Os relatórios do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-SP) que resultaram na operação desta quarta-feira, no âmbito da investigação contra o senador Flávio Bolsonaro mostram que 10 parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, sacavam em espécie quase todo o valor que ela recebia de salário.
Esses 10 salários eram pagos com dinheiro proveniente dos impostos cobrados dos brasileiros e todos estavam registrados como empregados no gabinete do filho do presidente. Ao todo, o MP acredita que foram desviados R$ 4 milhões para o esquema chamado ‘rachadinha’.
Por exemplo, o pai de Ana Cristina, José Candido Procópio da Silva Valle, chegou a sacar 99,7% da sua remuneração no período em que esteve lotado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entre 2003 e 2004. Além dele, outros cinco parentes dela chegaram a sacar mais de 90% de seus rendimentos, informa reportagem do Estadão.
“Apesar de viverem em Resende, no Sul fluminense, esses familiares da segunda esposa de Bolsonaro foram nomeados para diversos cargos nos gabinetes da família durante o período em que os dois viveram em união estável, entre 1998 e 2008. Coincidentemente, a relação acabou no mesmo ano em que o Supremo Tribunal Federal (STF) produziu uma súmula sobre nepotismo, criminalizando a prática”, informa a reportagem.