O presidente Jair Bolsonaro, apesar de negar, confessou um crime diante das câmeras de televisão. Ele afirmou nesta terça-feira, 15, que os R$ 89 mil que Fabrício Queiroz depositou na conta da primeira-dama Michelle não eram para ela, mas para ele mesmo. Com isso, Bolsonaro se envolveu até o pescoço na investigação do Crime da Rachadinha, ao confessar que sabia e recebia dinheiro Fabrício Queiroz/Flávio Bolsonaro, esquema investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Queiroz é considerado pelo MP-RJ o operador do desvio financeiro montado pelo filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro.
A declaração foi dada quatro meses depois de os depósitos terem sido revelados, o que reforça sua participação no esquema Queiroz. A fala de Bolsonaro também entra em contradição com outros depoimentos anteriores dele, em que negava qualquer envolvimento com os pagamentos de Queiroz.
Na primeira vez que as investigações descobriram dinheiro de Queiroz nas contas de Michelle, ele disse que era apenas um empréstimo. “Emprestei dinheiro para ele (Queiroz) em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos R$ 40 mil”, disse Bolsonaro em dezembro de 2018. Ou seja, naquela época ele tentou se desvincular do esquema Queiroz.
Agora, ele confessou dessa forma: “Como falei desde o começo (SIC), aqueles cheques em torno de 10 anos foram para mim, não foram para ela. Divide aí R$ 89 mil por 10 anos, dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus. O Queiroz também pagava contas minhas. Era de confiança, tá?”, disse na entrevista.
Ou seja, ele confessou “propina” de pelo menos R$ 750 por mês durante 10 anos!
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