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Catálogo Poético apresenta releituras de obras da Semana de 22 e dá visibilidade a artistas pouco conhecidos do movimento

Às vésperas do centenário da Semana de 22, o poeta, dramaturgo e ficcionista Marco Catalão faz um trabalho de releitura de obras listadas no catálogo original da Semana de Arte Moderna de 1922. O resultado é o Catálogo Poético da Semana de 22. Livro contemplado pelo Programa de Ação Cultural – ProAC – da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e que acaba de ser publicado pela editora Mondrongo.

Os 68 poemas estão divididos em 26 grupos, sendo que cada um destes corresponde a uma letra do alfabeto. A de Anita Malfatti, B de Bandeira e assim por diante até o Y de Yan de Almeida Prado e Z de Zina Aita. Trata-se de um conjunto de poemas inéditos de Marco Catalão que dialogam com a obra de autores como Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia e Mário de Andrade e que revisam seu legado artístico cem anos depois das suas primeiras publicações.

O livro também procura despertar a curiosidade para a obra de artistas menos conhecidos, como Martins Ribeiro, Wilhelm Haarberg e Zina Aita, que, conforme destaca o autor, tiveram importante atuação durante a Semana de 22, mas que hoje são ignorados pela maior parte dos brasileiros.

Criados a partir de diferentes técnicas criativas, os poemas têm como ponto de partida o catálogo original da Semana de Arte Moderna de 1922. “Alguns são como diálogos com as obras visuais ou comentários explícitos sobre elas, em outros apresento reinterpretações de elementos apenas insinuados nas criações artísticas tomadas como referência. Nos casos de pinturas ou esculturas que se perderam, o título da obra serve de estímulo para a invenção livre”, explica Catalão.

A própria efervescência da Semana, com toda sua liberdade criativa, também inspira a produção das releituras que são apresentadas de diversas formas e técnicas. Poemas produzidos a partir da descrição e recriação verbal de obras visuais (técnica conhecida como écfrase) ou seguindo o dispositivo do ready-made, posto em circulação no Brasil por Oswald de Andrade e Manuel Bandeira, a partir do qual textos informativos e ensaísticos são transformados em enunciações poéticas, são apenas alguns exemplos, além do poema-piada, elemento bastante recorrente na poética da Semana de 22.

O convite para revisitar a Semana de 22, movimento considerado entre os mais importantes da cultura brasileira, é reforçado com as ilustrações de Maurício Negro.

Oficinas
O projeto contemplado pelo ProAC, além do livro, prevê a realização de duas oficinas de criação literária a partir de obras de artes visuais. Também está previsto o evento de lançamento do livro, com um debate sobre o legado da Semana de Arte Moderna de 1922, com a participação do professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal de Guarulhos, Pedro Marques, que além de pesquisador, é poeta e músico. Todas as atividades serão realizadas de forma virtual, devido à pandemia da covid-19. Como contrapartida, a obra também será distribuída para os acervos de bibliotecas, museus e centros culturais.

Catálogo Poético da Semana de 22
Marco Catalão
Ilustrações: Maurício Negro
Editora: Mondrongo
Obra produzida e publicada com apoio do Edital n° 23/2019 (PRODUÇÃO E PUBLICAÇÃO DE OBRAS SOBRE A SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 NO ESTADO DE SÃO PAULO) do Programa de Ação Cultural – ProAC – da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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