A São Paulo Companhia de Dança (SPCD) se une às comemorações dos 40 anos do Teatro Sérgio Cardoso, gerido pela Amigos da Arte, com direção de Danielle Barreto Nigromonte, para a estreia do projeto Dança Hoje, uma coleção de coreografias contemporâneas inéditas criadas especialmente para o suporte audiovisual a partir de um fino entrosamento entre música e movimento.
A produção estreia no exato dia do aniversário do Teatro – 13 de outubro, às 18h – e fecha uma programação especial criada pela Amigos da Arte que acontece a partir do dia 9, com exibições gratuitas pela plataforma #CulturaEmCasa. O vídeo também será transmitido pelas redes sociais da Companhia e faz parte da série de ações do selo #SPCDdigital.
Gravado no Teatro Sérgio Cardoso – a casa da SPCD durante suas Temporadas anuais -, Dança Hoje surgiu de uma provocação da diretora da Companhia, Inês Bogéa, durante o período em que os bailarinos estavam isolados em suas casas em quarentena. O objetivo era fazê-los explorar as possibilidades da contemporaneidade com a criação de obras de curta duração e número reduzido de intérpretes dentro das possibilidades impostas pelo contexto social do momento.
Concebidos à distância e idealizados para o meio digital, os solos, duos, trios e quartetos originados ganharam novas camadas a partir de sua relação com o vídeo, através das lentes de Rubens Crispim Jr., e também da música, parte dela executada ao vivo por instrumentistas do Percorso Ensemble, com direção musical de Ricardo Bologna.
Coreógrafos nacionais e internacionais, alguns deles situados a milhares de quilômetros dos intérpretes, foram convidados a colaborar com o projeto e desenvolver processos criativos por meio de ferramentas de vídeo online, como Esdras Hernández, Mônica Proença, Jonathan dos Santos e Yuri Ruppini, além do dramaturgo Bastian Thurner. Bailarinos da Companhia que experimentam o ofício de coreógrafo dentro do Programa de Desenvolvimento de Habilidades Futuras do Artista da Dança, mantido pela própria SPCD, também puderam elaborar trabalhos a serem dançados pelos próprios colegas.
“O projeto Dança Hoje nasce do desejo de dar vazão a processos criativos coletivos mesmo diante do desafio imposto pelo novo arranjo social no qual vivemos. Com base nisso, bailarinos, coreógrafos, músicos e instrumentistas foram convidados para estruturar diálogos cênicos a partir das ferramentas que cada um domina. Essa é uma forma de manter estreitos os laços dos artistas com o público ao mesmo tempo em que continuamos a ocupar o Teatro Sérgio Cardoso, a casa de nossas temporadas, para celebrar esses 40 anos de intensa atividade cultural”, ressalta a diretora artística e executiva da São Paulo Companhia de Dança, Inês Bogéa.
“O Teatro Sérgio Cardoso, nos seus 40 anos de história, se consolidou também como um palco valioso para a dança, tendo recebido ao longo de sua trajetória renomadas companhias nacionais e internacionais. É uma honra para nós ter nesse aniversário a participação da São Paulo Companhia de Dança, tão conectada com a história do teatro e fundamental na cena artística do país”, diz Danielle Barreto Nigromonte, diretora executiva da Amigos da Arte, instituição que gerencia o Teatro Sérgio Cardoso.
A exibição acontece no canal da Companhia no YouTube (São Paulo Companhia de Dança) e no Facebook (@spciadedanca) e também na plataforma #CulturaEmCasa (www.culturaemcasa.com.br), criada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerida pela Amigos da Arte, que já soma mais de 1,6 milhão de acessos desde o seu lançamento, em abril. Pelo Instagram (@saopaulociadedanca) e o Twitter (@spciadedanca), o público vai poder conferir ainda detalhes sobre os bastidores das gravações.
Estreia de Dança Hoje, por São Paulo Companhia de Dança e Teatro Sérgio Cardoso
Quando: 13 de outubro de 2020, às 18h
Onde: Canal da SPCD no YouTube – www.youtube.com/AudiovisualSPCD Plataforma #CulturaEmCasa – culturaemcasa.com.br/tsc-40/
Ficha técnica das coreografias do projeto Dança Hoje:
Sociedade das Mulheres
Coreografia: Luan Barcelos
Música: Noturno nº 20 em Dó Sustenido Menor, Op. Posth, de Frédéric Chopin (1810 – 1849), interpretado por Amanda Martins (violino) e Horácio Gouveia (piano)
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Raquel Davidowicz – UMA e Edmeia Evaristo
Bailarinos: Ana Roberta Teixeira, Ana Silva e Cecília Valadares
O trabalho é inspirado pela força das mulheres nos dias atuais, com suas fragilidades e intensidades, enfatizando a importância delas para a família e a sociedade e também a evolução e a independência por elas alcançadas.
