Reportagens publicadas neste domingo (9) pelo The Intercept Brasil mostram troca de mensagens do ex-juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol que revelam uma atuação conjunta dos dois para impedir vitória eleitoral do PT e criminalizar seus integrantes.
O material foi entregue há cerca de um mês à reportagem e mostra que a força-tarefa da Lava Jato atuou no caso Lula motivado por questões políticas, ideológicas e de forma inconstitucional. As mensagens expuseram a colaboração ilegal entre juiz Sérgio Moro e o procurador do Ministério Público Deltan Dallagnol.
Veja trecho da reportagem:
Sergio Moro e Deltan Dallagnol trocaram mensagens de texto que revelam que o então juiz federal foi muito além do papel que lhe cabia quando julgou casos da Lava Jato. Em diversas conversas privadas, até agora inéditas, Moro sugeriu ao procurador que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas em Dallagnol como se ele fosse um superior hierárquico dos procuradores e da Polícia Federal.
“Talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas”, sugeriu Moro a Dallagnol, falando sobre fases da investigação. “Não é muito tempo sem operação?”, questionou o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro após um mês sem que a força-tarefa fosse às ruas. “Não pode cometer esse tipo de erro agora”, repreendeu, se referindo ao que considerou uma falha da Polícia Federal. “Aparentemente a pessoa estaria disposta a prestar a informação. Estou entao repassando. A fonte é seria”, sugeriu, indicando um caminho para a investigação. “Deveriamos rebater oficialmente?”, perguntou, no plural, em resposta a ataques do Partido dos Trabalhadores contra a Lava Jato.