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O cinema social e sensual de Spike Lee é tema de curso online

O público interessado poderá participar de um curso mensal sobre o Cinema de Spike Lee, organizado pelo Cine Rabeca Online, que faz parte da programação da Rabeca Cultural, espaço localizado em Sousas.

Cena de “Faça a Coisa Certa”

Há cineastas cujas obras são facilmente analisadas em uma aula,  para outros é preciso bem mais. Spike Lee pertence a esse segundo caso. O Curso sobre o Cinema do diretor nova-iorquino será dividido em quatro aulas no Cine Rabeca Online, sempre às quintas (e você pode escolher, de manhã, às 10h30, ou à noite, às 20h).

A propósito, o cineasta e professor Hamilton Rosa Jr. afirma que talvez não haja, no atual momento político dos EUA, um cineasta mais importante para examinar que Spike Lee.

Segundo o professor, Lee não só produziu um conjunto de filmes fortes e representativos do que se enfrenta nos EUA. Com seu cinema, o diretor abre discussões que não se encerram depois que o filme acaba. Veja o caso de  “Destacamento Blood”, que coincidentemente acaba de chegar ao Netflix.

É um filme vibrante, estranho, engraçado e experimental. Começa com a história de quatro veteranos da Guerra do Vietnã, todos negros, que retornam para o Sudeste da Ásia para algum tipo de redenção, e de repente se percebe que existe um motivo oportunista para os quatro estarem lá. No meio da ‘caça ao tesouro’, a irmandade que o quarteto tanto preza vira ganância e a briga ganha contornos patéticos. Um deles até se porta como um defensor de Donald Trump! Poucas vezes vimos um Spike Lee tão perverso ao apontar a câmera para os protagonistas como se estivesse se perguntando no que esses velhos heróis se transformaram.

A resposta pede um exame de consciência que está muito além de criar um filme maniqueísta onde os brancos são vilões e os negros, os mocinhos, ressalta Hamilton.

Spike Lee pouco se importa em desagradar o status quo. Na verdade, desde o princípio de sua carreira, ele está dando chutes nesta porta. Hamilton reafirma: “Ele foi o primeiro cineasta negro norte-americano a fazer seu cinema extrapolar os festivais e os guetos, com uma força e um vocabulário cinematográfico particular que a indústria branca nunca conseguiu domar.” Outro ponto importante: “Foi o cineasta que abriu a porteira para uma nova geração negra mostrar a sua voz através dos filmes e, na opinião do professor, o melhor que está sendo feito no cinema americano hoje vem dessa galera negra que ele apadrinhou.”

Claro, a questão do papel do negro na sociedade é central no cinema desse diretor, mas ele não se limita. O autor de “Faça a Coisa Certa” e “Malcolm X” também é um pintor da cidade de Nova York, um retratista de relacionamentos de casal, um sensualista que sempre incorporou uma dimensão física em seus filmes, um cineasta com um ouvido musical incrível, um cidadão cujas preocupações transcenderam as fronteiras da comunidade, um herdeiro dos gêneros hollywoodianos. Se há dúvidas sobre a sua importância dentro do atual cinema norte-americano, que tal as desfazermos de uma vez por todas?

As quatro aulas serão subdivididas em quatro motes:

Primeira aula: Dia 18 de Junho, quinta, em dois horários, às 10h30, ou às 20h – A América de Memória Fraca.
Mote: A presença negra na Segunda Guerra Mundial e na Guerra do Vietnã; a relatividade do heroísmo de Guerra, as divisões acentuadas na volta para casa. Com análise dos filmes Destacamento Blood e  O Milagre de Sta. Anna.

Segunda aula: Dia 25 de Junho, quinta, em dois horários, às 10h30, ou às 20h – Pele Negra, Máscara Branca.
Mote: A questão da representatividade do negro no filme norte-americano e o ativismo pelos direitos humanos com análise dos filmes Infiltrado no Klan, Um Plano Perfeito e A Hora do Show.

Terceira aula: Dia 2 de Julho, quinta, em dois horários, às 10h30, ou às 20h  – Spike o cronista de uma Nova York contraditória.
Mote: O cotidiano de uma metrópole pulsante, colorida, incendiária, raivosa, alegre, tudo ao mesmo tempo. Análise dos filmes “Faça a Coisa Certa”, “Uma Família de Pernas pro Ar” e “A Última Noite”.

Quarta aula: Dia 9 de Julho, quinta, em dois horários, às 10h30, ou às 20h  – Os Visionários Não Morrem.
Mote: Um exame sobre os grandes líderes ativistas políticos da América e como legados e vozes perdidas levaram as reivindicações atuais. Análise dos filmes Malcolm X e o documentário “4 Meninas”.

O Cinema de Spike Lee
Primeira aula: A América da Memória Fraca
18 de junho – Quinta
Sempre em dois horários disponíveis: 10h30, ou 20h
Duração: 2 horas
R$ 100,00 o bloco de 4 aulas
R$ 30,00 aula avulsa
Rabeca Cultural On-line pelo aplicativo Zoom
Próximas aulas
Segunda aula: Dia 25 de Junho, quinta, em dois horários, às 10h30, ou às 20h – Pele Negra, Máscara Branca.
Terceira aula: Dia 2 de Julho, quinta, em dois horários, às 10h30, ou às 20h  – Spike o cronista de uma Nova York contraditória.
Quarta aula: Dia 9 de Julho, quinta, em dois horários, às 10h30, ou às 20h – Os Visionários Não Morrem.
Inscrições, informações e entrevistas com Hamilton pelo celular 19 997206186 com Kha Machado.

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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