O líder indígena xamã Davi Kopenawa foi um dos premiados com o Right Libelihood Award, conhecido como o “Nobel alternativo”. A premiação é concedida pela entidade sueca. Cada premiado recebe 1 milhão de coroas suecas, equivalente a R$ 430 mil, para apoiar o trabalho conduzido.
Kopenawa foi laureado “pela corajosa determinação em proteger as florestas e a biodiversidade da Amazônia, e as terras e a cultura de seus povos indígenas”.
“Davi Kopenawa, junto à Associação Yanomami, está resistindo exitosamente à impiedosa exploração de terras indígenas na Amazônia, protegendo nossa herança planetária comum”, disse Ole von Uexkull, diretor-executivo da Right Livelihood Foundation.
Ao lado do indígena, também foram premiadas outras três pessoas com trabalho de relevância social. A jovem ativista ambiental sueca Greta Thunberg, que nos últimos dias ganhou ainda mais destaque por sua participação durante a Cúpula do Clima da ONU; a defensora dos direitos humanos Aminatou Haidarem, de Saara Ocidental, território sob disputa; e a advogada chinesa Guo Jianmei.
Kopenawa é o sétimo brasileiro a receber tal prêmio. Ele entra nesse panteão ao lado do arquiteto e ativista Chico Whitaker Ferreira, do teólogo Leonardo Boff, da Comissão Pastoral da Terra, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do agrônomo e ecologista José Lutzenberg.
A resistência de Kopenawa deve ser intensificada na atual conjuntura histórica e política do Brasil. O presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL), ataca abertamente a concessão de terras protegidas aos índios, e defende a exploração desses ambientes, em benefício de ruralistas, madeireiras e mineradoras.
Em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, ontem (24), em Nova York, Bolsonaro falou diretamente sobre os Yanomami, povo de Kopenawa. E defendeu que as terras onde a tribo está possuem muitas riquezas que devem ser exploradas por empresas e grupos da elite econômica. (Da RBA/Gabriel Valery)