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A arte de gravar na madeira é destaque na exposição ‘Olhares de dentro e de fora’, da artista Sílvia Ferreira Lima

O Subsolo – Laboratório de Arte abre neste sábado, dia 20 de julho, a exposição “Olhares de dentro e de fora” da artista visual Sílvia Ferreira Lima. Utilizando a técnica de xilogravura, ela cria matrizes gravadas em baixo relevo com desenhos e símbolos em topos de madeira apresentando sua interpretação poética da vida. A mostra, com curadoria de Andrés I. M. Hernández e produção de Danilo Garcia, será aberta às 11h, na Rua Proença, 1000. A entrada é gratuita.

Xilogravura, obra de Sílvia Ferreira Lima (2018) (Foto: R. Pfutzenreuter)

A sala ocupada por Sílvia será preenchida por obras produzidas nos últimos quatro anos. Serão gravuras em grande formato (64 x 88 cm) e peças menores entalhadas com buris em madeira tipuana com corte de topo. Haverá também fotografias, gravuras da sua série “A Hilda Hilst”, desenhos de poemas concretos em papel vegetal, dentre outras obras que mostram todo o processo da artista.

Em fase de finalização do doutorado em Poéticas Visuais na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com formação em Língua e Literatura Portuguesa e mestrado em Comunicação e Semiótica, Sílvia confessa que o processo criativo sempre foi sua ênfase e continua sendo. Manuseando o buril com habilidade e precisão, a artista transfere para a madeira sua pesquisa sobre a vida, traduzindo sua visão em desenhos de células sanguíneas, veias, órgãos como o coração e alguns membros.

“Há muitas coisas que passam na vida de uma pessoa que de alguma forma contribuem para fazer dela o que ela é e, ao mesmo tempo, contribuem para criar obras de arte. A combinação destas escolhas com sua habilidade é que produzem as obras. Daí, elas se destacam dependendo do gosto do observador. O ser humano, assim como seus produtos culturais, é imensamente complexo e incrivelmente maravilhoso, se sabemos como observar”, analisa Sílvia.

Ela busca em suas lembranças de infância e adolescência seus primeiros contatos com a madeira. Aliás, revela que ela não escolheu a madeira, foi a xilogravura que a seduziu. Seu primeiro entalhe em madeira foi uma caravela quando ainda era criança; uma viagem ao Nordeste brasileiro onde teve a chance de conhecer trabalhos de entalhe em madeira nas feiras e até o presente recebido da mãe na forma de um baú entalhado, lhe veem à memória para falar sobre suas escolhas artísticas.

“Tirar pedaços” é como ela resume seu prazer por recortar, embalar e entalhar a madeira. “Adoro desenhar. Vejo sempre linhas, meu processo se baseia nisso”. As obras de arte de Sílvia expressam singularmente sua criatividade na técnica de baixo relevo, que exige firmeza e precisão porque a profundidade do entalhe é mínima. Segundo a artista visual, a poesia concreta e Haroldo de Campos estão sempre presentes em seu trabalho, bastando a observação de suas obras, ela coloca.  

A técnica da xilogravura consiste na gravação de desenhos, textos etc em topos de madeira que são entintados e aplicados sobre papel ou outro suporte adequado que permite a impressão e reprodução da gravura.

A xilogravura foi trazida para o Brasil pelos portugueses durante a colonização. Inicialmente, eles confeccionavam rótulos para sabonetes, doces e cachaça. Por volta de 1750, literatura de cordel passou a ter seus cadernos reproduzidos por meio da xilogravura e se mantém como tradição popular no Nordeste do país. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Abertura da exposição “Olhares de dentro e de fora”, da artista visual Sílvia Ferreira Lima

Dia: 20/07/19 – sábado

Horário: das 11h às 17h

Local: Subsolo – Laboratório de Arte, na Rua Proença, 1000 – Jardim Proença – Campinas (SP)

Visitação: de 22 a 14/08/19, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, com agendamento pelos telefones (11) 94965-5722 e (11) 98259-0966

Livre para todos os públicos

Entrada gratuita

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