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Dia da Visibilidade da população Trans e Travesti terá desfile, manifestação e exposição de arte

No próximo dia 29 de janeiro, quarta-feira, acontece na Estação Cultura de Campinas o evento da “Visibilidade Trans – Vamos Celebrar Nossas Vidas!”, com diversas atividades para comemorar o Dia Nacional da Visibilidade Trans. 

Marcha de 2019, Pela Vida da Quelly Silva, trans brutalmente assassinada no começo do ano de 2019. (Foto: Robson B. Sampaio)

A proposta de intervenções e comemoração é organizada pela Casa Sem Preconceitos e o Grupo Identidade. As atividade se iniciam com uma Ocupação Trans no centro da cidade de Campinas, às 15h, no Largo da Catedral Metropolitana de Campinas, que sairá em marcha pelos arredores às 16h30. Depois, em parceria com a Associação da Parada e Apoio LGBT de Campinas, teremos na Estação Cultura uma roda de conversa “Visibilidade Trans”, às 17h, no Hall de entrada. 

Após as atividades da tarde, teremos o Desfile e Celebração na Estação Cultura, com organização da Casa Sem Preconceitos e produtora Bons Ventos, do projeto “Pontos de Costura e Resistência”, contemplado pelo PROAC (Programa de Ação Cultural) no segmento Manifestações Culturais com Temática LGBT pelo Governo do Estado de São Paulo, em 2018. 

Para finalizar a noite, teremos uma MINI BALL, com os grupos de Ball Rooms da cidade na Estação Cultura, iniciando às 20h30, com as categorias Runway (Rosa Claro), Face (Branco), Vogue Femme Ota (Azul Claro) com as jurada Vênus Camélia e Diameyka Odara, como chanter. Estas categorias são Runway que seria um modo de desfilar performativo, Face seria uma dança que privilegia o Rosto e a beleza, Vogue Femme seria a fluidez em sua forma mais extrema, com movimentos femininos exagerados; ambas categorias trazem as cores da Bandeira Trans (Rosa Claro, Azul Claro e Branco). 

Nesta data, será aberta a exposição coletiva “Visibilidade Trans – Vamos Celebrar Nossas Vidas”, com a participação dos artistas e homens trans: Paul Parra, Mikaart (Lian Hernandez); também participa o coletivo Trans Marginais, com travas marginais que discutem estética comunicativa dos pixos, com Weyla Lazulli (Travesti Não Binarie),  Edy (Travestigenere, professora e antropóloga em formação), Vera Santana (Travestigenere e artista visual), e Lino K. Calixto (Trans Não Binarie e artista visual); também contamos com fotografias de Cintia Rizoli (cisgênera e fotógrafa autônoma) e Rafa Kennedy.

Relevância Sócio Cultural da Visibilidade  Trans, um manifesto pela diversidade, respeito e cidadania

“A data de 29 de janeiro é o Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis. Foi criada em 2004, na ocasião do lançamento de uma campanha nacional elaborada por lideranças do movimento de pessoas trans, em parceria com o Programa Nacional de IST/Aids do Ministério da Saúde. O evento de lançamento da campanha “Travesti e respeito: já está na hora dos dois serem vistos juntos. Em casa. Na boate. Na escola. No trabalho. Na vida” levou 27 pessoas trans aos salões do Congresso Nacional, em Brasília, conferindo à data um sentido político de luta pela igualdade, respeito e visibilidade de pessoas trans.

Atualmente Dossiês (2017 e 2018) emitidos pelo IBTE (Instituto Brasileiro Trans Educação) e ANTRA  (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) apontam que a expectativa de vida de uma travesti ou transexual brasileira gira em torno dos 35 anos, enquanto a expectativa de vida da população média é 74,9 anos (IBGE,  2013). 

Neste Dia Nacional da Visibilidade Trans, queremos celebrar nossas vidas, mesmo tendo sofrido já em 2020, 14 assassinatos de mulheres trans. São 14 assassinatos em 25 dias. Ou seja, neste ano novo, uma mulher trans foi morta a cada um dia e meio no país. A transfobia trata-se do preconceito e da discriminação em razão da identidade de gênero contra Travestis, Mulheres Trans e Homens Trans. 

