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‘Dona Mariquinha viu e me contou’ é uma ode à invenção dos espaços oníricos e poéticos

Criada no encontro com as restrições e possibilidades geradas pelo isolamento social derivado da pandemia pela dançarina Marília Carneiro, a obra coreográfica “Dona Mariquinha viu e me contou. Experiência espacial poética” estreia dia 3 de outubro, sábado, às 19h, na plataforma de videochamadas Zoom. Com apresentações ao vivo e online, a obra traz ao ambiente virtual as bailarinas Lidiane Marques e Mylene Corcci, sob a direção da própria Marília.

Dona Mariquinha (Foto: Mylene Corcci)

Dividido em oito partes, que totalizam 60 minutos de duração, o espetáculo tem como temas centrais espaço, movimento e sonhos. Para isso, a diretora e as bailarinas criaram diversas situações ao longo da obra coreográfica para mexer com as sensações de espaço e tempo das pessoas, friccionando dança e audiovisual.

Sem uma narrativa linear, as oito partes – Hall do Teatro, Máquina de Escrever, Caixa Branca, Mapa, A Peixa, Aplausos, Despedidas e Boca a boca – são uma ode à invenção dos espaços oníricos e poéticos, onde o público fica convidado a criar suas narrativas ou apenas desfrutar do prazer de devanear.

Poesia e surrealismo

Para Marília Carneiro, “Dona Mariquinha viu e me contou. Experiência espacial poética” permite à plateia experenciar o espaço como poesia, ao entrar em um teatro virtual e viajar em material coreográfico visual provocante à imaginação, e que cabe na palma da mão, ou seja, pode ser visto pelo celular. “Há um trabalho de perspectiva, de profundidade, de direção de movimento, de voz, de dramaturgia. É surrealista e as metáforas, de alguma maneira, reenviam ao isolamento social”, explica a coreógrafa e diretora.

Os movimentos da obra foram criados a partir de procedimentos que Marília Carneiro desenvolveu nos laboratórios de práticas digitais de Contact Improvisation & outros métodos geniais no mês de abril, logo no início da pandemia. “A obra me satisfaz enquanto artista contemporânea, no cumprimento de um papel social mesmo, de explorar as condições históricas de meu tempo”, explica.

Dona Mariquinha viu e me contou

Construída pela experiência mediada pela tela, a obra coreográfica é um trabalho site specific para a plataforma Zoom e marca a criação de uma nova cia. de pesquisa e criação em dança contemporânea dirigida por Marília Carneiro. “Todo suporte para a criação da cia. vem da Mucíná – Aquela que Dança, uma plataforma de ensino e pesquisa em prática artística interdisciplinar criada por mim. Mucíná é uma palavra da língua xangana, que estudo em Moçambique, e quer dizer literalmente aquela que dança, a bailarina, o bailarino,”.

Marília também explica a origem do nome do espetáculo. “Há 15 anos morei na região Amazônica e conheci Dona Mariquinha, uma mulher da floresta que me contou da vez em que viu e capturou um curupira. Era uma verdadeira contadora de histórias e “Dona Mariquinha viu e me contou. Experiência espacial poética” é exatamente sobre como contar uma história”, enfatiza.

DONA MARIQUINHA VIU E ME CONTOU. EXPERIÊNCIA ESPACIAL POÉTICA

Estreia dia 3 de outubro, sábado, às 19h, no Teatro virtual da Mucíná no Zoom

Concepção e Direção – Marília Carneiro

Bailarinas – Lidiane Marques e Mylene Corcci

Colaboração de Criação – Natan Rodrigues e Conrado Falbo

Arte Gráfica – Vanessa Neuber

Realização – Mucíná – Aquela que Dança

Temporada – De 3 a 31 de outubro – apresentações dias 3 (sábado), 6 (terça-feira), 15 (quinta-feira), 17 (sábado), 18 (domingo), 24 (sábado), 25 (domingo), 30 (sexta-feira) e 31 (sábado), às 19h

Duração – 60 minutos

Classificação Etária – 14 anos

Ingressos – A partir de R$ 20,00 pelo sympla.com.br/mucina

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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