Contra a ciência, governo obscuro de Bolsonaro corta 150 bolsas de pesquisa só da Unicamp

O governo obscuro de Jair Bolsonaro cortou, durante a epidemia de coronavírus, cerca de 150 bolsas de pesquisadores em nível de doutorado e mestrado somente da Unicamp. A Portaria Nº 34, publicada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) no último dia 9 de março, reduziu as bolsas de mestrado e doutorado nas instituições públicas de ensino e pesquisa de todo o país.

A Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Unicamp divulgou nesta quarta-feira (25) comunicado protestando contra a implementação do novo modelo de concessão de bolsas para os programas de pós-graduação stricto sensu da Capes e revelou ainda que o governo publicou uma nota mentirosa sobre as bolsas.

Nancy Lopes Garcia (foto antonio scarpinetti – unicamp – div)

As instituições públicas são fundamentais para o desenvolvimento da ciência no Brasil. E hoje, diante da epidemia, a esperança da população está depositada nos pesquisadores dessas instituições. Nesta terça-feira, 24, Bosonaro fez um pronunciamento obscuro em cadeia nacional de TV, em que contrariou cientistas do mundo todo.

Para a APG (Associação de Pós Graduandos) ao estabelecer novas condições de financiamento aos cursos de pós-graduação no Brasil, na prática a portaria define um novo modelo de atribuição de bolsas que poderá levar o sistema de pós-graduação ao colapso em pleno período de pandemia.

“A pós-graduação em Engenharia Elétrica, considerado um programa de excelência, perdeu 21 bolsas de doutorado e 19 de mestrado. Em outras universidades como a UFSC o corte atingiu 572 bolsas, aproximadamente 25% do total. Além de aprofundar as desigualdades entre programas novos e programas consolidados, a nova portaria afeta substancialmente o número de bolsas nos cursos de pós-graduação considerados de excelência. Na prática, a portaria traz prejuízos não somente aos cursos que tiveram suas bolsas cortadas, mas também aqueles que tiveram saldo positivo de acordo com o novo critério, pois não há tempo hábil para que os programas convoquem novos alunos. É inadmissível que a política desastrosa do Ministério da Educação continue a afrontar a gestão dos programas de pós-graduação com novos cortes, comprometendo todo o sistema de educação, ciência, tecnologia e inovação do país”, anotou a entidade.

Para a pró-reitora de Pós-Graduação, Nancy Lopes Garcia, é inadmissível que universidades nas primeiras classificações dos rankings mundiais, como a Unicamp, possam perder essa quantidade expressiva de bolsas. “Permitir que haja diminuição de bolsas após o encerramento dos processos seletivos e o início das aulas é uma afronta à gestão e planejamento de tais programas” , anotou.

O comunicado revela mais uma mentira de integrantes do governo Bolsonaro, dizendo que a Unicamp foi beneficiada com a mudança. “Para nossa surpresa, em 24/03/2020, a CAPES coloca em seu site a seguinte nota: CAPES esclarece modelo de concessão de bolsas (https://capes.gov.br/36-noticias/10225-capes-esclarecemodelo-de-concessao-de-bolsas) na qual afirma “Entre os exemplos de aumento de bolsas estão os casos da Fiocruz, que recebeu um incremento de 73 bolsas de mestrado e de 85 de doutorado, igualmente a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que recebeu 211 novas bolsas de mestrado e 257 de doutorado, a Universidade de São Paulo (USP) com 257 bolsas de mestrado e 518 de doutorado e a Universidade de Campinas (Unicamp), que receberá mais 102 bolsas de mestrado, e 108 bolsas de doutorado”

(corte de bolsas – pró-reitoria da Unicamp)

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