Pode ser definida como medo, o desprezo, a antipatia, e a aversão ou ódio (racional ou irracional) às travestis, mulheres trans e homens trans. É necessário seguirmos com políticas públicas e educação à diversidade, para combater a intolerância, a violência e também o preconceito que estão crescendo de forma alarmante. É urgente um posicionamento efetivo dos órgãos municipais sobre as pautas LGBTTIs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Mulheres Trans, Homens Trans e Intersexo), especialmente em nível de segurança pública. Não permitiremos que se naturalize a violência de gênero em nossa cidade, chega de sangue trans derramado. 

Também devemos lembrar que as vidas trans ainda tem espaços de interdição na cidade, ou em espaços de sociabilidade, como privação a utilização de banheiro público. Sofrendo violências, discriminação que atualmente é crime “ ‘praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito“’ em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime” desde junho de 2019 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Seguimos lembrando a memória de muitas e muitos que morreram por conta do preconceito. Lembramos a Quelly Silva, 2019. Seguimos gritando “Atrás do Silicone também bate um Coração! Transfobia Não!, e Nenhuma e nenhum a menos! Manifestamos pelas vidas trans”, dia 29 de janeiro, no Largo da Catedral, na Praça José Bonifácio, s/n – Centro, Campinas – SP. 

Temos que lembrar que nossa VISIBILIDADE TRANS é múltipla e diversa. MULHERES TRANS, HOMENS TRANS E AS TRAVESTIS!!!. Por isso torna-se urgente acontecer propostas como estas para a visibilidade e trabalhar através da Cultura e da Educação pela diversidade de gênero e sexualidades na Cidade de Campinas.  

As manifestações e atividades pela visibilidade trans e travesti acontecem em diversas cidades, como São Paulo (Capital), no Sesc Piracicaba, Sorocaba, Vinhedo e Mogi-Guaçu -SP, na Lapa no Rio de Janeiro e Niterói – RJ, em Porto Alegre – RS, Belo Horizonte – BH, e outros tantos lugares”. 

Casa Sem Preconceitos, acolhimento a pessoas trans na Cidade de Campinas

Desde 2017, em Campinas foi fundada a Casa Sem Preconceitos, um projeto autônomo que é sustentado por apoios de voluntários e doações, com colaboração das Promotoras Populares Legais (PLPs) Cida da Terra, Ateliê Transmoras, Studio Jabuticaba. Neste mês de janeiro em 2020, iniciou-se a nova fase de acolhimento a pessoas trans em vulnerabilidade social, que podem ter um lugar para chamar de lar e poder reconstruir suas vidas. 

A casa é um projeto da Suzy Santos, mulher trans que atua no Consultório na Rua e no Programa Municipal de Redução de Danos e no programa de prevenção a IST e Aids desde 2005, já em 2006 assumiu a coordenação Trans e Travesti do Grupo Identidade LGBTTI de Campinas. O projeto tem como principal preocupação em acolher mulheres trans, travestis e homens trans em situação de rua. Por conta da carência de Serviços Públicos, a população Trans e Travestis, além dos estigmas e preconceitos como apontado anteriormente, que levam muitas meninas trans tornarem profissionais do sexo, por conta da falta de oportunidades tanto na sua escolarização e pela falta de acesso ao mercado de trabalho. Além, disso muitas delas e deles necessitam cuidados e atenção, para reconstruir suas vidas, pois alguns desde cedo são expulsas e expulsos da casa de familiares. 

A Casa Sem Preconceitos atualmente está necessitando de doações de alimentos, tanto perecíveis como também, verduras, misturas e outros produtos, atualmente conta com um ponto de recolhimento no restaurante Tia Bel – Petiscos e Massas, localizado na rua Álvaro Ribeiro, 441,  Bosque, que funciona de segunda à sábado das 12 até 22 horas. 

Saiba mais sobre a casa e acompanhe as notícias pela página no facebook https://www.facebook.com/pg/CasaSemPreconceitos/ ou pelo instagram @casasempreconceitos , podem também acompanhar o Grupo Identidade pelo facebook https://www.facebook.com/grupoidentidade2. “Esperamxs a todas, todos e todes para a celebração no dia 29 de janeiro no Centro de Campinas e na Estação Cultura”, anotam os organizadores do evento.

Dia da Visibilidade Trans – Vamos Celebrar Nossas Vidas! Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/2717071601706372/

(Carta Campinas com informações de divulgação)

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