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Sem calar, sem consentir!

.Por Marcelo de Mattos.

Indignação… quando ela escasseia, a censura avulta. Ausente esse sentimento em outubro de 1975, por certo não lembraríamos mais do assassinato de Vladmir Herzog.

(imagem reprodução – art)

Folheando “A Síndrome da Mordaça”, do grande jornalista José Marques de Melo, deparei com textos que se insurgem contra a violência à liberdade e ao exercício da imprensa.

A mais nova ameaça do ora Presidente da República à jornalista que lhe perguntara sobre valores de R$ 89 mil recebidos pela esposa Michelle, do ex-assessor Queiroz, expõe não apenas a violência, mas o menosprezo a obrigação de prestar informações públicas e a transparência. Ao manifestar que “minha vontade é encher a tua boca com porrada”, traduz a sua aversão à sociedade e  atividade da imprensa, constante vítima de agressões do governo.

Lembremos o “Cala a boca. Cala a boca”; o “Porra, rapaz, pergunta para sua mãe o comprovante que ela deu pro seu pai”; o “Você tem uma cara de homossexual terrível”; o “Ela queria dar o furo” (ataque sexista à jornalista Patrícia Melo Franco), são manifestações aviltantes que atentam ao exercício da democracia, cuja liberdade de imprensa é um dos seus pilares indispensáveis, pois a missão de informar sem amarras e ameaças são salvaguardas do Estado de Direito.

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