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O pior dos vazamentos da Lava Jato é provar que a grande mídia agiu para destruir a democracia

O pior dos vazamentos da Lava Jato, divulgados por Glenn Greenwald e editores do site The Intercept Brasil, talvez não seja a parcialidade e a corrupção judicial ali instalada para o objetivo de um grupo chegar ao poder ou de promover o lawfare contra um ex-presidente da República. O pior é comprovar essa ação danosa contra a democracia só foi possível com a participação da mídia.

Os vazamentos trazem uma sensação de déjà-vu (algo que você já sabia, parece que já tinha visto). Tudo o que Glenn Greenwald está divulgando já era sabido por boa parte da população brasileira, parte da população que buscava informação não na grande mídia, mas em canais da internet de maior credibilidade. Só não havia provas.

Durante anos, juristas, advogados, cientistas políticos, deputados e senadores de vários partidos, jornalistas independentes, sindicados, associações e muitos outros alertavam e divulgavam os deslizes da face horrenda da Lava Jato. Essas notícias foram amplamente divulgadas nos canais de maior credibilidade da internet, mas a grande mídia encobria, segurava, escondia e ajudava a estigmatizar tudo como algo “petista”.

Os vazamentos do The Intercept Brasil provam que as grandes emissoras de TV, rádio, jornais impressos e revistas foram fundamentais para encobrir os crimes jurídicos da Lava Jato e se tornaram protagonistas dos crimes contra a democracia.

Depois de duas semanas de vazamentos, o pior (por incrível que pareça) não está nas provas da corrupção judicial em mensagens do Telegram, mas em comprovar que durante 4 anos a grande mídia brasileira agiu de forma acintosamente cretina, quiçá mafiosa, articulada.

O pior foi provar que a grande mídia falseou reportagens, manipulou informações, valorizou falsos depoimentos, não questionou contradições, enalteceu corruptos e contribuiu, mais uma vez, para a destruição da democracia. (Glauco Cortez)

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