Saiba mais: www.toteespacocultural.com
HIPOCAMPO (www.hipocampo.art.br). Espaço de arte independente, multidisciplinar e virtual, voltado para a construção e difusão de um acervo público digital que hoje abriga cerca de 250 peças de mais de 40 colaboradores. Criado em 2016 por Maíra Endo, publica mostras semestrais, trazendo recortes de seu acervo. Saiba mais: https://linktr.ee/hipocampo
(Carta Campinas com informações de divulgação)