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Conto de Jorge Luis Borges inspira espetáculo ‘A Biblioteca de Babel’, do Balé da Cidade de São Paulo

Em São Paulo – A Biblioteca de Babel é o segundo espetáculo da temporada 2019 do Balé da Cidade de São Paulo com estreia no dia 14 de junho, às 20h, no Theatro Municipal de São Paulo. As apresentações ainda seguem nos dias 15, 19, 20, 21 e 22, às 20h, e nos dias 16 e 23 às 18h.

(Foto: Fabiana Stig.)

O diretor artístico da companhia Ismael Ivo assina a ideia e o conceito junto com Marcel Kaskeline (também cenógrafo do espetáculo). A coreografia também é de Ismael Ivo, figurinos de Gabriele Frauendorf e desenho de luz de Marco Policastro.

Ivo esclarece que o objetivo é discutir os princípios da comunicação, a evolução e o entendimento entre os homens. Para isso, partiu da ideia do conto Biblioteca de Babel, do escritor argentino Jorge Luis Borges, em que os corpos são compreendidos como um livro em sua própria exclusividade, um documento das nossas vidas e existência. A referência no espetáculo é categórica, o público se depara com os bailarinos arquivados em uma prateleira como um livro, uma espécie de arquivo humano. Em um primeiro momento, isolados, ‘encaixotados’, cada um no seu mundo.  “Mas o ‘livro individual’ precisa ser aberto para que se descubra seu conteúdo, pois ali estão impressos todos os aspectos e informações: qualidades, defeitos, talentos, ajustes, desajustes e infinitas vivências do homem”, completa.

Neste momento de “ruptura”, se estabelece um confronto de ideias e a produção passa a discutir questão de aceitações, inclusão e tolerância entre os homens. O balé evolui para uma alusão ao mito da “Torre de Babel” em que uma ventania derrubou a torre e espalhou os cidadãos com idiomas diferentes pelo mundo, indivíduos que precisavam conviver e aceitar as diferenças.

Para a construção deste espetáculo todos os 34 bailarinos tiveram que estudar a teoria da Evolução da Espécie Humana, de Charles Darwin, e mergulharam no trabalho do fotógrafo Eadweard Muybridge que se especializou em captar os movimentos de locomoção dos homens e dos animais.

A Biblioteca de Babel é a concretização de uma pesquisa realizada anteriormente por Ismael Ivo, que resultou na produção Biblioteca del Corpo, também inspirado no conto Biblioteca de Babel. Há sete anos Biblioteca del Corpo  foi apresentada por 25 integrantes do projeto  L’Arsenale dela Danza , da Bienal de Dança de Veneza, na Itália, que teve Ivo como diretor.

Apesar do espetáculo não se referenciar Às religiões, pois se trata da tolerância de uma forma mais ampla, a ideia é que seja um laboratório para os bailarinos na busca do entendimento da existência humana. “Partindo da história da Torre de Babel, vivemos até hoje uma confusão de línguas, as pessoas se atacam e se refugiam em seitas, e usam as religiões para impor suas ideologias. Isto gera o ódio e a violência. Se nos aproximarmos de fato dos lugares sagrados e ‘vivenciarmos in loco’ começamos a entender que talvez todos nós estamos em busca da mesma compreensão e de uma única verdade”, afirma Ivo.

O Balé da Cidade de São Paulo completou 50 anos em 2018. A temporada comemorativa com espetáculos em homenagem a Caetano Veloso, David Bowie, além da Sagração da Primavera e apresentações no Theatro Municipal de São Paulo, Instituto Tomie Ohtake, Auditório Ibirapuera, foi um enorme sucesso de público com cerca de 40 mil pessoas presentes. Em abril, o grupo reapresentou o espetáculo A Sagração da Primavera no Theatro Municipal de São Paulo e durante a mostra Abril Pra Dança no Auditório Ibirapuera. Ainda no segundo semestre de 2019, o grupo estreia a coreografia inédita Bolero, de Andonis Foniadakis, que já coreografou para a Companhia de Dança de Sydney, Companhia de Dança Martha Graham, Ballet Jazz de Montréal, Ballet de l’Opéra de Lyon e Companhia Nacional de Dança do País de Gales, entre outras. Em 2011, Foniadakis criou Paraíso Perdido que acabou se tornando um dos grandes balés do repertório da companhia paulista. (Carta Campinas com informações de divulgação)

A Biblioteca de Babel

Sexta-feira, 14, às 20h
Sábado, 15, às 20h
Domingo, 16, às 18h
Quarta-feira, 19, às 20h
Quinta-feira, 20 às 20h
Sexta-feira, 21, às 20h
Sábado, 22, às 20h
Domingo, 23, às 18h

Ideia e Conceito: Ismael Ivo e Marcel Kaskeline
Coreografia: Ismael Ivo
Música: Ivan Fedele, György Ligeti, gravação de Kodo, Steve Reich
Cenário: Marcel Kaskeline
Figurinos: Gabriele Frauendorf
Assistente de Figurino: Juliana Andrade
Desenho de Luz: Marco Policastro
Assistente de Coreografia: Valentina Schisa e Elisabetta Violante
Ensaiadoras: Carolina Franco e Roberta Botta

Bailarinos: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Antônio Adilson Jr., Ariany Dâmaso, Bruno Gregório, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Harrison Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira,  Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Uátila Coutinho, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam, Yasser Díaz

Duração aproximada: 70 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Ingressos: R$ 80 / R$ 40 / R$ 12 pelo site eventim.com.br ou pela bilheteria.
Horário da Bilheteria do Theatro Municipal: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados e domingos, das 10h às 17h.

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