Alguns dados sobre a matéria de hoje da Veja
.Por Rudá Guedes Ricci.
1) a revista informa que o material do Intercept envolve 1 milhão de mensagens, totalizando um arquivo com mais de 30 mil páginas;
2) a Veja diz ter analisado 649 mil mensagens destes arquivos, “palavra por palavra, apurando se são verdadeiras. Atesta que o material apurado é muito grave e que “Moro cometeu, sim, irregularidades”;
3) A revista afirma, textualmente, que Moro “comportou-se como chefe do Ministério Público federal, posição incompatível com a neutralidade exigida de um magistrado”;
4) Não eram conversas protocolares entre Juiz e Ministério Público. Além da intimidade excessiva entre a magistratura e a acusação é uma evidente parceria na defesa de uma causa(palavras textuais do artigo da revista);
5) a revista publica diversas passagens, como a ocorrido em 2 de fevereiro de 2016, onde o juiz revela que a Odebrecht havia peticionado uma questão e que ele abriria prazo de três dias para o Ministério Público se manifestar. Em seguida, o juiz pergunta quando o MP se manifestaria. A revista reproduz a sequência das conversas entre as partes e indica que a “situação é completamente irregular” porque deveria “se comunicar de forma transparente pelos autos. (…) Como se não bastasse, o chefe da força-tarefa ainda envia a Moro uma versão inacabada do trabalho para que o juiz possa adiantar a sentença”;
6) Moro, segundo a revista, chega a dar pitos no promotor. Em “um chat de 17 de novembro de 2015, Moro dá um puxão de orelha em Dallagnol. O juiz reclama de que está difícil entender os motivos pelos quais o MPF recorreu da sentença aplicada aos delatores Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, Pedro José Barusco Filho, Mário Frederico Mendonça Góes e Júlio Gerin de Almeida Camargo. Dallagnol tenta se justificar, sem sucesso. “O mp está recorrendo da fundamentação, sem qualquer efeito pratico”, critica o juiz. “Na minha opinião estão provocando confusão.”;
7) a revista sustenta, ainda, que Moro mentiu ao STF. Como no caso da planilha que descreve pagamentos a políticos. No texto da revista: “Na pior das hipóteses, Moro já sabia da existência da planilha quando foi inquirido por Zavascki e mentiu ao ministro. Em um segundo possível cenário, igualmente comprometedor, Moro teria tomado conhecimento da planilha depois da inquirição de Zavascki e pediu à delegada para “não ter pressa” em protocolar o documento. Tudo indica que a manobra tinha como objetivo manter o caso em Curitiba. “.
A matéria é grande. Não é possível continuar ouvindo evasivas do ex-juiz. A sociedade brasileira precisa ter as provas urgentemente. Como ocorreu a partir da delação da famosa entrevista do irmão do presidente Collor à Veja. (Do facebook de Rudá Ricci)