Sonatina
Coreografia: Ammanda Rosa
Música: Sonatina em Lá Menor, Op. 137 Nº 2 D 385, de Franz Schubert, interpretado por Amanda Martins (violino) e Horácio Gouveia (piano)
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Acervo SPCD
Bailarinos: João Gabriel Inocêncio e Leonardo Pedro
Sonatina é uma obra pensada para dois jovens bailarinos com o intuito de mostrar o frescor e a energia que a juventude tem. Os movimentos são baseados na brincadeira existente na música entre violino e piano, buscando integrar os corpos dos bailarinos a esses instrumentos.
Dualidade
Coreografia: Mônica Proença e Jonathan dos Santos
Música: Lingering Darkness, de Logan Jones, executada por Adriana Holtz (violoncelo)
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Yuk Dancewear
Bailarinas: Letícia Forattini e Luiza Yuk
Dois coreógrafos, duas intérpretes, duas linguagens dentro de uma mesma dança. A obra conecta artistas presentes em três diferentes países – Alemanha, Canadá e Brasil –, em um diálogo entre as linguagens da dança clássica e contemporânea.
Brumas
Coreografia e música: Matheus Queiroz
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Acervo pessoal
Bailarino: Matheus Queiroz
A coreografia explora o movimento como uma resposta às incertezas despertadas pela pandemia e busca evidenciar que, mesmo em meio às adaptações feitas por cada um para enfrentar esta condição, sempre há formas de encontrar um caminho para atravessar o nevoeiro.
Linha de Frente
Coreografia: Yuri Ruppini
Música: João de Nada e Clocks & Clouds
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Edmeia Evaristo
Bailarina: Michelle Molina
Sob a ótica do teatro épico de Bertolt Brecht (1898-1956) e da teoria crítica de Walter Benjamin (1892-1940), a obra traça um paralelo entre conflitos pessoais e universais e coloca a bailarina para explorar tensões anárquicas no corpo em busca de sua plena libertação.
Objeto do Meu Próprio Desejo
Coreografia e música: Esdras Hernández Villar
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Edmeia Evaristo
Bailarino: Daniel Reca
A obra é um convite a um mergulho no pensamento de um dos maiores bailarinos e coreógrafos do século XX, o russo Vaslav Nijinsky (1889-1950), a partir de releituras das criações desse artista, confinado após um diagnóstico de esquizofrenia. Os fantasmas de seu passado artístico vêm visitá-lo uma última vez para lembrá-lo de quem ele foi e avisá-lo quem ele será na história.
| CON | TATO |
Coreografia: Letícia Forattini
Música: Solitude, de Matheus Queiroz (violão)
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Acervo pessoal
Concepção e dramaturgia: Letícia Forattini e Bastian Thurner
Intérpretes: Matheus Queiroz, Nielson Souza, Renata Peraso e Rodolfo Dias Paes
Quatro artistas ocupam diferentes pontos de um teatro vazio. Diversas sensações permeiam a relação entre eles no espaço e tempo. Seria a conexão que os une fruto de memórias, sonhos ou desejos? A obra é permeada por trechos de Cartas 1793 – 1811, do poeta alemão Heinrich von Kleist (1777-1811).
Ikigai
Coreografia: Renata Peraso
Música: Hisato Tanaka (2020)
Iluminação: Nicolas Marchi
Figurino: Acervo pessoal
Bailarino: Yoshi Suzuki
Ikigai (生き甲斐) é uma palavra de origem japonesa que significa “razão de viver”, “objeto de prazer para viver” ou “força motriz para viver”. De acordo com a tradição nipônica, todos têm um ikigai. A partir disso, coreógrafa e bailarino refletem sobre a motivação e as dificuldades da vida e como a busca pela própria essência pode ser boa e, muitas vezes, perturbadora.
(Carta Campinas com informações de divulgação)